capítulo 11

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Marco Fontenelle

— Vamos tentar ser rápidos, ok?— Falei assim que saimos do carro e fomos na direção de um de nossos centros de distribuição de armas mais importantes de Veneza. Estamos tendo prejuízo em outros negócios também, mas eu achei mais importante solucionar o desvio das verbas adquiridas com a venda das armas, é uma das principais fontes da máfia e tem algum desgraçado pensando que pode me roubar.

— Você acha que é o cara que deixamos responsável pela venda que está desviando ou tem uma terceira pessoa?— Domenico questionou andando ao meu lado.

— É ele com certeza, que tipo de idiota deixaria uma conta tão alta na mão de qualquer um? Se algo desse errado o pescoço dele que iria sobrar de qualquer forma.— É só um soldado que estava tentando subir dentro da máfia, meu pai viu que estávamos precisando de alguém pra essa função e deu a oportunidade pra esse ser desprezível, e ele não soube fazer por onde.

Abri a porta do galpão e em silêncio, ainda encoberto pelas sombras fiquei observando o soldado Clint agir como um tirano com os outros soldados.

O desgraçado pensa que ele tem o poder de capo. O meu poder. Bom, futuro poder na verdade.

— Andem logo seus estrupicios, tempo é dinheiro e você estão perdendo muito! E nem adianta ficar torcendo a cara pro que eu digo, eu mando aqui!— Ele gritou batendo no peito.

— Tá fantasiando que você tem a minha vida, Clint?— Perguntei saindo das sombras com um sorriso no meu rosto quando vi o homem se tremer inteiro.

— Eu acho que você está em sérios problemas, amigo.— Domenico disse ironizando a última palavra. Ele é tão maníaco psicopata quanto eu, e a nossa fama já corre bastante entre os membros da famiglia, sejam eles de um posto alto ou não.

— Senhor Fontenelle, eu só queria que eles trabalhassem mais rápido.— Disse descendo da caixa na qual estava em cima. Eu acho mesmo que o homem estava se sentindo um rei mandando e desmandando em tudo, pobre idiota.

— Claro, por que a sua devoção ao comando Fontenelle é grande demais, não é isso?— Indaguei ironicamente tirando uma faca do cós da minha calça e começando e gira-la no dedo, apenas para me divertir vendo o desespero no rosto do homem.

Mas eu preciso admitir, ele está conseguindo manter a pose.

— Claro que sim senhor, Tutto per la famiglia.— Disse batendo um punho no peito em sinal de lealdade exatamente como acontece na iniciação.

Todos os homens passam por uma, e ela é bastante dolorosa, principalmente quando você vai ser o futuro chefe, no entanto como eu disse, todos os homens da famiglia passam pela iniciação, sejam eles traidores ou não.

— Vamos conversar, Clint.— Anunciei colocando a faca no lugar de origem. Algo me diz que eu vou precisar das duas mãos livres.

Todos os soldados pararam de trabalhar e olharam para mim.

— Não precisam parar o que estão fazendo, apenas ignorem se começarem a ouvir alguns gritos pedindo socorro, as vezes a acústica desse lugar é boa demais.— Domenico disse com um sorriso zombeteiro caminhando lentamente até o Clint, e de uma única vez apoiou a mão atrás do pescoço dele e o forçou a caminhar.

— Senhores eu juro que não fiz nada de errado, per favore.— E a pose toda dele começou a se desfazer em lágrimas. Isso é tão deprimente.

— Seja homem Clint, não vá molhar o chão com lágrimas, pode acabar escorregando.— Domenico falou entre gargalhadas. Eis aí um homem que sabe brincar com a cabeça dos interrogados, isso sempre é muito útil pra mim já que ele começa com o psicológico deixando a mente da pessoa bem fraca e pronta pra falar tudo. Isso faz com que as torturas durem menos tempo.

A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora