capítulo dezesseis

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— Posso ver seu portfólio?

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— Posso ver seu portfólio?

Susan perguntou com curiosidade sincera, encostada ao batente do quarto enquanto eu terminava de desmontar a estrutura da cama. Meus olhos se ergueram por um momento, surpresos com suas palavras.

— Não. — Respondi, fazendo um esforço imenso para manter a seriedade.

— O que? — Espantou-se. — Por que?

— Você acha que não me lembro que zombou do meu curso?

— Eu estava brincando. — Protestou. — Não é como se eu odiasse todas as pessoas de humanas.

Deixei que ela implorasse um pouco mais enquanto soltava o último parafuso. Entre suas palavras, existia uma porção de pedidos de desculpas e justificativas por sua maneira constantemente arrogante. Precisei conter minha risada mais que uma única vez até que terminasse o que estava fazendo e finalmente pudesse levantar.

— Meu portfólio ainda não está pronto. — Confessei, colocando as peças da cama juntas em um canto do quarto. — E você tem meu instagram.

— Eu quero ver o mundo por seus olhos. — Disse ela. — Não apenas aquilo que você editou e pensou bem antes de postar.

Respirei fundo e caminhei em direção a sala.

Minha câmera estava ainda dentro de sua própria bolsa, mantida em segurança de possíveis quedas e poeira. Hesitei por um momento antes de retirá-la de seu esconderijo, mas não demorei para depositá-la nas mãos da garota que esperava com ansiedade no braço da poltrona.

Não estava certo sobre como agir. Caminhei em direção a geladeira à procura de uma garrafa com água gelada. Observei silenciosamente os dedos finos da garota pressionarem o botão para seguir para a próxima imagem e rezei para que não houvessem mais fotos de Jacqueline por ali.

— Você tirou uma foto minha. — Ela me encarou por um momento. — Eu tinha esquecido completamente dessa palhaçada.

— É uma boa foto.

— Quase tão boa quanto minha foto no anuário do ensino médio. — Resmungou. — Como faço para deletar?

— Você não vai apagar nada, Kiesler. — Ameacei. — Tire as mãos da minha câmera.

Os olhos de Susan me encararam de forma travessa e seus dedos começaram a se mover em direção a outro botão.

Sabendo que ela iria descobrir bem mais rápido que uma criança como usar aquela máquina fotográfica, avancei em sua direção para tomar de volta o aparelho antes, mas ela havia sido mais rápida pulando para longe de mim.

— Volte aqui, sua...

— Prenda-me se for capaz, bonitinho. — Disse ela, pronta para correr para longe mim.

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