capítulo 6

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Marco Fontenelle

Eu acho que posso considerar a missão concluída com sucesso, pelo menos até agora.

Estou conseguindo me comunicar de forma satisfatória e agradável com a minha noiva, o pai dela parece um homem muito tranquilo e nossas famílias estão se dando bem. Falta pouco pro noivado ser público e falta pouco também pra finalmente voltar pra casa.

— Quando vai ser o anúncio?— Perguntei pro meu pai assim que a Ana se afastou, indo cumprimentar todos os seus convidados e amigos. Ela parece uma jovem bem sociável, isso é muito bom, uma característica indispensável pra futura primeira dama da famiglia.

— No meio da festa acredito, logo antes da dança de vocês.— Ele respondeu analisando cada uma das pessoas. Meu pai tem essa mania de estar sempre um passo a frente de qualquer coisa que possa vir a acontecer, ele sabe ler os trejeitos de uma pessoa melhor que qualquer um.

— Dança? — Perguntei contrariado. Agora não basta só o discurso de anúncio do noivado, tem essa dança também?

— Isso, uma dança. E se eu fosse você ficaria esperto com aquele tal de Júlio, ele tá doidinho pra roubar a sua noiva.— Meu pai disse olhando fixamente pra algo logo em frente e olhei na mesma direção.

Um peão da fazenda falando animadamente com a Ana sem nunca tirar a mão da cintura dela.

Figlio de cagna! Respirei fundo e olhei pro meu pai sorrindo.

— Eu não estou preocupado.— Tentei soar o mais tranquilo possível, mas como eu disse, o grande Giuseppe consegue ler a linguagem corporal de alguém melhor que qualquer pessoa, e as minhas mais  ainda já que me conhece literalmente desde que eu nasci. Mesmo assim tentei parecer o mais tranquilo e despreocupado possível, nunca na vida que eu vou perder qualquer coisa que seja pra esse Júlio, ainda mais a minha noiva.

— E não deveria mesmo, mas mesmo os homens mais simples podem ser traiçoeiros. Aprenda isso.— Ele disse antes de de segurar a mão d aninha mãe e sair por aí cumprimentando as pessoas e tirando esse tempo pra observar casa uma. Todos os meus tios fizeram a mesma coisa e os meus primos resolveram explorar o lugar.

Lucien e Enzo na verdade foram atrás de alguma garota pra se  entreterem  enquanto estão aqui, e as garotas sim foram conhecer o espaço e roubar alguns docinhos da mesa.

— Você não tá mesmo preocupado?— Domenico, o único que ficou comigo, perguntou franzindo a testa.

— Eu não me importo, ela já é minha noiva e pra ele resta apenas chupar dedo.— Respondi dando de ombros. Eu não tenho com o que me preocupar, não é como se eu fosse sentir ciúmes dela em um passe de mágica.

— Eu me importaria mesmo que não gostasse dela ainda.— Domenico constata também dando de ombros e saindo de perto de mim, indo atrás de alguma coisa que divirta a ele.

Eu não entendo o por quê de ficarem me dizendo pra tomar cuidado com esse peão, eu não estou desmerecendo a sua função no cartel, mas por favor, eu não tenho como perder pra ele um jogo que já está ganho desde que eu era criança.

Fui na direção do mini bar de pedi um whisky puro, virei de uma vez e apreciei o ardor mais que conhecido na minha garganta. Poucas são as pessoas que sabem apreciar de verdade um whisky, mas eu sempre gostei muito.

Andei e fiz o mesmo que o restante da minha família e coloquei um sorriso amigável no meu rosto e fui cumprimentando as pessoas por onde eu estava passando.

Quando o meu rosto já estava cansando de ficar congelado em um sorriso eu esbarrei em alguém. Uma mulher pra ser mais específico, uma muito bonita e chamativa.

— Nossa, me desculpa, eu sou tão desastrada.— Ela disse com a voz mais melosa do que usaria normalmente me fazendo sorrir de lado já sabendo muito bem as suas intenções. E eu que não sou um grande idiota, decidi dar corta e ver onde isso iria dar.

— Tutto bene, não me machucou.— Respondi com a voz rouca olhando para ela intensamente.

— Eu sou mesmo muito pequena pra machucar um homem tão grande assim.— Disse passando a mão descaradamente em meu braço esquerdo estabelecendo contato físico.

— Qual o seu nome, garota bonita?— Perguntei e percebi que ela se derreteu um pouquinho. Incrível como sempre é fácil.

— Medsson, mas pode me chamar de Medy. E você, como se chama?— Perguntou com a voz manhosa quase soando chata. Dei de ombros desconsiderando a última parte, eu não vou precisar conviver com ela por tempo suficiente pra ser insuportável suportar a chatice dela, quero apenas uma distração de alguns minutos.

— Você está na festa de aniversário da Ana Olivares e nunca ouviu falar do prometido dela?— Perguntei desacreditado. Não existe pessoa no mundo que não me conheça ou não conheça a minha família, isso é simplesmente impossível pelo simples fato de nunca ter acontecido.

Ergui as sombrancelhas incentivando-a a falar.

— Você é o Marco Fontenelle então?— Perguntou desistindo da pose de "moça que não me conhece" que já tinha se provado falha antes mesmo de ser colocada em prática de verdade.

— Isso mesmo, em pessoa.— Beijei o dorso da sua mão de forma galante e bem sacana, preciso adimitir.

— E você acha que tem algum problema se a gente se divertir um pouco antes do seu casamento?— Medy esfregou seus seios em meu corpo tentando me fazer ceder. Bom, não precisa de muito na verdade, eu estou mesmo precisando de uma boa distração. Ou no caso dela, uma distração mediana.

— Isso depende, você conhece a Ana?— perguntei curioso. Não seria nada bom pra mim se elas se conhecerem, por que eu não quero de forma nenhuma que essa "diversão" chegue aos ouvidos dela. Eu sei bem que é errado, mas eu e ela podemos recomeçar depois do casamento.

Assim que eu colocar uma aliança no dedo dela serei um marido devoto, fiel e dedicado, ela não vai ter do que reclamar.

É tão errado mesmo me divertir com outra enquanto ainda posso? Tecnicamente é meu último momento como solteiro oficial.

— Não somos próximas, não se preocupe.— Medy respondeu o que eu queria ouvir e foi me empurrando pra um canto um pouco mais escuro da festa.

Vamos ver o quanto ela consegue me distrair.


Pra compensar vocês pelo meu vacilo de não ter postado ontem, tomem de presente mais um hoje♥️
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A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora