Marco Fontenelle
Ana saiu com a minha mãe a mais ou menos duas horas e eu nem mesmo perguntei para onde iriam. Finalmente eu consigo me concentrar direito nas investigações por que com a minha esposa perto de mim simplesmente não estava sendo possível.
Eu estou vivendo uma verdadeira tortura!
Sacudi a cabeça para afastar os pensamentos do meu celibato obrigatório e voltei a olhar para as cartas.
Bom, o motivo pelo qual pegaram o meu primo nós já temos a bastante tempo, alguém muito ambicioso está querendo nos derrubar e caso conseguisse teria o medo e o respeito de todas as outras máfias, afinal de contas somos a maior e a mais poderosa, e o Dom como meu subchefe sabe de absolutamente todos os meus passos o que daria ao sequestrador um verdadeiro mapa de como minar a minha liderança.
" Vocês não são invencíveis, um dia irão cair"
"Me dê o que eu quero e sua morte será rápida, não me dê e sofra as consequências"
"Acha que o seu priminho vai te salvar? "
"Eu já sei como te pegar"
"Quando eles te encontrarem você não vai passar de um toco flutuante"
"Espero que aguente bastante, vou querer me divertir fatiando você "
Essas foram as frases que mais chamaram a minha atenção, primeiro por que elas se repetem várias vezes em todas as cartas e segundo por que sejamos sinceros, essa pessoa não tem talento nenhum para ameaça ou tortura.
— Enzo, vem cá.— Chamei o meu primo que tinha dado uma pausa na leitura a poucos minutos.
Como ele leu todas as cartas a mesma quantidade de vezes que eu - centenas de vezes- está tão familiarizado quanto eu.
— Isso se repete várias vezes no meu montante também, com certeza é um padrão.— Enzo confirmou o que eu já tinha percebido com um sorriso no rosto.
Não acredito que demoramos tanto tempo assim pra achar isso.
Peguei algumas das cartas e caminhei até a sala onde o Lucien está ainda concentrado nas câmeras de segurança. A Ana deu uma sugestão que ele prontamente aderiu de procurar acesso as câmeras da cidade inteira, até mesmo de estabelecimentos a partir do momento em que as nossas entram em ponto cego.
— Vocês não vão acreditar no que eu achei.— Ele disse quando notou a nossa presença.
Me aproximei ainda mais rápido tentando vizualizar o que ele aparentemente está vendo.
É o momento exato da captura do Dom, ele estava se despedindo de uma garota- provavelmente alguma mundana com quem teve um caso passageiro- e segundos depois três homens surgiram começando uma briga. O Dom conseguiu lutar contra eles com perfeição e quase sem esforço, mas de uma forma bem traiçoeira um quarto homem surgiu atrás dele lhe dando uma coronhada com força fazendo com que o meu primo desfalecesse imediatamente.
Não deu pra ver o rosto de nenhum deles, mas já conseguimos bastante coisa.
— Vimos eles pegarem o Dom, mas em que isso ajuda?— Enzo questionou levando um tapa sonoro na cabeça deferido pelo irmão logo em seguida.
— Não é isso, olha ali no pneu, não estão vendo nada de diferente?— Forcei um pouco mais a vista para a tela do computador.
O pneu traseiro está molhado e cheio de lama, é a única coisa que eu consigo identificar no momento.
— O pneu tá sujo e molhado, idai?— Questionei tentando acompanhar o raciocínio.
— Isso não serve de pista, o pneu deve ter sujado dentro da cidade, não precisa necessariamente ter sido no cativeiro.— Enzo disse aparentemente tão confuso quanto eu.
Ótimo, se nem ele que é irmão gêmeo do Lucien sabe do que o irmão quer falar, não vou ser eu quem vai saber.
— Vou ampliar a tela pra vocês. Olha ali, aquele tipo de musgo preso no pneu só cresce em lugares muito úmidos, a cidade não tem um lugar propício pra isso, mas não muito longe daqui tem. — Ele respondeu logo depois de dar um zoom na tela.
É o tipo de musgo que a gente sempre cutucava na casa de campo da família, perto da casa realmente não tem quase nenhum, mas ao redor do rio da propriedade haviam vários.
— As cartas! O padrão das frases indica isso também, "você não vai passar de um tronco flutuante" planejam matar ele e desovar em algum rio, ou outra coisa com bastante água.— Enzo disse estalando o dedo faltando apenas gritar "eureca" de contentamento.
Peguei um mapa na gaveta do criado mudo da sala e abri no chão.
— Provavelmente eles não estão longe o suficiente para não serem encontrados, mas também não estão tão próximos ou já teríamos descoberto, então essa é a área onde eles podem estar.— Falei fazendo um grande círculo no mapa.
Ainda é uma área grande, mas conseguimos reduzir bastante as possibilidades de cativeiro.
— Eu sabia que tinha alguma coisa nas câmeras.— Lucien disse se sentindo orgulhoso pelo seu grande feito.
— Vamos começar a procurar nessas propriedades que estão mais próximas daqui, todas são áreas rurais então vou dividir equipes táticas grandes para minimizar o risco de emboscada, não vou aceitar que esse figlio de cagna mate algum dos nossos homens.— Determinei já enviando uma mensagem para o chefe da segurança, ele me enviou uma lista dos melhores da equipe e eu deixei a cargo dele a divisão dos grupos.
— Uma equipe tática menor não acaba sendo mais ágil do que uma grande?— Lucien questionou franzindo a testa.
— Mas não sabemos quantos homens estão do lado inimigo, não vou colocar a vida de ninguém em risco.— Retruquei no mesmo momento.
— E nós ficamos em qual equipe?— Enzo pergunta já se levantando do sofá.
— Nós esperamos, em algum momento os sequestradores vão fazer contato de novo e aí o Lucien vai rastrear a torre. Nós vamos ficar na equipe de resgate, avisem as garotas, elas não vão querer perder.— Respondi com um sorriso a nível de psicopata no rosto.
Está muito mais próximo o seu fim, grande desgraçado.
— A sua esposa vai poder ir também?— A voz da Ana soou da direção da porta me fazendo virar para ela.
A minha mãe está só seu lado com um sorriso no rosto, provavelmente ouviu as boas novas assim como a minha esposa.
— O seu treinamento é bom o bastante?— Perguntei para confirmar, eu não posso simplesmente colocar a vida da minha primeira dama em risco assim, sem saber se ela ao menos consegue se virar em uma situação de risco extremo.
— Me teste se quiser.— Respondeu com impertinência e com segurança.
— Ótimo, eu vou testar sim.— Retruquei e ela não parece ter ficado muito contente.
— Que droga, você ainda não entende que não é o único que lidera agora?— Ela perguntou em um tom de voz um pouco mais alto que o necessário.
— Não é isso.— Respondi calmamente na tentativa de acalma-la também. Tudo o que eu menos quero é uma espécie de Dr na frente da minha família.
— Então o que é?— Perguntou ainda irritada.
— Eu só não posso ver você morrer! Será que você consegue entender isso? Eu não posso perder você.— Respondi explodindo com a raiva sem me dar conta das palavras que eu usei.
Ela sorriu e se aproximou de mim me abraçando. Aproveitei a oportunidade para sentir o cheiro dela enquanto retribuo o abraço.
— Eu não vou morrer, ninguém vai. Vai ficar tudo bem.— Ana disse com a voz abafada contra o meu corpo.
Ela tem razão, em todas as minhas missões com os meus primos nada de ruim aconteceu, todos entravamos e todos saíamos.
Mas mesmo assim...
— Eu ainda vou precisar testar as suas habilidades.— Respondi com um sorriso.
Oi pessoallllll, estão mais perto do Dom🤩🤩🤩🤩
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A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle
Romance- Vamos visitar o Brasil, filho, a sua noiva vai fazer 18 anos e exatamente um mês depois disso vocês vão se casar.- Meu pai finalmente disse a que se deve essa reunião surpresa. Que inferno! Eu só tenho 24 anos e agora preciso me casar? Eu sempre...