capítulo 21

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Marco Fontenelle

Fiquei preocupado com o Domenico e essas ameaças idiotas que chegam para ele todos os dias, só que depois da minha conversa com ele comecei a achar que eu estou exagerando um pouco.

Tá, tudo bem que nas cartas a tal pessoa diz que vai pegá-lo e fazê-lo sofrer como nunca antes, mas eu não acredito que alguém vai ser burro assim de tentar, eu posso até ter viajado, mas tem muita gente da família completamente pronto para o combate seja ele quando for.

Então me permiti relaxar um pouco. Olhei para o lado e vi a Ana torcendo os dedos das mãos uns nos outros, vi no mesmo momento que isso é trejeito de alguém bem nervoso.

Sorri.

— Tá nervosa?— Perguntei ainda sorrindo.

— Bastante, se você me falasse logo para onde estamos indo eu poderia ficar mais tranquila.— Retrucou formando um bico com os lábios, tal qual uma criancinha mimada.

— Isso estragaria a surpresa.— Respondi tentando fazer graça. O propósito de ter mantido o destino em segredo foi justamente deixar ela curiosa até os ossos.

— Essa é a ideia.— Respondeu como se fosse óbvio.

— Olha só que descoberta eu fiz sem querer, você não gosta de surpresas?—  Questionei prendendo o riso.

— Eu aprecio o gesto de tentar me surpreender, mas eu prefiro bem mais ter tempo pra me preparar para o que está por vir.—  Respondeu cruzando os braços.

Ela a pesar de toda essa pose, está muito retraída então decidi arriscar um comentário que serviria para de duas coisas, uma. Ou a faria rir e consequentemente relaxar, ou a deixaria ainda mais nervosa e não é isso que eu quero.

Me aproximei um pouco do ouvido dela.

— Mas a surpresa é só o lugar, a noite de núpcias é o mais importante e acho que você já vem se preparando para isso.—  Falei com a voz rouca e grave fazendo ela se arrepiar e se mexer na cadeira.

— Acho que estamos chegando.— Avisou mudando completamente o rumo da conversa.

Talvez ela tenha ficado sim mais nervosa do que antes, porém eu sei que plantei a sementinha do desejo e da curiosidade nela.

— Então é melhor apertar os cintos.— Respondi com um sorriso de lado, levando a mão até a lateral do corpo dela para prender o cinto e aproveitei para dar uma boa apertada em sua cintura.

Fingi não perceber que ela apertou os olhos e suspirou com a minha ação e retornei para a minha posição inicial, com as costas encostadas no encosto da poltrona, olhando para frente com um sorriso no rosto e mil pensamentos depravados na cabeça.

Grazie Dio que estamos mesmo pousando, a minha cabeça está visualizando as cenas e o meu corpo está queimando de vontade de concretiza-las.

— Vamos descer, já tem um carro a nossa espera.— Nessa viagem eu dispensei motorista, eu mesmo vou dirigir para nós dois.

Eu pensei que seria melhor fazer dessa forma, afinal de contas somos recém casados ainda nos conhecendo, tudo o que menos precisamos é de alguém ouvindo tudo o que a gente conversar. Melhor estarmos sozinhos e aprender a conviver com o outro.

— Ainda falta muito? O sapato tá me matando.— Ana disse aceitando prontamente a mão que estendi para ela enquanto caminhamos na direção do carro blindado preto.

— Pode tirar aqui dentro, não tem problema.— Respondi agradecendo as chaves que me entregaram.

Ana pareceu ponderar sobre a oferta, mas a dor e o desconforto nos pés falou mais alto e ela acabou se livrando dos saltos agulha.

A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora