13.

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DULCE

— Você é um cachorro — eu disse para Aiden, e ele riu, cobrindo a boca com a mão.
— Eu não sou um cachorro, Dulce — ele conseguiu engasgar entre risadinhas.
Sorri para ele.

Estávamos sentados no quintal, descansando, enquanto seu pai falava com sua mãe. Minha nossa, eu agi de um jeito muito esquisito quando a vi.

Quero dizer, ela era atriz, mesmo que não tivesse atuado em muitos filmes, mas, mesmo assim, ela era. Mais do que tudo, ela era conhecida como a esposa de Christopher  Uckermann.

Então, depois das coisas que o idiota inteligente murmurou no meu ouvido, levantar a cabeça e ver a esposa dele ― ex-esposa ― mexeu com a minha mente por um segundo.

— Ok — cedi. — Você é mais como um filhote de cachorro bonito.
— Se eu sou um filhote de cachorro, o que você é?
Um gato? — ele perguntou, seus olhos muito travessos.
— Por que todo mundo acha que eu sou um gato?
Não, hoje eu vou ser um pássaro.
Agora feche os olhos.
— Mas eu quero ser um pássaro também.
— Você quer? — Olhei para ele com um olho meio aberto.
— Ok, então nós dois somos pássaros hoje.
Ele assentiu com entusiasmo e fechou os olhos.
— Agora, o que você faria se fosse um pássaro?
— Eu voaria para longe!
— Para onde você quer voar?
— Você é estranha, Dulce — anunciou Aiden. — Estranha de um jeito bom ou ruim?
Ele hesitou um pouco.
— Bom.
Eu gosto de você.
— Isso é bom — eu disse com um sorriso.
— Eu também gosto de você.
— Aiden — Christopher  chamou.

Olhei para ele por cima da cadeira.
Idiota bonito.

Ele caminhou em nossa direção com passos suaves e meus olhos observaram Christopher  Uckermann por inteiro. Ele olhou para mim, então é claro que eu desviei o olhar, mas malditos eram aqueles olhos dele.
Ele se ajoelhou entre as espreguiçadeiras, os dedos segurando a cadeira a meros centímetros de distância do meu rosto, e se concentrou em Aiden.

— Dan está vindo.
Tudo bem se eu deixar você com ele por algumas horas? Aiden deu de ombros.
Bem, bem, bem... isso não é interessante?
— Eu preciso que você olhe para mim, Aiden — pediu Christopher com um suspiro.
Os olhos de Aiden ergueram-se para o pai, mas pude ver que era a última coisa que ele queria fazer.
— Eu preciso encontrar minha advogada.
Você vai ficar bem com o Dan?
— Por que não posso ficar com Dulce? — Aiden perguntou.
O olhar de Christopher  encontrou o meu.
Ergui uma sobrancelha para ele.
— Porque — ele começou, olhando para Aiden novamente — tenho certeza de que a Dulce tem outras coisas para fazer.
Vou voltar assim que puder.

Quero falar com você sobre o que aconteceu e que isso nunca mais vai acontecer, tá? Ah, era por isso que o pequeno humano estava dando um gelo nele.
Aiden deu de ombros novamente.

— Sobre o que vamos conversar?
Você não me queria, então a mamãe me levou para viajar com ela.
Meus olhos foram diretamente para Christopher, e vi seu corpo inteiro ficar tenso de uma maneira assustadora.
— Foi isso que sua mãe te disse, Aiden?
A resposta de Aiden saiu relutante.
— Não.
— Levante-se

— Christopher ordenou, e percebi que estava me intrometendo em outro momento privado, mas, caramba, àquela altura, já não era mais minha culpa. Eles deveriam parar de tratar de coisas pessoais perto de mim.
Então eu fiquei.
Aiden saiu da espreguiçadeira e ficou na frente do pai. Ele olhou para os sapatos enquanto torcia e retorcia os dedinhos. Christopher  levantou gentilmente o queixo do menino para poder olhar nos olhos dele.

— Eu sei que você está confuso com tudo o que está acontecendo entre sua mãe e... Aiden enrugou o rosto.
— Não estou confuso.
Você não quer mais beijar e abraçar a mamãe, então se divorciou.
Meus lábios tremeram, mas os mantive sob controle.
Christopher, por outro lado...
Christopher  não parecia estar se divertindo, Deus, ele ficava sexy com essa carranca.
— Nós dois queríamos o divórcio, Aiden.
Não fui só eu.
Outro encolher de ombros.
— Então você ainda quer beijar e abraçar a mamãe?
— Eu não disse isso.
Meu Deus, ele estava estragando tudo.
— Eu acho que seu pai te ama muito, Aiden — me intrometi.
Não era meu dever dizer nada, mas o pai sexy estava demorando muito para chegar ao ponto.
Os olhares do pai e do filho se voltaram para mim e foi a minha vez de dar de ombros.
— Eu sei como ele fica chateado quando você vai para a casa da sua mãe.
Eu mesma vi.
Ele senta e chora o dia todo.
— Franzi o nariz. — É patético, na verdade.
— Não, ele não faz isso — disse Aiden com um sorriso radiante.
— Ah, ele faz, pequeno inseto.
Eu já vi.
Ele inclinou a cabeça.
— Você o observou por cima do muro de novo, Dulce?
— Sim.
Ele se virou para o pai e passou os braços em volta do pescoço dele.
— Eu não quero que você chore, papai.
Não vou deixar você e viajar de novo.
Eu prometo.
Christopher encontrou meus olhos enquanto segurava o filho.
— Não, você não vai me deixar.
Eu não vou deixar você ir.
Não, não mais.

Te odeio, Uckermann | Vondy - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora