capítulo 12

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Ana Olivares

— Aninha, a mamma está te chamando pra conversar sobre o casamento.—  Olhei para a porta e vi a Bea ali parada com um sorriso no rosto.

Me sentei na cama e sorri de volta. Desde que chegamos de viagem nenhum deles tocou no assunto casamento, o que foi muito bom pra mim. Eu tive tempo pra começar a me adaptar a rotina da família Fontenelle.

— Então não podemos deixar a primeira dama esperando.— Me levantei e desci as escadas junto da Bea. Na sala a mãe do Marco estava com umas vinte revistas de casamento espalhadas e mais umas dez de amostras de tecidos. O dia vai ser bem longo.

— Querida, espero que não se incomode, eu já decidi a maior parte da decoração da cerimônia, mas deixei o seu vestido e o bolo pra você decidir.— A senhora Natasha disse com um sorriso culpado no rosto.

Eu na verdade agradeço muito que ela tenha se adiantado com os preparativos, eu nunca pensei muito em como queria que meu casamento fosse. Eu fiquei sabendo que era a prometida do futuro chefe italiano ainda muito nova, e a partir daquele momento eu decidi me preocupar apenas com o que eu posso controlar, principalmente o meu desempenho nos treinamentos.

Isso rendeu ótimos resultados, eu sou uma criaturinha perigosa, como meu pai costuma dizer.

— O Marco não vai escolher o sabor do bolo?— Indaguei me sentando no sofá afastando parte das revistas.

— Ele disse que vai vir quando os bolos chegarem, até lá nos vamos escolher o seu vestido.— Dei de ombros.

Bea sentou do meu lado e começou a folear as revistas junto comigo.

Eu não sou o tipo de mulher que usaria um vestido no estilo princesa então logo de cara descartei pelo menos cinco revistas. Percebi pelo canto do olho que eram as preferidas da senhora Natasha e prendi o riso.

Acho que nossos gostos não são muito similares.

— Eu acho que você combina com um vestido mais sereia, Ana. Seu corpo é lindo, vale a pena realçar.— Bea disse levantando uma revista na foto de um modelo lindíssimo. O modelo é sereia mesmo, mas o que chama atenção nele e o fato de que as mangas são feitas de pedrarias que enriquecem o conjunto inteiro.

É perfeito.

— É maravilhoso.— Senti meus olhos lacrimejarem. Eu não deveria ter tentando ignorar todas as coisas relacionadas a esse casamento, por que mesmo sendo uma união arranjada é o meu casamento, e quando eu olhar as fotos daqui a alguns anos eu quero sentir que participei das coisas.

Meus futuros filhos vão gostar de saber disso.

— Então vai ser esse com certeza! Você quer em um tecido mais branco mesmo ou um pérola?— senhora Natasha perguntou completamente imersa no assunto.

— Branco, o vestido já vai chamar bastante atenção para o meu corpo, então vou deixar a cor no tradicional.

Antes que alguma de nós pudesse comentar mais alguma coisa a campainha tocou.

— Acho que são os bolos, pode ir chamar o Marco, Ana?— senhora Natasha pediu e eu prontamente me levantei.

Ela tem sido tão boazinha comigo, e eu preciso admitir que essa transição de países tem sido mais tranquila com o apoio dela.

— Claro.— Subi as escadas rezando pra não me perder na quantidade de portas do corredor, como eu nunca pisei no quarto do Marco não faço ideia se estou indo pro lugar certo.

Bati em uma porta qualquer e esperei resposta. Nada.

Bati na porta ao lado e ouvi um "entre" abafado.

Assim que abri a porta dei de cara com a visão mais tentadora da face da terra. O Marco estava com o cabelo molhado e uma toalha enrolada na cintura. Ele tem algumas cicatrizes espalhadas pelo corpo  e isso contribui pra deixar a imagem ainda mais sexy. 

Precisei apertar as minhas pernas uma na outra na tentativa de aliviar um pouco a tensão.

— Tudo bem?— Ouvi a voz dele me chamando.

— Tudo, tudo sim.

— É que eu estou te chamando faz um minuto inteiro e você parecia fora de órbita.— Marco disse com um sorrisinho bem sacana no canto da boca.

Eu posso apostar que minha linguagem corporal não lhe passou despercebida.

— Sua mãe pediu pra te chamar, os bolos já chegaram.— Falei reunindo o pouco de dignidade que me resta. Tudo o que esse homem não pode saber é que ver ele assim, nesses trajes, me deixa completamente fraca.

— Você ficou nervosa, não foi?— Perguntou descaradamente enquanto vestia uma roupa na minha frente. Automaticamente fiquei de costas para não ver um parte em específico dele, acho que não conseguiria ver sem ficar completamente vermelha.

— Claro que não.— Respondi ainda de costas. Como eu não me virei para ele não consegui perceber que pouco a pouco o Marco estava se aproximando de mim, me dei conta apenas quando senti seus braços me rodearam e me mantiveram colada ao corpo dele.

Marco levantou um pouco a barra da minha camisa, apenas o suficiente para colocar a mão e acariciar a minha pele. O simples contato enviou uma onda de correntes elétricas por todo o meu corpo e eu me senti ceder um pouco nos braços dele.

Droga de corpo traidor!

— Eu acho que você ficou nervosa sim.— Falou ao pé do meu ouvido enquanto distribui beijos no meu pescoço.

— Você é muito pretensioso, Marco.— Respondi tentando manter a minha voz o mais tranquila e falhando miseravelmente. Eu sou uma fraca mesmo, e não vou mais negar isso.

— Eu sou sincero.— Marco me virou de frente para ele me prendendo entre a parede e seu corpo.

Ele abaixou um pouco a cabeça até estar a sentimentos da minha boca, nossos narizes estão se tocando e as nossas respirações ficando cada vez mais quentes.

— Eu também sou sincera.— Respondi me entregando de uma vez ao momento.

Ele definitivamente não merece, afinal esse é o mesmo homem que estava aos beijos com a minha até então melhor amiga no dia do meu aniversário, mas pensando bem, não tem por que uma coisa interferir na outra.

Eu me sinto fisicamente atraída por ele, mas isso não significa que eu vá esquecer o que ele aprontou. O homem sabe apertar os botões certos pra me deixar nervosa e com uma sensação de excitação crescente, fora que de qualquer forma ele vai ser meu marido logo logo, não é como se eu fosse viver um casamento celibatário.

Eu definitivamente não sirvo para o celibato e o Marco apenas confirma isso.

— E qual coisa sincera você tem pra me falar?— Indagou descendo a mão até a minha bunda.

Sorri.

Eu realmente posso estar desejando esse homem de várias maneiras, mas eu não posso evitar a possibilidade de me divertir com a pretensão dele.

Nunca é bom um homem achar que o jogo já está ganho, então a solução é complicar um pouquinho para eles.

— Que temos bolos para provar.— Falei com um ar de inocência me segurando para não rir da cara de bobo que ele fez.

— Você é uma criaturinha má e perversa.— Marco disse completamente incrédulo.

Dei dois tapinhas no rosto dele antes de passar pela porta.

— Estou te preparando pro nosso casamento querido.— sorri com deboche e inocência fingida e desci as escadas sendo seguida por ele.

A Ana é uma criaturinha má e perversa né? Kkkkkkk
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A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora