capítulo trinta

219 21 0
                                    

Susan estava visivelmente triste durante a semana seguinte

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Susan estava visivelmente triste durante a semana seguinte.

Embora o tratamento para o câncer de seu cachorro houvesse custado uma fortuna, não se importou ou pensou duas vezes. Estava determinada a fazer o que fosse possível para estender a vida dele e isso incluía se afastar um pouco de mim. Dessa vez estava mais tranquilo, ciente que seu motivo envolvia forças maiores – e não significava que não iriamos nos ver mais.

Poderia passar em seu apartamento duas a três vezes na semana, tentar aproveitar o pouco tempo que tínhamos restante. Também a acompanhei para a primeira sessão de quimioterapia. E mantínhamos nosso relacionamento da melhor forma que conseguíamos.

Em meu dia de folga, estava combinado que iríamos ao cemitério e mesmo eu dizendo que poderíamos deixar para outra oportunidade, ela fez questão de me acompanhar.

— Você pode levá-lo para minha casa. — Ofereci.

Eu estava surpreendendo a mim mesmo por estar indo contra todas as vontades de meu avô ao oferecer estadia a um cachorro e, contente por eu aceitar tão bem seu pequeno demônio, foi o que ela fez.

Darth ficou no carro enquanto caminhávamos por entre as lápides de diferentes tons cinzentos, com um aviso no celular informando que o ar estava ligado e que voltaríamos em quinze minutos – para garantir que ninguém tentaria quebrar o vidro para salvá-lo de uma possível morte dolorosa.

Apontei a direção do jazigo de meu avô e a garota ao meu lado pegou em minha mão. Embora meu coração ainda estivesse despedaçado com a ausência daquele homem, era como se ela fosse capaz de pegar os pedaços e mantê-los juntos.

Sorri para ela, tentado a roubar um beijo.

Ficamos em silêncio assim que nos aproximamos da lápide que trazia as informações de meu avô – seu nome, ano de nascimento e falecimento. Abaixei para depositar uma flor em seu túmulo e soltei um suspiro pesado. Esperava que se houvesse um mundo pós vida, ele estivesse descansando como meus pais e vendo que estava tudo bem comigo naquele momento.

Ces't la vie? — Perguntou a garota ao meu lado.

— Meu avô costumava dizer isso para mim sempre que alguma coisa dava errado. — Comentei. — Não exatamente assim. Sempre era acompanhado por um ou dois palavrões.

Susan deixou uma risada escapar, logo pedindo desculpas, e eu soube naquele momento que meu avô teria adorado aquela garota quase tanto quanto eu. 

ㅤㅤ

ㅤㅤ

Deitada sobre meu peito desnudo, ela respirava suavemente enquanto meus dedos deslizavam por seu cabelo castanho. Estávamos chegando ao final do dia, mesmo que a escuridão houvesse tomado as ruas muitas horas antes.

— Três. — Sua voz saiu levemente rouca, ainda se recuperando dos gemidos altos que havia soltado minutos antes.

— O que? — Perguntei.

C'est la VieOnde histórias criam vida. Descubra agora