Capítulo 8

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Marco Fontenelle

Burro, burro! Eu sou muito burro mesmo!

Isso que dá pensar mais com a cabeça de baixo do que com a cabeça de cima, cazzo! Não foi isso que o meu pai me ensinou, eu acabei de ser passado pra trás por uma vagabunda.

Continuei andando tentando controlar a raiva de ter sido de idiota tão facilmente passado para trás, isso não é postura de um futuro chefe.

— Tá com essa cara de bunda por que?— Domenico perguntou enquanto comia um docinho tipicamente brasileiro assim que eu me aproximei dele e dos outros membros da família que estão fechados em um grupo bem seleto.

Respirei fundo e olhei pro meu pai. Melhor despejar a bomba de uma vez.

— Eu destruí o meu casamento antes dele começar.— Suspirei derrotado me jogando na cadeira.

Meu pai franziu a testa e apoiou os braços na mesa.

— Como você fez isso? Vocês estavam se dando muito bem até pouco tempo atrás.— Todos os pares de olhos da minha família estão postos em mim com muita atenção, o que só piora as coisas já que eu vou ter que falar a merda que eu fiz na frente de todos.

— Eu beijei uma amiga dela e ela viu.— Contei a versão resumida dos fatos, se eu já tenho o ódio eterno da minha noiva não preciso ter a raiva dos meus pais também.

— Você fez o que garoto?— Meu pai perguntou entre dentes e eu agradeço a Dio por estarmos em um local público onde ele não poderia puxar uma arma e atirar em mim. Se estivéssemos sozinhos isso bem que poderia acontecer.

— Eu não sabia que elas eram amigas pai!— Tentei me defender mesmo sabendo que não tem defesa.

— Foda-se! Você tinha a obrigação de respeitar a sua noiva, principalmente no aniversário dela! Que merda você tem na cabeça?— Muitas vezes na vida eu vi o meu pai espumando de raiva, mas foram poucas as vezes que eu o vi a beira de um colapso nervoso como agora.

— Calma querido, nem tudo está perdido, ele pode concertar isso.— Minha mãe disse tentando acalmar o meu pai, eu sei que ela está bem chateada comigo agora também, mas não quer explodir como ele por que faria tudo ser ainda pior.

— Eu ficaria mesmo surpresa se ela revidasse a ofensa.— Bea brincou caindo na gargalhada. Se eu matar a minha irmã, as coisas vão ficar melhores ou piores? Por que eu estou bem tentado a isso.

Não tive tempo de responder, a nossa atenção foi chamada para o centro da festa, pelo que eu pude perceber um rapaz, o peão que é amiguinho da Ana, puxou o microfone.

— Gostaria da atenção de todos por favor. A aniversariante gostaria de fazer uma espécie de apresentação para todos nós antes do anúncio que deve ser feito logo em seguida.— Assim que ele parou de falar a Ana surgiu de trás de algumas pessoas e os holofotes pararam em cima dela imediatamente.

— Acho que o meu momento de ficar surpresa com essa garota chegou.— Bea disse rindo de orelha a orelha e eu resolvi apenas ignora-la.

O pai dela se juntou a nós imediatamente com a mesma expressão de confusão que estamos nesse momento.

— O que a sua filha está fazendo?— Meu pai perguntou em completo choque quando uma batida de música começou a ressoar.

— Eu não faço a menor ideia.— Foi o que ele disse antes de cair sentado na cadeira.

Percebi os olhos da Ana focados em mim e então ela moveu os lábios de uma forma a formar a frase "Eu te avisei". Ela não seria maluca de me fazer passar essa raiva aqui.

A batida da música ficou mais intensa e ela começou a mover o corpo de uma forma sensual e logo identifiquei ser funk a tal da música.

Todos os homens estavam babando pela visão e o desgraçado do amiguinho dela se achou no direito de dar palmadas na bunda dela enquanto ela a balançava pra cima e pra baixo.

Eu percebi a música como uma provocação completamente direcionada a mim e devo ter ficado vermelho de tanta raiva.

Ela não precisava agir de forma tão infantil assim! Que inferno!

As pessoas já estão começando a comentar entre si sobre a dança completamente ousada e sem limites dela, até que alguém finalmente tomou alguma providência e cessou a música imediatamente.

No mesmo instante me levantei completamente cego de ódio e empurrei o amigo desgraçado dela. Ele nunca mais vai querer me fazer de bobo, não mesmo!

— Vai lá, encosta nela de novo pra você ver se eu não te faço...— Ele me interrompeu antes de eu concluir a frase.

— Se você o que? Me fazer conhecer o diabo?— Perguntou rindo tentando zombar de mim na frente de todos. Péssima escolha.

— Não, a maldade do diabo você vai conhecer antes de morrer, depois disso vai só queimar no inferno.— Respondi com um sorriso beirando a psicopatia. Percebi um vislumbre de medo passando nos olhos dele. Ótimo, é bom que tenha medo mesmo.

— Você não vai matar ninguém hoje, me entendeu?— Ana disse me puxando pelo braço e só então eu percebi que a festa está no mais completo silêncio, todas as pessoas estão concentradas de sua no que está acontecendo pra desviar o olhar pra suas próprias vidas.

Ok, talvez eu tenha acabado de estragar o aniversário dela de vez.

— Sinto muito que todos tenham presenciado um noivo com ciúmes. A grande notícia da noite é que a minha filha está noiva de Marco Fontenelle, em breve será a primeira dama da famiglia.— O Pai dela disso pegando o microfone salvando a todos nós. Um falatório nunca é bom em máfia nenhuma, isso faz com que questionem a sua liderança e consequentemente abre espaço para rebeliões e talvez a escolha de uma nova família para liderar. Acabaríamos todos mortos.

Segurei a mão da Ana e andei com ela até onde os holofotes estavam com um sorriso no meu rosto, tentando deixar tudo o mais verdadeiro possível.

— Na Itália somos um pouco mais reservados, eu não estava bem preparado pra uma dança brasileira e fiquei com ciúmes, sinto muito amore mio.— Falei em alto e bom som pra que todos ouvissem, mas claro, com o meu olhar direcionado para a minha noiva que está apenas com um sorriso ensaiado no rosto.

— Já que isso começou com uma dança, melhor que termine com uma também. Vamos à dança dos noivos.— Dessa vez foi o meu pai quem disse estando ao lado do pai de Ana, mostrando que as nossas famílias são unidas e fortes juntas.

Percebi a Ana um pouco resistente, mas nada que fosse me causar problemas. Quando já estávamos dançando eu apertei a sua cintura um pouco mais forte em sinal de aviso.

— Nunca mais faça algo assim, me entendeu?— Falei mantendo o sorriso no rosto, pra qualquer pessoa que esteja vendo, nós parecemos um jovem casal apaixonado.

— Você não aprendeu nada ainda? Você não pode me controlar, pra cada coisa que você fizer eu vou fazer pior. Além disso, foi você quem fez sua cama, não reclame por ter que dormir nela.— Respondeu com o mesmo sorriso forçado que eu.

— Eu sou o seu capo, poderia te matar se quisesse.

— Então mate, só assim pra me deixar quieta com as suas ações.

Respirei fundo buscando controle. Dio Mio, onde eu fui me meter?

Kkkkkkkk oi genteeeeeee, o que acharam disso? A Ana está bem brasileirinha. Não esqueçam de votar e comentar MUITO ♥️

A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora