capítulo 39

7.9K 534 24
                                    

Marco Fontenelle

Foi uma conversa difícil, poren muito necessária. Segundo o médico que está cuidando do Dom, a maior ferida dele é a psicológica, e essa também é a mais difícil de curar.

Tio Conrad e tia Luara estão um pouco mais calmo, claro que não calmos de verdade, mas o suficiente para controlar as lágrimas e se aproximarem do meu primo.

— Sinto muito que você esteja carregando tanta culpa que não é sua no coração querido.— Tia Luara disse fungando e passando a mão esquerda no rosto do Dom, fazendo carinho.

— Seja la o que tenha acontecido, a culpa não foi sua, e nós nunca te odiariamos por isso.— Tio Conrad disse dando completa razão a esposa.

Eu sei que o Domenico não vai se afastar dessa culpa tão cedo, mas ao menos as pessoas mais afetadas com tudo isso não concordam que ele é o grande monstro que destruiu sua família.

Respirei fundo percebendo que eu e a Ana não somos mais necessários aqui, e como se soubesse o momento perfeito a Bea me enviou uma mensagem falando que a Stella está acordada e aparentemente bem disposta.

Ótimo, finalmente vou poder ter uma conversa de verdade com ela, averiguar se ela se lembra de alguma coisa que possa ser usada por que até agora não temos nada além da minha fúria.

— A Stella acordou, melhor eu ir tentar conversar com ela agora.— Falei me levantando do sofá junto com a minha esposa.

— Claro, qualquer informação nova por favor nos diga.— Tio Conrad pediu e eu assenti.

Eu e a Ana saimos porta a fora rapidamente deixando os três terem uma conversa sozinhos. Talvez isso ajude o meu primo também.

— A minha ultrassom é hoje, marquei para daqui cinco minutos, vou ver se a Bea quer ir junto comigo.— Ana disse pousando a mão na barriga já aparente agora que estamos entrando no quinto mês.

— Vai saber o sexo do bebê hoje? Cazzo eu quero ir.— Reclamei automaticamente. Eu assumo que estou me saindo um grande pai babão e marido cadelinha, e me orgulho muito disso, cada coisa nova na gestação ou mesmo uma nova coisa que conhecemos sobre o outro no nosso casamento me deixa ansioso e animado tanto que eu tinha prometido que não iria perder absolutamente nada de nenhum dos dois.

Aparentemente a minha promessa não vai poder se manter de pé.

— Eu sei que você queria ir meu amor, mas não se preocupa, você tem que conversar com a Stella antes que ela durma de novo.— Ana disse compreensiva.

— Não, eu vou na consulta sim.— Falei teimoso me convencendo de que é a melhor decisão sim. Que diferença pode fazer falar com ela hoje ou amanhã?

Ana mudou a expressão de calma e tranquila para uma completamente mandona.

— Você vai conversar com a Stella, isso é o mais importante agora, a sua irmã vai comigo na consulta e quando eu sair de lá você fica sabendo o que o médico disser, entendeu?— Perguntou em um tom de voz de comando.

Soltei o ar dos pulmões e olhei para ela vencido. Acho que nunca mais vou sentir o gostinho de "vencer" alguma discussão no casamento.

— Tá bem, eu vou conversar com a garota, mas não se acostuma por que não é sempre que eu vou obedecer você.— Respondi cruzando os braços tal qual um garotinho contrariado.

Ela suavizou o rosto e sorriu.

— Mi amore, você já obedece.— Respondeu me dando um beijinho rápido e caminhando balançando os quadris até a minha irmã me deixando completamente embasbacado para trás.

A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora