11.

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DULCE

Como eu esperava, os policiais não puderam fazer muito sobre minha pequena briga com Jake Callum. Verdade seja dita, eu já fui lá sabendo disso, mas, porra, eu não esperava que eles sugerissem que talvez eu também tivesse bebido além da conta e não me lembrasse bem de tudo o que havia acontecido. 

Você saberia se desse permissão a um imbecil que pensava ser o rei do mundo para colocar a língua na sua boca depois de semanas sem beijar ninguém, não é? De acordo com eles, eu não sabia. Como se isso não bastasse, eles disseram que às vezes "festas assim" poderiam fugir do controle. Foi quando Dan, o Bambam, deu um passo à frente e assumiu as coisas.
No final, eles prometeram que ouviriam Christopher e Jake, mas não podiam prometer que isso daria em alguma coisa. Embora não fosse o melhor resultado, pelo menos eles teriam um registro policial sobre Jake Callum e, se ele tentasse passar dos limites com outra pessoa ― embora eu torcesse para que isso não acontecesse ―, eles poderiam consultar o registro policial e saber que não tinha sido sua primeira agressão.
E sabe de uma coisa? Dan, o Bambam, não era o pior ser humano, afinal. Ele até riu das minhas piadas algumas vezes, e quero dizer que seus lábios se contraíram e ele balançou a cabeça, rindo mesmo.
Para mim, isso é dar risada.

— O que você está pensando? — Anahi perguntou, tirando-me dos meus pensamentos.
— Nada importante. — Girei meu copo de vinho e observei o líquido vermelho rodar. — Não tenho certeza se sou muito fã de vinho. — Ela me olhou por cima do laptop.
— Essa é sua segunda taça; você é uma grande fã de vinho.

Era uma noite de sexta-feira e estávamos trabalhando no próximo romance de Anahi, planejando e fazendo anotações. Era uma noite glamorosa para nós, e me lembrou dos velhos tempos, como o nosso segundo ano na faculdade, a primeira vez que ela me enviou um capítulo e me fez implorar pelo próximo.

— Chega.
Eu tomei duas taças, mas ainda não estou convencida. Sei lá, é elegante, mas tem a ver comigo? E com certeza está me dando um grau, mas e o gosto? Também não tenho certeza. Eu não acho que estou me sentindo tão bem.
— Então pare de beber.
— Se parar, o que eu vou fazer? Acho que estamos sem cerveja.
Você escreveu a próxima cena? Deixe-me ver. — Ainda não.
Me deixa ler novamente e ver se está bom.
Se você quer cerveja, por que não pede ao nosso vizinho? — ela acrescentou casualmente. — Talvez ele dê a você.
— Ah, as coisas que seu vizinho poderia me dar... — murmurei para mim mesma, meus olhos ainda seguindo o vinho.
Anahi se endireitou, mas manteve o rosto escondido atrás da tela.
— O quê? — Como se ela pudesse me enganar fingindo não ter entendido.
— Catherine ligou de novo — comentei casualmente, ignorando sua pergunta. Como não continuei falando sobre Christopher, ela recostou-se na cadeira.
— O que ela queria dessa vez? — ela murmurou.
— Eu não respondi. — Dei de ombros, cheirando minha taça e depois tomando outro gole. — Ela provavelmente estava ligando para perguntar por que eu não fui à entrevista de emprego que ela tão generosamente marcou para mim.
— Você deveria ter respondido que é minha agente agora. — Ela se levantou, colocou o laptop na mesa de centro e foi para a cozinha. — Vou pegar água, você quer?
— Não quero água, e eu sou sua agente temporária — eu a corrigi. — Ainda estou procurando emprego, mas não vou aceitar mais nada dela. — Estendi a mão para o laptop. — E eu estou lendo a cena.
— Não! — ela gritou, batendo a porta da geladeira. — Ainda não terminei!
Afastei minha mão e olhei para ela por cima do ombro.
— Você sabe quanto tempo faz que não leio alguma coisa que você escreveu?
Estou em crise de abstinência.
Tenha piedade.
Ela voltou com uma garrafa de água na mão. — O novo está quase pronto.

Assim que Jasmine tiver terminado de ler, vou mandar para você.
Lentamente, estiquei minhas pernas e me inclinei para a frente para colocar a taça de vinho sobre a mesa.
Pigarreando, perguntei: — Como é?
Você pode repetir isso pra mim? Jasmine? Quem diabos é Jasmine e por que ela está lendo antes de mim? Depois de beber metade da água da garrafa, ela me lançou um olhar presunçoso.

Te odeio, Uckermann | Vondy - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora