25.

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CHRISTOPHER

— Ou você vem hoje à noite para que eles possam tirar uma foto sua entrando na minha casa com um sorriso ou a declaração que eu fizer amanhã será diferente, Christopher.

Essas foram as últimas palavras de Adeline quando ela desligou na minha cara.

— O que está acontecendo? — Dan perguntou, tentando manter a voz baixa.
Eu podia ouvir os murmúrios de Dulce para Aiden quando começaram a construir o forte que Dulce prometera.

Eu verifiquei a hora: 22h, já passava muito da hora de Aiden dormir.

— Ela quer que eu faça uma declaração com ela e basicamente insinue que estamos reatando.
O rosto de Dan ficou sério.
— E se você não fizer?
— Ela vai falar sobre Aiden.
— Nem mesmo ela faria isso — Dan respondeu, uma carranca aparecendo em seu rosto.
— Por acaso ela acha que isso não teria consequências negativas para ela?
Minha garganta apertou quando tentei engolir a raiva.
A única coisa que eu queria era jogar o celular contra a parede e ficar com meu filho e Dulce.
Ouvi Dulce soltar um grunhido e a risada de Aiden encheu a casa.
— Eu tenho que ir — falei rispidamente, olhando nos olhos de Dan quando as risadas de Dulce e Aiden ecoaram nos meus ouvidos. — Ela está presa.
Não está pensando com clareza, e não posso arriscar que ela cometa um erro assim.
— Vou levá-lo até ela.
Balancei a cabeça quando Dan abriu a porta e saiu.
— Você liga o carro; eu estarei lá em instantes.

Encontrei Aiden em pé na frente da TV e rindo de Dulce enquanto ela tentava se salvar do ataque do lençol sobre sua cabeça.

— Vou pegar você, pequeno humano — ela rosnou e se moveu em direção a Aiden, e ele gritou e correu para se esconder atrás das minhas pernas.
— Aiden, por que você não pega os travesseiros do meu quarto também?
Ele inclinou a cabeça para olhar para mim.
— Podemos pegar todos eles?
— Claro.
Se vamos fazer um forte, é melhor que seja confortável, não acha?
Ele assentiu com entusiasmo e saiu correndo, e eu me virei e vi Dulce me encarando com olhos firmes ao puxar o lençol de Aiden sobre os ombros.
— Você precisa ir.

Percorri a distância entre nós e a puxei para meus braços, sentindo seu perfume suave para me acalmar.

O lençol deslizou por seus ombros, caindo no chão quando ela passou as mãos sobre o meu peito, entendendo instintivamente do que eu precisava dela.

— Eu tenho que falar com ela.
Ela está... se eu não falar, ela vai cometer um grande erro.
Ela se afastou e olhou nos meus olhos por alguns segundos.
— Compreendo.
Eu sorri.
Ela não conseguia entender.

Ela não conseguia entender quanto Aiden se magoaria se Adeline dissesse algo idiota na frente das câmeras apenas para tirar a atenção de si mesma.

— Você não pode entender, mas prometo explicar tudo um dia.
Assim que as palavras saíram da minha boca, eu sabia que tinha dito a coisa errada, antes mesmo de ver o leve vacilo.
Ela se afastou completamente.
— Você disse que conversaríamos, não disse? Nós vamos fazer isso um dia.
— Dulce, não. — Toquei seu rosto e me confortei com o fato de ela não ter se afastado.
— Isso... o que quer que esteja acontecendo na vida de Adeline não muda nada para nós. Você não vai conseguir fugir de mim.
Aiden voltou com dois travesseiros, ambos maiores do que seu pequeno corpo, e eu tive que soltar Dulce.
Tirando os travesseiros de Aiden, eu o levantei em meus braços e dei um beijo em sua testa. — Eu tenho que ver como sua mãe está, mas volto assim que puder.
Tudo bem pra você?
— Dulce vai ficar? — Ele olhou para Dulce e para mim.
— Sim.
Dulce fica com você.
Vocês dois começam a ver o filme e depois eu falo com vocês, tá?
— Você vai cuidar da mamãe para que ela não chore mais?
Eu tentei dar um abraço nela, mas ela não quis.
Eu o abracei um pouco mais forte.
— Eu vou cuidar da sua mãe.
Você não precisa se preocupar com nada, amigo.
Combinado?
Ele abraçou meu pescoço e assentiu.

Te odeio, Uckermann | Vondy - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora