capítulo trinta e quatro

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Minha cabeça estava girando

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Minha cabeça estava girando.

Respirar pareceu ter deixado de ser uma tarefa automática. Estacionei o carro próximo a esquina e permaneci sentada no banco como se não houvesse nenhum outro lugar para ir. As palavras surgiam em minha mente, bagunçando ainda mais a situação.

Como eu poderia ser tão egocêntrica? Esse tempo todo eu estava pensando apenas em mim. Eram minhas experiências, meus romances, minha família... Permaneci cegada por uma versão de quem eu queria ser e quem eu era.

Finnegan estava abrindo mão de uma possibilidade de crescimento por mim. Porque eu era incapaz de deixá-lo ir e ao mesmo tempo que não conseguia decidir se o que eu sentia era forte o suficiente para chamar de amor.

Eu precisava tomar uma decisão, escolher o que seria melhor tanto para mim quanto para ele. Não queria ser a pessoa que estaria ao lado dele quando finalmente percebesse quão errada tinham sido suas decisões.

— Mantenha a calma. — Disse a mim mesma, fechando os olhos para respirar uma porção de vezes. — Você precisa pensar bem antes de fazer qualquer coisa.

E com as mãos tremendo, resolvi subir para o apartamento onde meu irmão estava abraçado com a namorada no sofá.

— Pensei que demoraria mais para chegar. — Resmungou.

Meu estômago revirou apenas em imaginar que tipo de intenções meu irmão tinha para aquela noite enquanto eu estivesse fora. Já era ruim ele saber coisas sobre minha vida sexual, eu não precisava saber dele também.

Em situações normais, eu teria mostrado o dedo para ele antes de me trancar no quarto, mas dessa vez meu corpo apenas me guiou em direção a geladeira. Não importava que a temperatura estivesse negativa na cidade, eu estava obstinada a acabar com aquele sorvete esquecido no congelador até que todos os problemas desaparecessem.

— Está tudo bem? — Leona perguntou, reparando minha quietude ao caminhar pela casa.

— Como posso saber? — Questionei. — Essa porra toda está confusa demais para mim. Relacionamentos são complicados. Essa ideia maluca de fazer as coisas funcionarem...

E com um grito abafado, eu bati a porta do quarto.

Explicar tudo que estava acontecendo não seria uma tarefa fácil, principalmente quando isso envolvia sentimentos que eu não tinha ideia sobre como controlar. Parecia melhor evitar trocar aquelas palavras, esconder minha frustração embaixo do tapete e me recompor com um sorriso na cara que não gritasse quão ruim as coisas estavam indo.

Terrível, simplesmente terrível.

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Cinco minutos depois meu irmão estava batendo em minha porta com o máximo de delicadeza que conseguia, perguntando se poderia entrar para conversar. Minha resposta saiu como um som estranho, abafado pelo emaranhado de travesseiros onde eu afundava meu rosto.

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