Tragédia

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Alexander pulou na cama usando apenas uma cueca, deitei sobre ele, sua mão foi diretamente para meus cabelos, eu amo quando ele começa a fazer cafune.

— Que horas são? – pergunto e ele se estica para pegar o celular, sua expressão muda de relaxada para tensa enquanto ele lê algo no celular — Alexander?

— Só um minuto – eu me solto e sento ao lado dele, esperando uma resposta.

— O filho da Vênus nasceu – pulo da cama já procurando algo para vestir — Ei… – Ele me segura pelos ombros — A gente não vai agora, Jace avisou que ela já tá dormindo e tá muito cansada…

— Eu preciso ver ela…

— Magnus, ela tá bem… Jace me mandou várias fotos, você vai ver todas elas e amanhã a gente vai visitá-los, mas ela precisa descansar e são quase duas da manhã – Eu estava com tanto medo, e se tivesse acontecido com ela o mesmo que aconteceu com Camille? Alec me contaria, não é?

— Ok… eu só tô com medo – Alec me abraçou e acariciou minhas costas

— Vamos ver as fotos, e depois a gente pode ficar conversando até você dormir – ele me guia até a cama, deitou comigo entre seus braços.

Na primeira foto dava para o ver um embrulhinho azul nos braços de Jace, ele sorria largamente para a câmera, na segunda foto era apenas o bebê, ele parecia dormir, ele era lindo com sua carinha de joelho, na terceira foto Vênus segurava o bebê, ela parecia exausta, porém sorria olhando apaixonadamente para o pequeno. As fotos que se seguiram foram todas do bebê em várias ângulos diferentes, Jace com certeza iria competir com Alexander para decidir quem é o pai mais babão.

— Está mais calmo? – Alexander me perguntou quando desligou o celular

— Sim, obrigado… e me desculpa

— Ei, não precisa se desculpar você ficou com medo e nervoso eu sou seu noivo é meu dever te acalmar – Alexander beija minha testa, e preciso confessar que amo essa mania dele beijar meu rosto sempre que tem oportunidade.

— Depois de tudo que aconteceu… eu só fiquei com medo de se repetir

— Quer falar sobre isso? – Alec estava completamente aberto a me ouvir, apesar de eu saber que ele odeia dormir fora do horário.

— Eu teria que contar do início…

— Eu sou todo ouvidos – ele se aconchegou na cama e me puxou para mais perto, eu nem sabia que era possível.

— Tudo começou quando eu tinha 15 anos, eu trabalhava meio período em uma lanchonete perto da casa dela, um dia eu estava trabalhando normalmente quando ouvi uns gritos vindos do lado de fora, eu fui ver o que estava acontecendo. E ela estava com Vênus, haviam acabado de roubar o celular dela, Vênus tentava acalmar Camille que xingava até a vigésima geração do assaltante.

"Chamei elas para entrar, ofereci água para acalmar, eu acho que me apaixonei por ela naquele momento, antes de elas saírem Vênus pediu meu número, eu não entendi não havia falado direito com ela.

Ela não saia dos meus pensamentos, eu já havia me conformado que ela não era mulher pra mim, que jamais iria me dar bola, mas não conseguia esquecer aquele sorriso.

Três dias depois ela me mandou mensagem, disse que a amiga tinha passado meu número para ela, não demorou muito para a gente começar a namorar… os pais dela foram completamente contra a gente, eu não era digno da filha deles, mas a gente continuou juntos por 2 anos, então ela descobriu a gravidez e os pais dela mandaram ela decidir se iria embora ou tiraria a bebê "– nesse momento eu pude ver o ódio passando pelos olhos de Alexander, mas ele ficou calado, apenas me ouvindo.

— Ela decidiu sair de casa, foi morar comigo e apesar de todos os problemas que um casal de adolescentes pode ter por causa de uma gravidez, a gente tava muito feliz, os pais de Camille ainda pagavam o plano de saúde e uma pequena pensão porque ela era menor de idade.

"Até que um dia, quando ela estava com nove meses, ela começou a pedir pastel, eu já tava de saco cheio dela reclamando por causa do pastel e levei ela para comer, antes da gente chegar na pastelaria ela começou a sentir muita dor, liguei pro meu pai e logo uma ambulância chegou até nós… ela já chegou sem vida ao hospital, ela teve um mal súbito, os médicos conseguiram salvar a vida do meu filho…. E eu perdi a única mulher que já amei na minha vida"

(...)

Alexander segurava Anthony no colo, ele ainda estava com sono, mas insistiu em vir com a gente e como Alexander não sabe dizer não, aqui estamos nós três entrando no hospital

Quando Alec abriu a porta do quarto dela, ela estava sentada na cama dando de mamar ao bebê, Jace estava sentado ao seu lado acariciando seus braços.

— Acho que chegamos em péssima hora – Alec fala e Jace nega

— Ele já tá terminando, ele é como a mãe e come demais – Jace fala e começo a gargalhar

— Cadê o meu sobrinho mais lindo? – digo quando ele finalmente solta o peito — Me dá, eu coloco para arrotar.

Vênus me entrega o pequeno e eu lembro da primeira vez que segurei Anthony no colo, logo o bebê arrotou.

— Agora me conta o nome dele, não sei porque todo esse suspense por causa de um nome…

— Não é suspense a gente só estava em dúvida, mas o nome dele é a Éris

— Meu pequeno Éris – ele disse olhando bem para o bebê e ele sorriu



— Deixa o Anthony ver o novo amiguinho dele – Jace disse se aproximando, mas no segundo que seguro o neném perto de Anthony ele puxa com tudo e segura o bebê.

— Meu – Anthony diz olhando pra mim e segurando o bebê. Meu coração erra as batidas e quase consigo sentir meus pés entrando na cova.

— Bebê, ele é seu amiguinho, mas você não pode pegar ele assim, você pode machuca-lo – Alexander falou calmamente e Anthony afrouxou o braços e segurei o bebê em meus braços, quando eu ia começar a me desculpar, Vênus chamou Anthony para sentar na cama com ela, pediu o bebê e ensinou a ele como segurar. Anthony sorria largamente segurando o bebê com a ajuda da tia.

— Meu amor, você só pode segurar o neném com a ajuda de um adulto, você é muito pequenino e pode acabar machucado ele – Falei e Anthony assentiu

— Tá bom papai, descupa neném por quase machucar você – ele disse olhado pro bebê — Vou cuidar de você dileitinho

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