capítulo 3

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Marco Fontenelle

- Anda logo Beatrice, todo mundo já tá no avião esperando.- Gritei a minha irmã pela milésima vez desde que saímos de casa.

A Bea é quatro anos mais nova que eu e uma das pessoas que eu mais confio na vida, mas isso não me impede de me irritar com a demora desnecessária dela. Pra que duas malas pelo amor de Dio? Nós nem vamos ficar mais de três dias lá.

A missão é simples, ir toda a família pro Brasil, fazer o pedido de casamento hoje, amanhã participar da festa da Ana, fazer o anúncio das núpcias eminentes e no dia seguinte volta pra casa já trazendo a Ana pra aguardar o casamento aqui. Literalmente nem chegam a 3 dias completos.

- Se você me ajudasse eu conseguiria ir mais rápido.- Ela disse passando por mim arrastando as malas com uma cara bem enfezada. Que pena, culpa toda dela.

Entrei no avião e me sentei do lado do Dom, tanto Enzo quando Lucien estão dormindo já que voltaram de uma missão pela madrugada, fizeram tudo bem rápido pra não perder a viagem, a Beatrice está junto do tio Tom e da tia Luara que está dormindo no ombro do marido dela, meu tio Conrad, e a Isa está do lado da Penélope.

Os meus pais estão bem na minha frente, cada um com uma expressão diferente. Minha mãe com um olhar doce e o meu pai com a mesma expressão seria de sempre, mas com a convivência eu fui capaz de identificar um minúsculo sorriso na minha direção.

- Para de se fazer de impassível Giuseppe, eu conheço essa cara, sei que você tá doido pra abrir um sorriso de verdade.- meu tio Tom disse assim que levantamos vôo jogando uma almofada na cara do meu pai.

- Tô mesmo! Nem acredito que o meu filho vai se casar, eu sei que a iniciação tem o objetivo de tornar vocês homens feitos, ama acreditem que só o casamento pode fazer isso completamente.- Ele disse olhando com muito amor pra minha mãe. A história deles dois é bem engraçada na verdade, a minha mãe era prometida do meu pai desde criança, mas ela tinha um namoradinho de infância e meu pai não sabia disso, ficou sabendo alguns dias antes do casamento e só por que o cara tentou sequestrar a minha mãe. Meu pai matou ele no dia do casamento e eles dois vivem felizes para sempre. Uma história muito engraçada, de fato. O homem com certeza queria morrer, quem em sã consciência tenta sequestrar a noiva do capo da Itália? E achar que vai sair vivo disso é pura burrice, ainda mais por que a minha mãe nunca deu esperanças pra ele, pra ela realmente nunca passou de um amorzinho infantil.

Será que eu sou maluco por achar essa história sangrenta engraçada? Não, acho que não.

- Que bom que você tá animado, pai.- Falei sorrindo sinceramente.

Eu estou até que bem tranquilo com essa situação toda, a minha vida desde muito cedo é feita de selar acordos além das missões, e esse casamento claramente é a primeira opção, selar um acordo muito importante.

- E você devia ficar pelo menos um pouco mais animado, a garota não é nada feia pelo que eu fiquei sabendo.- Domenico disse do meu lado e eu voltei meu olhar pra ele. Como é que ele sabe que ela não é nada feia? As únicas fotos que eu já vi da garota foram quando eu era uma criança e nenhuma outra depois disso, como em nome da famiglia sagrada é que ele sabe?

- E você sabe disso como?- Indaguei com a voz mais ameaçadora do que eu pretendia. Idai que é só um acordo? Ela vai ser minha esposa cazzo! Eu quem devo saber coisas dela.

- Calma aí, não precisa querer me agredir. Eu vi uma foto dela, os pais dela mandaram pro seu pai e o seu mostrou pro meu, e o meu? Bom, ele mostrou pra mim.- respondeu com um sorriso sínico no rosto.

