capítulo 44

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Marco Fontenelle

— Não é possível que ainda não tenho nenhum cazzo de uma pista!— Berrei completamente frustrado jogando o copo de uísque contra a parede com força.

— Estamos fazendo todo o possível, Marco.— Henrique é o chefe da segurança e o meu único amigo que não é da família, por esse motivo tem a liberdade de me chamar pelo nome.

Eu estou a meses sem ter uma noite de sono decente concentrando todas as minhas forças na procura pelos traidores  e vez ou outra mandando fazer uma ronda geral pelo nosso território buscando pelo Enzo. E eu não obtive resultado em nenhuma dessas coisas, que inferno!

— Então façam mais, por que o possível não está sendo suficiente!— Retruquei completamente irritado com a situação.

Não é possível que eu estou cercado de incompetentes o tempo inteiro.

— Estamos no rastro do Carter, não se preocupe nós vamos pegá-lo muito em breve.— Henrique disse com certa segurança. Eu espero que ele esteja certo, eu odeio não conseguir alguma coisa, ainda mais quando se trata de algo tão importante.

— Eu quero arrancar a cabeça deles, Henrique.— Respondi deixando o meu corpo cansado cair na cadeira.

Meses sem dormir direito geralmente tem esse tipo de efeito nas pessoas, infelizmente.

Talvez se eu não precisasse dormir as coisas já estariam todas resolvidas.

— E você vai, cara. Eu juro per la famiglia que você vai acabar com todos eles.— Henrique disse de forma solidária  e eu acenei com a cabeça decidido a encontrar alguma forma mais eficiente e a pessoa mais eficiente que eu conheço no que se trata de seguir os rastros de alguém é a minha irmã.

Ótimo, acabou o meu momento de autopiedade.

— Quero que encontre a Bea, envolva ela nas buscas e vamos encontrar o Carter mais rápido.— Dei as ordens e esperei que ele fosse cumpri-las de imediato como de costume, o que não aconteceu, ele ficou lá parado com cara de sem graça ou constrangido.

— A Bea? Sua irmã? Por que eu tenho que envolver ela nisso?— Começou a me bombardear de questionamentos.

— Ela é a melhor pessoa para rastrear alguém, achei que você soubesse disso, a fama dela corre pela famiglia a todo vapor.— Respondi franzindo a testa ainda sem entender a recusa dele.

Tudo bem que ele sempre foi mais meu amigo do que amigo dela, mas eles sempre se trataram com cordialidade e educação, ao menos na minha frente.

— Tudo bem, vou marcar uma reunião com ela para inteirar de tudo o que já temos.— Ele disse dando um suspiro como se estivesse se dando por vencido.

Estranho isso.

— Tem algum problema você trabalhar com a minha irmã?— Questionei com o tom de voz não tão amigável quanto costumo usar com ele.

O Henrique é um bom chefe da segurança e justamente por isso o tornei um assim que assumi o cargo de capo, e além de tudo sempre foi um bom amigo, claro que não tão próximo quanto os meus primos, mas ainda assim um bom amigo, então nunca tive motivo para falar de forma não amigável com ele. Mas se ele tem algum problema com a minha irmã essa realidade vai mudar, eu não admito que alguma pessoa se veja como meu amigo e destrate alguém da minha família, muito menos a minha irmãzinha.

— Não, problema nenhum, eu só achei que ela estivesse exercendo a função de consigliere.— Ele Retrucou rapidamente me deixando mais tranquilo com relação a isso.

— Sabe que ela ainda não pode assumir essa função, só vai poder ser denominada assim caso se case com alguém aqui do território, por que caso contrário vai ser a primeira dama de uma outra máfia. — Respondi mesmo sabendo que isso já é de conhecimento público. A minha irmã tem o desejo de ser a consigliere da famiglia, e eu vou gostar muito se assim for, mas é algo que só vai poder ser concretizado depois que ela se casar, e conhecendo a minha irmã como eu conheço, não acredito que isso vá acontecer muito cedo.

A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora