18.

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DULCE

Acordei nos braços de Christopher Uckermann   antes do nascer do sol, antes que as estrelas pudessem desaparecer completamente.

Ele me fez gozar mais vezes do que nunca em uma única noite.
Ele acabou comigo, e eu não consegui ficar com raiva dele. Não me lembrava de ter dormido segurando a mão dele, mas, assim que me dei conta de onde estava, soltei-a imediatamente.
Movi os dedos, abrindo e fechando a mão para me livrar da sensação estranha.
Do calor.
Do súbito vazio.
Estava me sentindo deliciosamente dolorida, algo que eu teria comemorado deixando Anahi constrangida se fosse em qualquer outro momento, mas eu estava com muita raiva de mim mesma por adormecer na cama de Christopher para sequer pensar em correr até Anahi para acordá-la.

Saindo da cama, me permiti olhar pela última vez para a quase perfeição que estava deitada ali.
Aquele peitoral.
Aquele pau.
Aqueles dedos.
Ah, aqueles lábios.
Aqueles lábios maliciosos que sussurraram coisas ainda mais maliciosas para mim a noite toda.

Sem fazer barulho, voltei para a sala, vesti a roupa e saí da casa dele.

— Bom dia, Dulce — Alfonso  me cumprimentou enquanto aparecia atrás de Anahi.
Anahi estava quieta, e seus olhos se voltaram para mim muito concentrados.
— Bom dia.
Fiz panquecas. — Empurrei o prato com uma pilha de vinte panquecas para a frente e virei outra na frigideira.
— Dormiu bem?
— Você não me acordou.
Olhei para trás, para Anahi, e abri a geladeira para pegar o suco de maçã.
— Bom dia pra você também, raio de sol.
E de nada.
— Por que não me acordou?
— Porque você bate em quem tenta te acordar.
— Você faz isso mesmo — Alfonso murmurou, beijando a têmpora de Anahi e pegando uma panqueca.

Com a ajuda de Alfonso , Anahi se sentou em uma das banquetas e ficou de olho em mim. Entreguei a Alfonso  o xarope de bordo e peguei o prato de frutas que eu havia cortado antes de começar a fazer as panquecas. Deslizando a panqueca quente para o prato de Anahi, comecei a fazer outra.

— Vou dar uma olhada no apartamento sobre o qual te falei.
Você vai comigo?
— Porque essa é a coisa mais importante que devemos fazer agora, certo?
Encontrar um apartamento pra você.

A mão de Alfonso  parou no ar quando ele estava prestes a pegar um pedaço de banana. Suspirei e virei a panqueca.

— Vou deixar vocês em paz para conversar — Alfonso murmurou antes de dar um beijo no pescoço de Anahi.
Dando a volta no balcão, ele pegou uma garrafa de água da geladeira e me surpreendeu ao segurar meu braço e me puxar contra seu peito.
— Seja legal com nossa filha adotiva, Anahi — disse ele com cuidado, sua mão acariciando meu braço.

Eu sorri e ergui as sobrancelhas para Anahi. Como resposta, ela lançou a Alfonso  um olhar maligno e me perguntou: — Por que você está andando esquisito?
Meu sorriso ficou maior.
— Porque Christopher Uckermann me fodeu por horas.
— Então tááá.
Vou tomar um banho antes de me encontrar com Tom.
Fiquem boazinhas — Alfonso  nos lembrou enquanto saía da cozinha.
— Você não voltou para casa ontem à noite. Desliguei o fogão e me inclinei no balcão.
— É verdade, mãe.
Ela assentiu e começou a brincar com a caneca de café à sua frente.
— Você quer café?
— Não.
— Suco de maçã?
Uma ligeira hesitação...
então: — Sim.
Servi dois copos de suco de maçã e entreguei a ela.
Era o nosso preferido.
— Você falou com Jameson?
— Ainda não.

Queria que você estivesse ao meu lado quando eu fizesse essa ligação.
Seus ombros relaxaram, e eu sabia que tinha dado a resposta certa.
Ela tomou um gole de suco e pegou um pedaço de manga.
Eu fiz o mesmo e então peguei minha primeira panqueca.

Te odeio, Uckermann | Vondy - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora