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DULCE

— Anahi, está 100% certa disso?
— Por quê? Saia para eu poder ver.
— Tem certeza de que você deu para ela o meu número certo de vestido e não o de uma garota imaginária que você criou na sua mente?
— Olhei para mim, de novo, e tentei tomar uma decisão. — Quando você vir isto, não vai poder desver.
Não diga que não te avisei.
— Dulce, vamos, saia daí.
— Como quiser, minha querida Anahi. — Dei de ombros, tentei respirar fundo e saí do banheiro.

Eram quase 10h da manhã e estávamos no quarto de Anahi, onde ela fazia coisas más, bem más, com o marido bonito dela, mas que não compartilhava com a amiga ― compartilhava no sentido de contava ―, provando vestidos para o baile de gala de Los Angeles de Dor na Alma ao qual iríamos naquela noite.

Um pouco antes, o estilista de Alfonso tinha deixado dez opções diferentes para Anahi e para mim, e nós as provamos até encontrarmos as certas.

— Minha nossa — Anahi disse quando levantou a cabeça, desviando os olhos do celular e grudando-os no meu peito. — Minha nossa. O que está acontecendo com seus seios?
Franzi a testa para ela e levei as mãos aos seios, olhando para baixo por um instante.
— Este vestido está acontecendo com meus peitos. Como está?
— Ah, está... está, sabe.
Demais.
— Bom, te avisei.
Não pode dizer que não avisei.

— Enquanto eu caminhava para o espelho de corpo inteiro, enfiei os polegares entre o tecido grosso e meus seios e tentei puxá-lo mais para cima.
O único problema era que nada resolvia.
Olhei meu reflexo no espelho e então olhei para trás, para Anahi.

— Olha, acho que posso atravessar um rio, como um bote inflável, com este vestido.
Não seria divertido?
— Dulce — ela resmungou e se ajoelhou na cama. — Venha aqui.
Vou ver se consigo puxá-lo para cima.
— Já tentei— falei, mas mesmo assim me virei para me aproximar dela. — Acho que isso é o mais alto que vai.

Meus pobres seios não conseguem nem respirar direito.
Como você consegue andar com seus filhotes por aí? Sim, eles são bons para encostar e dormir, mas isso... — levantei os seios ainda mais com as mãos — ... isso é absurdo.
Eles estão quase tocando meu queixo, pelo amor de Deus!
Me ajude a sair daqui antes que eu exploda.

— Mas o tomara que caia fica ótimo por causa do seu cabelo curto.
— Tente, Anahi — falei, desistindo e soltando os seios ao parar na frente dela. — Tente fazer dar certo, então.
Ela mordeu o lábio inferior e ficou olhando para os meus seios.
Estalei os dedos na frente do rosto dela.
— Com licença! Não sou só um pedaço de carne.
— Desculpa. — Ela riu. — Desculpa, não consigo parar de olhar. — Ainda me olhando, ela começou a puxar o tecido.
— Ah, obrigada — disse eu, quando ela conseguiu piorar as coisas. — Sempre quis saber como seria se meu queixo desaparecesse entre os seios.

Ela riu e soltou o vestido, observando meus seios saltarem logo depois.
Então, esticou um dedo e tocou meu seio.

— É bom, não é? — perguntei, pressionando meu dedo no outro seio.
— Parece uma nuvem fofinha.
É por isso que adoro dormir acomodada nos seus.
Ela assentiu, distraída.
— Acho que você usa 46.
— Não uso 46. No máximo, 44.
— Bem, o vestido faz você parecer usar 46.
— Ela afastou a mão e olhou para o meu rosto, e de novo para os meus seios.
— Hum.
— Hum o quê?
— Na verdade, seu rosto parece menor do que seus peitos.

É esquisito.

Espero que eu não fique assim ao usar um vestido tomara que caia.

Se ficar e você nunca tiver me dito nada...

— Com certeza vou te contar se seu rosto parecer dez vezes menor do que seus seios.
— Caminhei de volta para o espelho para poder ver se havia uma pequena possibilidade de eu usá-lo naquela noite.

Te odeio, Uckermann | Vondy - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora