1.

964 30 13
                                    

DULCE

Eu acredito no amor.
Do fundo do meu coração.
É sério, não balance a cabeça desse jeito.
Eu acredito, sim.

Consigo imaginar as pessoas que me conhecem dando risadinha.
Pois bem, não façam isso.

Não tem a menor necessidade e, sinceramente, é meio grosseiro, não acham? Vou dizer de novo: acredito de verdade no amor. Sei tudo sobre sua magia. O lado bom e o ruim. Sei que o mundo parece maior quando estamos embriagados de amor. Sei que ele cura corações partidos, deixa a pessoa delirante de tão feliz, animada, esperançosa... assustada, com medo... uma lista enorme de coisas que transformam este mundo complicado em que vivemos em um lugar melhor.

Por exemplo, minha melhor amiga Anahi. Ela ama o marido desde quando era criancinha. Ela até pediu o Alfonso em casamento quando tinha sete anos. Ela tinha sete anos, gente... sete! Não é a coisa mais fofa que você já ouviu? Então, quando eles se encontraram, anos depois, ele, como estrela de cinema, roubou o coração de Anahi. O amor funciona muito para ela, e cai bem nela também. Ela merece todo o amor do mundo.

Eu? Em mim, o amor fica meio largo. Essencialmente, não me cai muito bem. Então... o que estou dizendo é que o amor pode fazer tudo e qualquer coisa... desde que você não tenha uma maldição te assombrando como eu.

Ah, e você tem que estar disposta a deixar o amor entrar na sua vida, abrir essa porta pesada que leva o coitado para dentro do labirinto que é seu coração, por assim dizer. Essa é a parte complicada, não é? Você tem que deixar o amor entrar. Tem que se abrir, mostrar sua parte menos amável, os cantos mais escuros e profundos da sua alma. É a única maneira de viver o amor real. Todo mundo nos diz isso o mais cedo possível, pelo que fiquei sabendo. Nossos ambientes são um comercial constante para o amor. Divida-se com alguém, seja verdadeiro, seja honesto, e, se essa pessoa te amar por quem você é, então você tem valor. Aproveite a chuva de confetes que jogaram no seu rosto. Você encontrou o amor verdadeiro. Que bom para você. Ruim para o resto de nós.
Mas... eu deixo o amor entrar?
Não.
Eu me esforço ao máximo para não deixar acontecer, obrigada. Já passei por isso, sei como é. Se você está me perguntando qual é o meu problema, se eu realmente acredito no amor... bem, se você está tão curiosa em relação a isso, meu problema é que meu caro e velho amigo "amor" não me ama. Nunca me amou. E provavelmente nunca vai amar. Eu diria que é bem grosseiro da parte dele, mas... sempre fiz as pazes com essa situação ― ou pelo menos pensava que tinha feito, até acabar me apaixonando por Jameson.

Entra aí o bad boy gostoso cheio de tatuagens. Amor de faculdade. Se você ainda não entendeu, tenho muitos problemas relacionados à figura materna e paterna. E como se essas coisas não bastassem para acabar com a minha vida, ainda por cima eu também tenho problemas com a minha avó. Blá, blá, blá...

Agora você deve estar pensando que sou chata, mas não podemos aceitar isso. Vamos falar, então, de noites de sexo casual. São divertidas, não? A gente está se aproximando do amor, trocando sorrisos, nos sentindo zonzos e animados com a expectativa de dar uma muito boa, aproveitar a sensação de ter a pele do outro na sua, o hálito quente, o calor, a alegria exacerbada que a gente sente por alguns segundos quando ele consegue chegar àquele ponto gostoso ― se ele chegar a esse ponto. São todas coisas incríveis, concordo. Sério, eu incentivo você a sentir tudo isso, principalmente se ele tiver uns bons centímetros. Não seja chata; flua como uma cachoeira, calma e feliz. Ruja para a vida.

Na vida. Não se feche; seja livre como uma gota de chuva. E o mais importante de tudo: viva.

Meu maior conselho para todos vocês é, independentemente do que faça, não volte para aquele cara com quem você passou uma noite espetacular de sexo há pouco apenas para satisfazer as necessidades do seu corpo traíra, se estiver tentando se manter longe do amor, se divertir, viver um pouco, amar alguém por uma noite e seguir em frente. Porque, se você ficar voltando para o mesmo cara, ah, não sei... cerca de cem vezes... em algum momento, o que vai acontecer é que você vai começar a ter sentimentos por esse cara.

Te odeio, Uckermann | Vondy - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora