Capítulo 38

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Ana Fontenelle

Tudo anda um completo caos e eu não sei nem com o que eu preciso me preocupar mais.

A família inteira está em um grande colapso nervoso, o Lucien parece arrependido das barbáries que disse ao Dom, mas aí mesmo tempo não tem se esforçado para falar com o primo, eu sei que ele não tá agindo da maneira certa, só que esse momento de tristeza pertence a ele.

O Dom está o próprio poço de culpa e de tristeza, eu mesma já o peguei chorando e olhando para o nada centenas de vezes na última semana, e mesmo com todos nós, inclusive as gêmeas, afirmando para ele que a culpa do que aconteceu com o Enzo não foi dele, o Dom não acredita e segue se martirizando.

Além desses dois eu ainda preciso me preocupar com a minha gestação que já está caminhando para o quarto mês, inclusive no meio dessa correria toda eu acabei perdendo umas duas consultas e fui imediatamente repreendida pela minha sogra e por meu pai no telefone. Eu dei a boa notícia a eles recentemente para aliviar um pouco a onda de notícias ruins.

E então tem o meu marido que como o grande teimoso que é anda se dividindo mais do que deveria, ele está sempre ao lado do Dom fazendo o que pode, tentando fazer o Lucien se sentir bem, tentou fazer um pequeno interrogatório com a garota, que agora sabemos que se chama Stella e tem mesmo 17 anos, mas esse interrogatório se provou bastante inútil já que ela não se lembrou de nada que fosse minimamente relevante. Claro que essas são apenas algumas das preocupações do Marco, a principal delas é que ele continua procurando pelo Enzo e a casa dia que passa as minhas esperanças de que ele esteja vivo se dissipam, eu já tentei dissuadir o meu marido dessa ideia fixa, mas ele está obicecado e obstinado com isso, não existe outra opção a não ser deixar ele continuar as buscas e sentir o meu coração se partir um pedacinho a cada decepção que ele encontra no caminho.

Isso tudo sem nos esquecermos que somos agora os líderes da máfia italiana, existem muitas demandas que precisam da nossa atenção.

E como nada que é ruim se contenta em não piorar, os pais do Lucien decidiram vir hoje para cá, e não tem a menor possibilidade da notícia não ser dada imediatamente.

Já estamos escondendo isso a muito tempo e eles são os pais, merecem saber o que aconteceu.

— Eles vão me odiar.— Domenico disse olhando fixamente para a parede branca na sua frente, completamente sem expressão no rosto.

Os meus sogros obrigaram o tio Tom a ir em casa descansar um pouco e aproveitaram para ir também, as garotas e o Marco estão no quarto ao lado tentando fazer a cabeça da Stella funcionar, e eu estou aqui fazendo companhia ao Dondon.

O Lucien eu sinceramente não faço a menor ideia de onde esteja, o senhor Giuseppe o proibiu de ir encontrar os pais antes deles chegarem aqui por que ele afirmou que o sobrinho iria contar os fatos do seu próprio jeito e isso deixaria tudo muito pior do que já é.

Fiquei impressionada por ele ter obedecido sem pestanejar, acho que até a própria família tem medo do senhor Giuseppe, e pelo que eu sei não é para menos, as histórias que eu ouvi ao seu respeito são de arrepiar os cabelos de um careca.

— Não vão te odiar não, por que isso não foi sua culpa. Você precisa parar de se culpar assim Dom, isso não é saudável.— Falei ao mesmo tempo com um tom de repreensão e de compreensão. A situação dele me deixa mesmo muito dividida.

— Os meus tios sabem que os filhos deles vieram para livrar a minha bunda da maior encrenca que em que eu já estive, e eles vão querer ter a quem culpar Ana, lógico que vou ser eu.— Ele respondeu conformado e derrotado me deixando ainda mais triste.

A Prometida Do Mafioso - Livro 1 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora