Meu garoto

Meu Lightwood favorito

Havia algo reconfortante em estar em casa, minha mãe como sempre começou com o questionário sobre minha vida amorosa, Isabelle como sempre tentou tirar minha vida do foco, e dessa vez conseguiu com êxito quantidade citou os novos interesses de Will.

William sempre foi o garotinho da família, único neto e sobrinho, confesso que eu sempre fui o que mais o mimou, mas agora que ele finalmente assumiria algo dos Lightwoods, era o nosso menino de ouro.

— Não acredito que Alec finalmente vai deixar o posto de "orgulho dos Lightwoods" – Jace falou despretensiosamente.

— Todo mundo sabe que basta ele dar um neto pro vovô e ele volta para o seu lugar – Will disse e a imagem de Anthony surgiu em minha mente, meus pais amariam tanto aquele menino.

— Meu menino sempre será meu orgulho, assim como Isabelle… – Minha mãe disse e depois um dei um beijo na testa de Izzy e logo depois em mim. Nem por um segundo eu duvidei de suas palavras, minha mãe sempre se orgulhou de cada pequena conquista nossa — E claro do meu sobrinho favorito, falando nisso como anda os preparativos do casamento? – Jace desviou os olhos da minha mãe, mesmo hoje Jace sempre buscava a aprovação dela, não vou negar que também sou assim.

— Não haverá casamento, fui impulsivo quando pedi Elain em casamento – mamãe sorriu de forma compreensível — Estou velho demais para me prender a alguém que não amo, infelizmente percebi isso só agora. – Mamãe foi até ele e se sentou ao lado e segurou sua mão 

— Meu querido, quando eu conheci Robert eu duvidava que um dia iria me apaixonar por ele, eu ainda era menina quando ele prometeu que eu iria me casar com ele e teríamos filhos lindos e inteligentes, eu ri na cara dele, porém anos depois eu estava fugindo do meu casamento com ele – eu olhei horrorizado, eu nunca soube disso — Então você percebeu tarde demais que o amor deve ser o único caminho para o casamento, independente de qualquer diversidade que exista, apenas se for por amor vale a pena.

Ela diria isso para mim se eu falasse que estou apaixonado por um homem? Se descobrisse que menti por anos sobre quem eu sou? 

Então mamãe se virou para mim, como se tivesse lido meus pensamentos e sorriu, um sorriso que aqueceria o coração de qualquer um, ela então se despediu, tinha que ir ao salão.

Todos ingressaram em uma conversa interessante, para ser sincero não prestei atenção em nada do que foi dito, todos meus pensamentos estavam em Magnus e em como eu não estou preparado para vê-lo aqui com a minha família, é um sonho que pode se transformar em um pesadelo em questão de segundos.

(...)

O lado positivo da festa anual dos Lightwoods é que é estritamente proibido falar de trabalho, minha mãe disse que essa era a única forma de não ter sua festa arruinada por "Esses homens que não sabem se divertir"

Eu estava vestido como 99% dos homens presentes, Jace olhava apreensivo para a porta, Magnus já havia saído de casa, ele havia me avisado.

— E vou contar para ela hoje, acha que tenho alguma chance? – Jace desviou os olhos da porta e me encarou

— Não acho que seja tão fácil, ela tá magoada e com motivo pelo que você fez, e mesmo em outras circunstâncias acho que seria melhor você dar um tempo, focar em você mesmo antes de tentar se envolver novamente com ela – porque eu não seguia meus conselhos?

Então o mundo parou, Magnus entrou no salão e magicamente ofuscou todos ao seu redor, eu quase senti a atmosfera do lugar mudar, ele procurava por mim, e quando encontrou meus olhos, ele sorriu para mim, apenas para mim.

— Que sorriso lindo – a voz da minha mãe me puxou para a realidade, ela acariciou minha bochecha, mesmo sabendo que estou velho demais para isso — Nunca vi você sorrir assim – eu nunca amei assim 

— Eu estava pensando em Amberly – aquela mentira tinha um gosto amargo, me senti um traidor comigo, com Magnus, com mamãe e com Amberly 

— Você não sorria assim quando estava com ela – eu amo a minha mãe, mas às vezes a teimosia dela me irrita

— Minha querida, Alexander está apenas sorrindo, não o aborreça – Meu pai saiu em minha defesa e sorri em agradecimento — Vamos conversar com os Venuste – papai tirou mamãe de lá antes que ela voltasse a investigar o motivo do meu sorriso.

Volto a minha atenção para onde Magnus estava e não o vejo mais, meus olhos varrem o salão atrás dele, e quando estou quase desistindo, o vejo conversando animadamente com meus pais, minhas mãos começam a suar e sinto aquele famoso gelo na espinha.

Uma parte de mim, uma pequena parte queria que ele contasse tudo, queria que ele tomasse toda a responsabilidade que é minha, apenas minha.

— Você sabia que eles se conheceriam hoje, Magnus não é idiota de falar nada e Vênus não deixaria… – não o respondi — Esse é o problema não é? Você prefere  que ele conte para não ter que encarar seus pais quando eles descobrirem 

Não respondi, apenas suspirei e deixei que ele ficasse com suas conclusões, não era uma mentira nem uma verdade, eu apenas não queria precisar passar por isso, eu queria amar e ser amado sem precisar me explicar para ninguém.

— Olha eu sempre estarei ao seu lado, porque eu sei que não há nada de errado com você… você sempre será meu Lightwood perfeito – Jace sussurrou apenas para mim ouvir e logo depois assumiu sua máscara de perfeição.

Agora Magnus dançava com a minha mãe, havia um sorriso em seu rosto, eu já havia sonhado várias vezes com esse momento, eles se dando bem como uma família, Magnus com certeza seria o genro dos sonhos da minha mãe, mas também senti uma pontada de inveja, eu queria estar dançando com ele.

(...)

Duas horas de puro tédio, havia conversado com várias senhoras sobre suas filhas, não sei o que elas pensavam "Vou obrigar esse homem a ouvir que minha filha sabe tocar piano e ele vai pedir ela em casamento para eu calar boca" isso faria sentido, eu cogitei noivar 3 vezes essa noite só para elas calarem a boca.

— Ouvi dizer que estão lhe esperando no escritório do seu pai, senhor Lightwood – Vênus disse chegando por trás, procurei Magnus pelo salão e sorrir 

— Obrigado, querida assistente – pisquei para ela, e segui para o escritório.

No segundo que entrei no escritório  vi Magnus e o puxei pela cintura e o beijei,  ele suspirou surpreso antes de corresponder o beijo, fechei a porta sem soltá-lo.

— Jace disse que você estava me chamando aqui… – Magnus disse ofegante logo depois nosso beijo, aqueles bastardos, mas agradeceria eles depois.

— Eu apenas queria alguns minutos com você – encostei minha testa na dele — Você está perfeito essa noite, está perfeitamente claro que você nasceu para ser um Lightwood… eu quero dançar com você, e sei de um lugar perfeito que ninguém irá nos incomodar

Vênus P.o.v

Alexander caminhava com Magnus ao lado, exatamente como Jace havia dito que ele faria, sai da varanda e fiquei visível para Jace, e toquei na orelha, aquele era o sinal, o nosso sinal.

Voltei para o meu lugar, mas antes ouvir Perfect começar a tocar um poucos mais alto que as músicas anteriores, então voltei a minha atenção para o casal que estava no jardim, Alexander acolheu Magnus em seus braços e o deslizou para uma valsa com a mesma facilidade que respirava.

— Somos excelentes trabalhando juntos – Jace se colocou ao meu lado, enquanto assistia ao espetáculo particular, não respondi, não havia resposta — Eu terminei com ela… sei que isso não é o suficiente para fazê-la entender o quanto disposto eu estou para darmos certo, mas espero que seja o suficiente para que me deixe tentar reconquistá-la.

"Ela é perfeita na minha cama, mas eu jamais assumiria uma sem classe como ela" aquelas palavras ainda machucavam a minha alma, causaram uma cicatriz profunda demais para ser facilmente esquecida.

— Não sei se vale o esforço, eu poderia encontrar um ficante em qualquer esquina – Mas não como ele 

— Mas estou falando que pode ter um marido