- Eu também vi.- Bea falou rindo. Traído pela própria irmã, que triste fim esse.

- Eu também.- Isa e Penélope responderam em unissono.

- Resumindo, todos nós vimos menos você.- Minha mãe completou o resumo da ópera me fazendo arregalar os olhos, resultando em uma onda de gargalhada da parte de todos os traidores.

- E por que ninguém me mostrou?- Perguntei cruzando os braços totalmente indignado. Meus pais saberem como ela é até ok, mas toda a família? Isso é uma traição.

- Eu proibi todos de te mostrarem filho, quero que você sinta o deslumbre quando ver pessoalmente. Uma foto nunca faz jus a realidade.- Resolvi não responder mais nada pra não acabar falando besteira. Ainda são 3 da manhã e o voo vai ser bem longo, melhor eu dormir e não pensar nisso.

Acordei exatamente onze horas depois do que eu pensei que seria apenas um cochilo. Acho que eu estava precisando mesmo dormir direito.

- A gente já chegou?- Perguntei bocejando. Cacete, como que eu posso estar tão cansado depois de praticamente hibernar?

- Burro, a gente tá indo pra tão tão distante!- Lucien falou imitando o Sherek. Só faz dormir e quando acorda é pra fazer gracinha.

- Cala a boca, seu mané.- Respondi jogando a almofada que estava apoiando a minha cabeça bem na cara dele. Bem feito, tomara que tenha acertado o olho pra ele lembrar disso o dia inteiro.

- Já estamos pousando, o Rodrigo já está nos esperando na entrada da pista de pouso, vão ser mais uns quarenta minutos até a fazenda que eles moram.- Meu pai disse conferindo o celular dele.

Tratamos cada de um de pagar a sua bagagem e se preparar para o pouso. Eu estou mesmo precisando respirar um pouco de ar puro, ficar tanto tempo preso dentro de um avião me sufoca e cansa a minha pouca paciência.

Assim que descemos consigo avistar de longe um homem bem afeiçoado nos esperando ao lado de uma grande caminhonete. Fiquei um pouco na dúvida de se ele acredita que todos vamos caber aí dentro mas percebi um carro um pouco mais atrás dele com um homem certamente a serviço da família Olivares.

- Giuseppe! Seja bem vindo ao meu país. Você e toda a sua família, é claro.- O Rodrigo diz simpático indo até o meu pai e lhe dando um abraço desajeitado. Primeira vez na vida que eu vejo o meu pai abraçando alguém que não seja da família. O Brasil é realmente um país onde coisas estranhas acontecem.

- Obrigado meu amigo, esse é o meu filho Marco, minha filha Beatrice, minha esposa Natacha, meus irmãos Tom e Luara, meu cunhado Conrad, e meus sobrinhos Domenico, Isa, Penélope, Enzo e Lucien.- Meu pai sinalizou apontando pra cada um de nós respectivamente.

- Vou ter tempo pra memorizar o nome de todos vocês, prometo! Mas por hora só memorizei o do Marco, o da mãe dele e o da irmã.- Rodrigo disse rindo e puxando uma onda de risos consigo.

- Sem querer ser incoveniente, mas eu tô com fome.- Dom disse fazendo todos rirem novamente, e como se tivesse o timing perfeito a barriga dele começou a roncar.

- Já passa do meio dia, as mulheres da casa decidiram cozinhar hoje, acredito que esteja tudo pronto.- Rodrigo disse enquanto nos dividimos entre os carros. Eu, meus pais e a minha irmã fomos junto com ele e ou outros no segundo veículo.

Hmm, então quer dizer que a Ana cozinha? Interessante, hoje vou provar da comida da minha futura noiva. Espero que seja uma comida gostosa, por que eu estou com tanta fome quanto o estômago do Domenico denunciou a diferença é que o meu tem bons modos.


Oi meu pessoalllllll, atenção que a família Fontenelle está no BRASIL, eita meu povo! Tô animada kkkkkkk
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A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora