14.

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CHRISTOPHER

Ela não me ouviu.
Claro que não.

Abri a porta e entrei no quarto de Dulce.
Ela estava sentada de pernas cruzadas bem no meio da cama. Para ser sincero, não fiquei tão surpreso ao vê-la me esperando; seria típico dela me esperar e ver se eu realmente faria o que eu disse que faria.

Quando ela me viu, seus olhos se arregalaram, e um pequeno sorriso brincou em seus lábios.

— Seu filho da puta! — ela sussurrou, surpresa. — Você fez isso.

Você realmente invadiu a casa deles!
Eu não tinha invadido.
No entanto, não vi a necessidade de corrigi-la. Liguei para Alfonso  e perguntei se ele poderia me deixar entrar para que eu pudesse falar com a Dulce, e ele fez a gentileza de não questionar meu estranho pedido, embora tenha dito "Boa sorte", depois de indicar qual era o quarto dela.

Em vez de mencionar meu encontro com Alfonso, apoiei as costas na porta e perguntei: — Por que você escapou quando fui colocar Aiden na cama?
Tínhamos assistido Happy Feet a pedido de Aiden e comemos algumas fatias de pizza, e ele passou o tempo todo do filme conversando com Dulce, até adormecer no sofá.
— Dan disse que iria embora logo, então eu pensei que você quisesse passar um tempo sozinho com seu guarda-costas e seu filho. — Ela encolheu os ombros e respirou fundo.
— Não fique aí parado, entre, então.
— Você sabe muito bem que Aiden já estava dormindo quando o carreguei, Dulce.
E eu especificamente disse para você passar a noite conosco quando estávamos na piscina.
— A piscina, certo.
Nós olhamos nos olhos um do outro por um segundo, então ela caiu de costas, esticou as pernas e abriu os braços como se estivesse se preparando para ser amarrada.
— Você conseguiu — disse com um suspiro de sofrimento.
Confuso, perguntei: — Eu consegui o quê?
— Bem — ela começou, seus olhos voltados para o teto.  — Você invadiu, então agora eu tenho que dormir com você.

Quero dizer, se eu não fizesse isso, seria cruel da minha parte.
Afinal, você merece.

Eu não disse nada, porque estava tentando muito seguir sua lógica.
Ela então se apoiou nos cotovelos e olhou para mim.

— Você não veio aqui para me foder?
O que você está esperando?
Entre e me pegue.
Vou suportar enquanto durar.
Tive que conter uma risada.
— Para foder você? Você vai suportar?
Ela soltou um suspiro dramático e eu sorri antes que ela pudesse me pegar.
— Você sabe, transar, trocar o óleo, dar meia horinha, afogar o ganso, enfiar sua espada de dez centímetros, enterrar as bolas... Se bem que, com um instrumento de dez centímetros, não sei se vai ser bom, mas... estou curiosa e pronto, então vamos lá.

Entrei mais no quarto e me sentei na beira da cama, bem ao lado do quadril dela. Ela seguiu meus movimentos. Por mais que estivesse se esforçando para parecer uma virgem se sacrificando, sabe-se lá Deus sabe por que, eu havia percebido o jeito como ela me olhava várias vezes. Mais do que isso, ela deve ter esquecido de que eu já sabia que seu corpo praticamente vibrava toda vez que eu a tocava, que ela não conseguia parar de pressionar seu corpo contra o meu sempre que eu a beijava.
Se acabássemos transando, não seria sacrifício para ela.

— Você gosta mesmo de paus de dez centímetros, não é?
Ela ergueu uma sobrancelha.
— Prefiro os maiores, mas tenho certeza de que o seu te cai bem.
Sorri.
Ela me deu um sorriso hesitante de volta.
— Então você quer que eu trepe com você, hein?
As sobrancelhas dela se uniram.
— Foi por isso que você disse para eu ficar na sua casa, não é?
Foi por isso que você invadiu esta casa.
— Na verdade, eu pedi para você ficar para podermos conversar e eu poder agradecer pelo que fez por Aiden.

Te odeio, Uckermann | Vondy - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora