capítulo 5

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Ana Olivares

Comecei a me arrumar bem cedo pra festa. Em partes por querer ficar incrível de tão bonita, mas também pra evitar a família do meu-agora sim- noivo.

Eu gostei bastante da Beatrice, e vou ter tempo de sobra pra ficar amiga dela, mas eu não quero mesmo ter que ficar sorrindo de forma polida o tempo inteiro, sempre em alerta tentando evitar que eu diga alguma besteira imensa. É exaustivo e hoje é o meu aniversário.

Dei mais uma conferida no meu vestido antes de sair, está perfeito! É vermelho, justo até a cintura e depois um pouco mais soltinho indo até a metade das minhas coxas.

Desci as escadas de vagar, sei bem que todos estão na sala me esperando a bastante tempo e eu gosto de causar suspense. Assim as atenções ficam voltadas pra mim.

— Dio Mio, você está perfectta! Perfeita!— Beatrice disse colocando as mãos na frente da boca que já estava aberta em um "O" perfeito. Sorri para ela.

O elogio foi muito gratificante já que todos os outros pareciam ter perdido a capacidade de falar.

— Belíssima mi amore. Perfectta dona mia.— Domenico falou em um suspiro admirado.

Eu até poderia ter me sentido incomodada com isso, podia mesmo, mas mesmo ele tendo dito dessa forma, eu sei que ele me vê automaticamente como parte da família dele. É bem fofo, na verdade, embora o olhar que o Marco deu em direção a ele não pareça entender dessa forma.

— Reformulando, você está linda demais futura prima.— Ele disse novamente olhando para o primo de forma bem irônica e mesmo assim o Marco assentiu concordando com a nova sentença.

Revirei os olhos.

— Vamos logo, acho que já estamos atrasados o suficiente.— Falei chamando a atenção de todos. Odeio me sentir propriedade de alguém, e advinha o que ele fez? Exatamente isso.

Ninguém me questionou e quando eu achei que fossemos nos dividir em carros meu pai apareceu com mais um de suas grandes surpresas. Uma limusine na minha cor favorita e com o meu nome na placa.

— Roxo pai?— Perguntei rindo. Eu adorei saber que vou chegar tão bem assim na minha festa! Sempre fomos sim muito ricos, a minha família controla o segundo cartel mais poderoso até onde me consta, mas eu nunca tive esse tipo de extravagância antes já que sempre tentamos ser mais discretos com a nossa condição de vida pra não chamar tanto a atenção. Estou super feliz de finalmente poder ter algo assim, essa é uma das coisas boas da família Fontenelle, eles são bem menos discretos que nós.

— É a sua cor favorita, não é boneca? Eu tinha pensado em uma rosa, mas acho que você não ia gostar.— Meu pai disse surgindo do teto solar da limusine.

Eu realmente não gosto muito de rosa, acho que me faria parecer exatamente o que já pensam de mim, uma grande patricinha metida a besta.

— Eu adorei pai, mas precisava mesmo o meu nome na placa?— Perguntei com um pouco de implicância. Eu amo a minha mãe, amo mesmo, mas aqui em casa sempre foi tudo de forma "igualitária", eu e o meu irmão sempre tivemos tudo igual, até na divisão de pais, a minha mãe é muito mais apegada a ele e eu ao meu pai. Antes isso me machucava, essa distinção que ficava clara quando o meu irmão morava com a gente, mas depois eu comecei a entender que talvez seja por que ela sempre quis ter um menino pra que o comando da máfia não saísse da nossa família, quando eu nasci deve ter sido uma grande decepção pra ela e depois minha mãe passou vários anos tentando engravidar de novo pra ter o tão sonhado futuro chefe.

— Hoje é o seu dia Princesa, me deixa ser exagerado.— Meu pai respondeu com um sorriso contagiante no rosto.

Me surpreendi quando o Marco abriu a porta e chamou a minha atenção.

— A aniversariante primeiro, per favore.— Disse de forma galante. Dei de ombros e aceitei a gentileza, sendo a primeira a entrar na limusine maravilha.

Logo em seguida ele entrou e depois todos os outros.

— O seu pai sabe aproveitar a vida.— Beatrice disse pegando um dos docinhos que estão aqui e comendo. Uma grande variedade de pirulitos e chocolates, tem até brigadeiro e nenhum deles pegou um. Estranhei, mas não falei nada.

— Ele é incrível.— Respondi olhando totalmente admirada pro homem que me deu a vida. O melhor pai do mundo com certeza, embora eu sempre tenta tido a certeza de que não vou fazer nenhum tipo de diferença entre meus futuros filhos.

— Ah, nós temos um presente pra você.— Senhor Giuseppe disse com um sorriso amigável no rosto. Um presente além desse anel no meu dedo? Será que colocaram um laço na cabeça do Marco pra acompanhar?

— Que presente?— Perguntei tentando tirar a minha mente da imagem Ilária do Marco com essa pose toda de machão, com um laçarote amarrado na cabeça.

Ele olhou pra Beatrice e ela tirou de dentro da bolsa um embrulho não muito grande e me entregou. Eu ia deixar pra abrir depois, só que todos eles estão olhando pra mim com certa expectativa.

— Vamos querida, abra o presente.— Minha mãe incentivou.

— Pode ficar tranquila que não é nada tão extravagante quanto essa família.— A senhora Natacha disse rindo da minha feição.

— Mas também não é nada que seja insignificante.— Penélope, uma das primas de Marco disse empolgada.

— Você vai gostar, pode confiar na gente.— Isa, a outra prima dele, gêmea da primeira, completou a fala da irmã. Olhei pro Lucien e pro Enzo, pra cada um dos tios do Marco e nenhum deles tem a feição suspeita, então eu resolvi confiar e  abrir o embrulho de uma vez.

É uma daquelas câmeras de foto instantânea, polaroides os nomes das fotos eu acho, e eu simplesmente adorei! Veio até com alguns refis de papel, ideal pra registrar todos os momentos.

— Eu adorei, muito obrigada.— Sorri agradecida pra cada um deles. É um presente singelo, mas eu amei tanto esse mimo.

— Fico feliz que você tenha gostado do presente da minha família, mas eu tenho um só meu.— Marco disse chamando a minha atenção pra uma caixinha bem menor que a de sua família nas mãos. Olha só, ele também teve a delicadeza de me trazer um presente de verdade.

Talvez ele não seja o pior dos canalhas no fim das contas.

— Outro presente?— Perguntei um pouco desconfiada e ao mesmo tempo empolgada preciso admitir.

Ele não respondeu, ao invés disso abriu a caixinha na minha frente revelando um colar lindo. Um cordão dourado com algumas borboletas, eu não sei explicar muito bem o motivo, mas me transmite a sensação de lar.

— Posso?— Perguntou quebrando o meu contato visual com o objeto na minha frente.

— Claro.— Respondi virando de costas pra ele e afastando o meu cabelo pra que ele consiga fechar o colar no meu pescoço. É simplesmente lindo, eu adorei.

— Ficou ótimo.— Marco disse como se estivesse olhando pra uma obra de arte, e não apenas pra um colar simples que ele mesmo acabou de me dar. Decidi não dar uma confiança excessiva pra ele, aprendi que não é bom confiar logo de cara em ninguém, e além de tudo, eu nem conheço ele. Ele pode muito bem estar mostrando apenas o que quer que eu veja.

Não precisei responder nada, a limusine já está parando na frente do salão de festas. Pensei em fazer apenas um jantar de aniversário no meu restaurante preferido, o le bistrô, do chefe Matteo Drummond, mas me convenceram a dar uma grande festa. Agora eu sou super grata por tanta insistência.

Estou ansiosa pra saber o que essa festa guarda pra mim.

Oi pessoal, vocês estão bem? Eu não, infelizmente. Quero começar pedindo desculpas a vocês por não ter postado ontem conforme o prometido, mas eu achei que fosse estar contente ontem e passei a noite chorando. Enfim, vamos deixar pra lá o que me deixa triste e vamos pensar no que me deixa feliz, vocês estão gostando desses dois? Eu acho que tudo tá muito calmo, vocês não acham?🤯
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A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora