Sábado às 17:00 – Calix olhava minha agenda enquanto mexia em algo — Preciso reservar um quarto de hotel? – sua perguntava era levemente ácida
— Não, o encontro será na minha casa – essa infeliz só pode estar brincando comigo.
— Claro Senhor Lightwood, o senhor Herondale avisou que passará por aqui mais tarde, com licença – se virou e saiu.
Encarar a porta e lembrar daquele garoto, essa foi a única coisa que consegui fazer desde ontem depois da ligação, foram apenas dois encontros, malditos dois encontros e ele virou minha cabeça de avesso.
Magnus Bane é um garoto fascinante que me instiga a procurá-lo a cada mísero segundo do meu dia, pego meu celular pela milésima vez e entro no contato dele, a foto dele com filho, a criança sorria para a câmera com a cabeça no pescoço do pai.
Talvez fosse culpa da idade, talvez eu estivesse me apegando ao menor sinal de desejo, provavelmente uma hora ou outra esse garoto verá que não vale a pena se encontrar comigo e ele conseguirá outra forma de ter dinheiro e voltarei ao mesmo lugar.
Duas batidas na porta e Herondale entrou e como sempre a deixou aberta, eu não estava com paciência para as questões adolescentes dele, estava preocupado demais com as minhas.
— Elain Archeron, e eu preciso que me diga que ela é a escolha certa – Jace sentou na cadeira na minha frente.
— Elain? – relaxei na cadeira — Está decisão não é minha, e com toda a certeza eu não faria ela, mas se eu quisesse ela, não pediria o meu conselho. – Jace suspirou frustrado.
— Eu preciso de alguém, Elain é a mulher certa para mim.
— Se ela fosse você não estaria aqui – Jace resmungou — Nunca fui de me intrometer na sua vida amorosa, mas quando você veio me perguntar sobre Celeste eu lhe disse que deveria pensar com calma, relacionamentos são complicados e sem sentimentos reais é bem mais complicado – Jace se levantou e se virou — Sente-se nesta cadeira, se você quer ficar com Elain Archeron vá, mas não venha atrás de mim depois que isso não funcionar, porque dessa vez estou lhe falando para não fazer.
— Você acha que a mulher certa para mim é sua secretária, ela é perfeita na minha cama, mas eu jamais assumiria uma sem classe como ela – meus olhos não estavam nele, estavam nela logo atrás dele juntamente com Schreave.
— Desculpa atrapalhar, mas Schreave decidiu fazer uma visita de última hora – Vênus disse enquanto Maxon segurava seu braço
— Esperarei enquanto vocês resolvemos isso – Maxon pousou a mão na cintura dela — Vamos minha querida, preciso lhe contar sobre as novas artimanhas de Eadlyn.
Eles saíram e Maxon fechou a porta enquanto negava com a cabeça, olhei para Jace que estava com a cabeça entre as mãos.
— Acho que só restou Elain, me avise sobre o noivado – Jace abriu a boca — por favor, saia da minha sala e da próxima vez que desrespeitar a minha funcionária desta forma, terá consequência.
Herondale se levantou e saiu, Maxon veio apenas falar de negócios, mas aparentemente estava abalado com o que houve, Maxon nunca foi um homem que soube lidar com as mulheres, fazê-las sofrer era praticamente um crime para ele. Era praticamente impossível falar dele sem lembrar de America, passamos pela mesma dor, America morreu jovem com problemas no coração, Maxon a amou de uma forma que nunca conseguiu separar a morte da mulher.
A história deles é quase um conto de fadas, ela uma musicista e ele um empresário que se conheceram em um evento beneficente, Maxon vivia falando da ruiva de gênio forte que abalou completamente todas as suas estruturas, e era exatamente isso que eu deseja para o Herondale, mas ele preferia a calmaria de uma omissa.
(...)
Sábado, dia 02 de janeiro, o dia estava quente demais, as festas de fim de ano foram tediosas, eventos de trabalho, ano passado foi exatamente da mesma forma, mas dessa vez eu estava ansioso para hoje.
Durante toda a semana quase desisti várias vezes desse encontro, durante várias vezes eu quis adianta-lo, no resto do tempo eu tentava descobrir o que eu estava realmente sentindo, o que estava acontecendo com meu autocontrole e maturidade emocional.
16:02 ainda faltava quase uma hora para o bendito encontro, ainda dá tempo de desmarcar, fugir de qualquer oportunidade que esse garoto tenha de partir meu coração, estou velho demais para lidar com isso.
Quatro garotos negados na última semana, um deles era o exatamente o que eu gostava, ele era quase perfeito, mas no segundo em que olhei para ele procurei qualquer defeito para negá-lo, é o único que encontrei era que ele não era aquele asiático que havia roubado o pouco de sanidade que havia mim.
16:38 Amberly riria da minha cara se estivesse aqui, ela sempre apostou que chegaria alguém que mudaria a minha vida do dia para a noite.
— Um dia alguém te fará entender que não é o tempo, a idade ou até mesmo o gênero que dita, alguém chegará e a única coisa que você vai fazer é implorar aos céus que ele jamais vá embora – ela sorriu e agarrou a minha mão — E eu quero estar aqui e rir da sua cara de bobo apaixonado.
Creio que eu não esteja apaixonado, pelo menos não ainda, mas eu daria tudo para ela ver isso, ver alguém mudar cada pequena estrutura da minha vida sem nem ter noção disso, sem nem entender o que isso realmente significa.
17:02 batidas na porta do meu quarto me tiram do meu devaneio, Amberly não está aqui e não há nada que eu possa fazer para que ela esteja, nada me tirará do meu castigo de nunca mais ver o sorriso lindo da minha amiga enquanto lhe conto sobre meus sentimentos e descobertas.
Abri a porta e ele estava lá, com seu sorriso tímido, ele estava lindo camisa vermelho que destacava sua pele amendoada, seu cabelo estava em um topete charmoso, minhas mãos foram de forma involuntária para sua cintura, o puxei para o único lugar em que ele deveria estar naquele homem, para os meus braços, beijei seus lábios tentando de uma forma estranha e equivocada calar esse desejo louco de tê-lo eternamente em meus braços.
Magnus explorava meu corpo com as mãos enquanto me levava para a cama, me jogou sobre ela e avançou no meu colo, eu sabia aonde isso nos levaria. Me afasto um pouco e ele me encara.
— Eu programei algo para hoje, filme e… – ele me beijou novamente, se afastou e sentou na cama.
— Que filme você escolheu? – Magnus perguntou sorrindo. — Quero um filme leve.
— Você pode escolher, quer pedir algo para comer? – Magnus negou e deitou apoiado em mim, lhe entreguei o controle.
Ele começou a procurar o filme, passando por vários títulos, grande parte dos filmes eu nem fazia ideia da existência, no final Magnus escolheu um filme de ação qualquer, eu com certeza não estava interessado nas balas e sangue presente no filme, mas tê-lo em meus braços enquanto xingava os protagonista era reconfortante.
Estávamos na metade do filme, até agora a única coisa que entendi é que o protagonista estava tentando vingar a morte da esposa e da filha, Magnus estava focado no filme e eu só pensava no que iria fazer com ele quando esse filme acabasse.
Minha mão estava posta sobre seu ombro, fiquei fazendo um carinho de leve em seu braço e ele se aconchegou mais em meus braços, derrubando qualquer teoria minha que meu interesse era puramente sexual.
Desci minhas mãos pela cintura dele, passei a beijar seu pescoço, deixando beijos molhados, mordendo às vezes ele expôs mais seu pescoço, me dando a confirmação de que ele estava gostando daquilo.
— Está gostando do filme? – Magnus assentiu ainda de olhos fechados, chego a duvidar se ele ouviu a pergunta, guiei minha mão até o meio de suas pernas e o apertei levemente.
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Meu garoto
RomanceAlexander Lightwood um homem rico que possui um grande interesse por rapazes bem mais novos. Magnus, prestes a completar 20 anos, viu sua vida mudar quando descobriu que seria pai e perdeu a mulher da sua vida. A vida dos dois se cruza quando Magnus...