capítulo vinte e cinco

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Fui incapaz de ir embora naquela noite

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Fui incapaz de ir embora naquela noite.

Precisava garantir que ela estivesse bem, ter certeza que quando eu atravessasse a porta de entrada nosso relacionamento - seja lá o que ele fosse - ainda existiria. Claro que ainda tinha que lidar com a questão relacionada a casa de meus pais, mas naquele momento a única coisa que eu seria capaz de fazer era estar com Susan.

Não trocamos muitas palavras após aquela cena. Em silêncio, acompanhei seus passos pelo apartamento e observei enquanto tomava um copo de água para se acalmar. Aos poucos seu olhar ganhava confiança, voltando a encontrar com o meu com a mesma frequência que costumávamos ter e suas mãos me guiaram para seu quarto.

Era um cômodo quase tão simples quanto o restante da casa. Suas paredes ainda eram brancas, sem muitos detalhes, e os móveis em tons alaranjados eram parte da coleção de outono de uma loja de departamento local.

Próximo à luminária que se escondia ao lado da cortina, estava um pequeno display de medalhas com uma pequena coleção de fotografias e mensagens inspiradoras. Enquanto ela procurava uma outra muda de roupas dentro do closet, me aproximei da pequena estante para conhecer um pouco mais de seus feitos.

Cinco troféus tinham seu nome gravado, por diferentes competições. Medalhas pareciam ser pouco mais de vinte, embora algumas fossem apenas por participação. E ainda assim, o item que mais chamava a atenção era uma pequena escultura de madeira com uma placa de metal.

— Pior Irmã do Mundo? — Perguntei.

— Connor me deu esse prêmio depois que eu perdi a chance de participar de uma competição importante porque ele estava doente e não tinha ninguém que pudesse me levar. — Susan contou, colocando a roupa escolhida em cima da cama. — Foi a coisa mais legal que ele me deu.

Deixei uma risada escapar, embora ainda me parecesse estranha ter recebido um título tão ruim. Talvez fosse um sentimento fraterno que eu era incapaz de compreender. Eu era o único filho, único neto e, mesmo que não fosse relevante, único sobrinho. Nunca tive alguém próximo a minha idade que pudesse conviver comigo de forma que criasse esse estranho sentimento.

— Meu irmão sempre foi muito adepto da cultura "faça você mesmo". — Continuou ela. — Não que ele fosse bom com isso, você está vendo quão grotesca está a aparência disso, mas eu sempre achei incrível como nada era capaz de fazê-lo parar de tentar.

— Talvez ele se inspirasse em você.

— Não mesmo, ainda sou a irmã mais nova e por questões sociais devo fingir que é ele quem me inspira. — Balançou a cabeça, deixando um fraco sorriso surgir em seus lábios. — Ei, não olhe para trás agora. Vou trocar de camiseta.

Em minha cabeça, aquilo soou extremamente engraçado. Eu já havia visto seu corpo nu uma vez, mesmo que estivesse levemente alterado pelo álcool, e até mesmo beijei a superfície quente que era sua pele. Mesmo assim, resolvi obedecer e esperei que a garota trocasse sua roupa.

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