Ana Fontenelle
Acordei um pouco sobressaltada com o barulho no andar de baixo.
Eu devo estar com um pouco mais de dois meses de gestação e desde que eu descobri tudo o que eu sinto é fome e sono.
Tirei o cabelo do rosto e levantei da cama já que já está mais do que claro que eu não vou conseguir voltar a dormir tão cedo.
Melhor ir ver logo o motivo dessa gritaria.
Desci as escadas e ninguém pareceu notar, todos estão muito agitados e eu tenho a impressão de ter visto o tio Tom chorar um pouco de felicidade.
— O que aconteceu?— Perguntei um pouco mais alto do que seria necessário em uma sala mais silenciosa.
— As notícias são ótimas, amore mio. — Marco disse caminhando até mim com o rosto reluzindo de felicidade.
Bom, a única coisa que poderia deixar a todos tão felizes assim é se o Dom estivesse de volta, mas até onde eu sei ainda não temos a localização exata e....
Ai meu Deus! Eles encontraram?
— O Dom? Vocês acharam ele?— Questionei tentando manter os meus pés completamente no chão. Não quero me animar e no fim não ser algo tão bom assim.
Essa família é meio doida, é bem possível que eles estejam comemorando por alguma besteira que tenham dito.
— Bom, praticamente isso. O Lucien conseguiu rastrear a torre quando eles ligaram e temos três possíveis cativeiros, com certeza um deles é o certo.— Bea respondeu a pergunta com o rosto tão contente quanto o do irmão.
E com certeza como eu devo estar também nesse momento.
— Meu Deus! Já dividiu as tropas? O meu pai já mandou o tranquilizante? Em que equipe eu vou ficar?— Comecei a disparar um milhão de perguntas por segundo completamente empolgada com a possibilidade de resolver toda essa confusão muito em breve.
Não posso negar que a minha felicidade não é apenas por finalmente encontrarmos do Domdom, mas também por que isso está acontecendo em um momento onde a minha barriga ainda não está grande o suficiente para me impedir de fazer parte das equipes táticas.
Eu quero estar presente no resgate e quero estar presente no interrogatório também.
— Você não pode ir.— Marco respondeu dando de ombros como se fosse óbvio.
— O que você quis dizer com "eu não posso ir"? — Perguntei franzindo as sombrancelhas.
Será que ele ainda não aprendeu que simplesmente não pode mandar em mim?
— Ai Dio mio, vai começar tudo de novo.— Enzo disse dando um suspiro cansado e se jogando no sofá logo em seguida.
— Vai começar o que?— Marco perguntou desviando o olhar de mim para o seu primo.
— A discutir, vocês fazem muito isso por que você vive tentando mandar nela e ela é teimosa demais para se deixar ser mandada. Mas não me deixem atrapalhar, já podem começar.— Dessa vez Lucien disse dando um sorrisinho e gesticulando com as mãos para nós dois.
Eu não sou teimosa, simplesmente não acho que um casamento seja motivo suficiente para eu me tornar uma esposa troféu.
— Isso vai mudar quando ele parar de pensar que manda em mim.— Respondo com impertinência cruzando os braços na altura dos peitos.
— Eu não estou tentando mandar em você.— Ele respondeu com a voz mais baixa do que a minha e aparentemente completamente tranquilo.
— Claro que você está, eu não vou virar um esposa troféu e você sabe disso. Eu quero ajudar caramba.— Retruquei com a voz um pouco manhosa tentando convence-lo de que eu sou boa o suficiente para estar lá.
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A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle
Romance- Vamos visitar o Brasil, filho, a sua noiva vai fazer 18 anos e exatamente um mês depois disso vocês vão se casar.- Meu pai finalmente disse a que se deve essa reunião surpresa. Que inferno! Eu só tenho 24 anos e agora preciso me casar? Eu sempre...