capítulo dez

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Enquanto ele experimentava duas camisetas com estampas diferentes, tudo que eu podia fazer era ficar encarando um amontoado de roupas masculinas em promoção e pensar

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Enquanto ele experimentava duas camisetas com estampas diferentes, tudo que eu podia fazer era ficar encarando um amontoado de roupas masculinas em promoção e pensar... Não!

Respirei fundo, tentando manter o foco em como aquelas roupas eram padronizadas enquanto caçava meu fone de ouvido perdido na mochila que estava comigo desde as aulas matutinas.

Branco. Branco. Azul. Preto. Preto. Preto. Preto Estampado. Outra sem estampa. Branco. Xadrez. Xadrez Vermelho. Quem colocou aquele branco longe dos outros brancos?

Encontrei a caixinha dos fones bem ao fundo do bolso do meio, mas eles não estavam dentro como deveriam. Também não estavam jogados, soltos com descaso. Eu deveria ter esquecido em cima da cômoda.

Você se lembra daquela vez que... Não!

Precisava ignorar aquelas palavras que surgiam sorrateiramente, com lembranças que deveriam ser esquecidas. Não precisava pensar em como havia sido vergonhoso quando...

Definitivamente, não!

Tentei praticar um pouco de meditação, focando em respirar lentamente para relaxar o corpo. Eu era péssima naquilo, apresentando dificuldade em realizar o movimento mais automático do meu corpo.

Como podia uma pessoa não conseguir controlar a própria mente?

Peguei a camiseta que estava fora do lugar, pronta para colocar junto com suas irmãs gêmeas, e nesse mesmo momento, Finnegan retornou do provador.

— O que você acha?

Dei uma pequena analisada, tentando descobrir o que havia de diferente naquela opção que ele me apresentava.

— Você trocou de jaqueta? — Perguntei. — Por que parece que é a mesma com que você estava dois minutos atrás...

— Essa é veludo, Susan. — Rolou os olhos, incomodado com minha indiferença em relação a roupa que havia escolhido. — E a camiseta tem o desenho de um pequeno urso polar bem...

— Fofo? — Segurei a risada.

Emburrado com meus comentários, Finnegan se afastou e escondeu seu corpo outra vez atrás das cortinas do provador.

— A intenção era que você me ajudasse...

— Estou ajudando. — Respondi, verificando a pilha de roupa que ele havia separado para experimentar. — Apenas não consigo imaginar que você é o tipo de cara que usa roupas com estampas fofinhas.

— E que tipo de cara imagina que eu seja?

Pensei um pouco, desviando meu olhar para um manequim com uma jaqueta de couro. Ele estava posicionado um pouco mais alto, no centro da loja.

— Do tipo que não está nem aí para nada, exceto para si mesmo. — Respondi. — Quais são os motivos para toda essa insegurança na escolha de uma roupa casual?

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