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CHRISTOPHER

Após minha discussão com Adeline, fui em direção à porta dos fundos do local para que eu pudesse escapar e ir para casa. Sabia que ter vindo não mudaria nada, mas eu ainda precisava falar com ela.
Levá-la ao tribunal para brigar pela guarda de Aiden era a última coisa que eu queria fazer, mas Adeline... ela estava me forçando a isso. Ela não tinha como ser mãe de Aiden.

Os paparazzi estavam esperando na porta principal, então sair por ali estava fora de cogitação. Já era ruim que eles tivessem tirado fotos de mim e Adeline em uma conversa acalorada ― só Deus sabia que história eles escreveriam para acompanhar essas imagens ―, e a última coisa que eu queria era que me fotografassem saindo do lugar.  

Fui em direção à parte de trás do loft, virei em um corredor e encontrei um casal se pegando. Mantendo a cabeça baixa, passei por eles. Virando à direita, abri as portas de aço e senti o ar fresco no meu rosto.
Bem quando dei o primeiro passo, ouvi alguém gritar.
Olhei para trás e vi outro casal em uma posição comprometedora. Do jeito que o cara estava em cima da garota, eu não conseguia ver nada, mas pensei ter visto alguma coisa... Olhei para fora.
Talvez eu tivesse acabado de interpretar mal o grito? Adeline não era de gritar na cama; ela mal se mexia embaixo de mim.
Talvez eu tivesse esquecido como era um grito cheio de prazer?
Ainda assim, meus pés me levaram em direção ao casal, e quanto mais perto eu chegava do seu pequeno e acolhedor local de esconderijo, mais eu me sentia um esquisito me intrometendo em alguma coisa. Eu vi um lampejo de tecido rosado, semelhante ao que Dulce usava quando a vi pela última vez, e depois outro grito abafado, e meus passos aceleraram.

— Ei! — gritei para que pudesse ser ouvido acima da música, e o cara olhou para mim por cima do ombro, me lançando um olhar vidrado.

Fiz uma careta e meu olhar desviou para a garota presa entre ele e a porta.

A primeira coisa que notei foram as lágrimas; então percebi que era Dulce com seus olhos cinzentos tempestuosos, o azul desaparecido completamente. Seus olhos cheios de medo se voltaram para os meus e algo afrouxou dentro de mim.
Chame isso de liberação de raiva; era de se esperar depois da noite que tive.

— Christopher Uckermann — disse o cara com um grande sorriso.
— Bem-vindo à nossa festinha particular.
Quer participar da diversão? — Era Jake Callum, um ator promissor, um idiota que pensava que era o bonzão só porque um de seus filmes tinha se dado bem nas bilheterias.

Notei Dulce  tentando empurrá-lo, e minha carranca se aprofundou.
Erguendo-o de cima dela ao segurar a parte de trás de sua camisa, eu o joguei contra a parede.

— Calma, cara. — Ele riu, levantando as mãos entre nós. Eu tenho um contrato.
Se acalme.
Olhei para a calça dele e suspirei aliviado quando vi que ele estava todo abotoado, mas então notei Dulce tentando enxugar as lágrimas ao mesmo tempo em que puxava o vestido para baixo.
Minha raiva voltou dez vezes maior.
— Quer me dizer o que estava acontecendo aqui? — perguntei, encarando e empurrando o cara.
Jake deu de ombros com um sorriso.
— Apenas me divertindo com a dama, cara. Relaxe. — Seus olhos deslizaram para Dulce , e eu agarrei a camisa dele para chamar sua atenção.
— Não olhe pra ela!
Eu perguntei a você...

Não tive tempo de terminar a frase porque a pequena insuportável, que estava vestida como as mulheres mais maravilhosas dos sonhos mais selvagens de qualquer cara, estava me empurrando para eu me afastar. Não me afastei, e ela ficou mais brava e tentou outra vez.

— O que você está fazendo, porra? — perguntei, arregalando os olhos para ela.
Ela parou de tentar me afastar.
— Saia da minha frente — ela rosnou.
— Estou tentando ajudar você, pelo amor de Deus! — Eu disse — ela rosnou de novo.
— Saia. Da. Minha. Frente.

Te odeio, Uckermann | Vondy - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora