Meu garoto

Tudo é seu

Algumas semanas depois 

Minhas mãos suavam, Alexander segurava a minha cintura com firmeza, eu não estava acreditando que os pais dele estavam vindo para cá e ele me conta como se fosse a coisa mais simples do mundo.

— São apenas meus pais – ele diz como se pai dele tivesse descoberto a apenas 3 dias sobre a sua orientação sexual e não fossem os Lightwood, eu gostava deles, no nosso único, e primeiro encontro, acabei pegando um grande carinho pelo casal, mas agora eu seria apresentado como genro deles, era uma situação completamente diferente.

— Eu… aí para, você deveria ter me avisado que eles viriam – ele simplesmente rir do meu nervosismo 

— Minha mãe ligou avisando que vinha a poucos minutos, se quiser eu vou te deixar em casa e você conversa com…

— Não, eu não vou ficar fugindo dos seus pais – apesar de estar realmente com vontade de fazer, eu tive uma péssima experiência com os pais da Camille, mesmo sabendo que eles eram diferentes e já os conhecendo o medo estava presente.

Alexander faz um carinho de leve no meu pescoço, meus olhos voam para Anthony que brincava um pouco afastado da gente, a cada dia ele se parecia mais com Camille e eu estava incrivelmente feliz por saber que ela sempre estaria eternizada nele.

De uma forma estranha eu estava estranhando toda essa paz que cercava nosso relacionamento, desde que voltamos às coisas tem dado tão bem que o medo de tudo desmoronar veio com tudo.

Quando Maryse Lightwood entrou no cômodo um frio estranho percorreu minha espinha, ela sorria para o marido com tanta elegância, apesar da idade Maryse continuava deslumbrante. Alec foi até os pais e os abraçou.

— Eu quero que conheça oficialmente Magnus Bane, meu noivo e… – Alec se virou na direção de Anthony — Vem cá filhão – Anthony correu para os braços dele — E esse é o neto de vocês.

— Oi – Anthony disse timidamente, essa foi a primeira vez que o vi realmente tímido 

— Esses são seus avós, filho – Anthony pulou dos braços de Alexander, e correu até mim. Alec me olhou perdido então Anthony colocou seu rostinho perto da minha orelha.

— Papai,  o vovô vai achar que bandonei ele, eu não tenho culpa – Anthony se agarrou no meu pescoço.

— Oh meu amor, você não vai tá abandonando seu avô não, o nosso coração sempre tem espaço pra amar mais alguém – me levantei com ele no colo e me aproximei dos outros — Eles são seus avós, porque são papais do seu pai… 

Anthony se virou para eles, Maryse olhava com carinho para o garoto no meu colo, enquanto Robert olhava com uma certa curiosidade.

— Então eu vou ganhar mais presente? – Anthony perguntou olhando para Alec que começou a rir juntamente com os pais 

— Você vai ganhar muitos presentes – Maryse disse e Anthony sorriu largamente

— Olá Magnus, estamos muito felizes em revê-lo – Robert falou, cumprimentei os dois, mas logo Anthony roubou a atenção deles, não demorou para ele levar os avós para ver os seus brinquedos.

Todo o meu medo começou a parecer sem motivo, eles pareciam tão animados com o neto que minha presença ali era quase irrelevante.

Confesso que ver Maryse e Robert Lightwood sentados no chão brincando de carrinho era uma imagem um tanto quanto peculiar, Alexander logo se juntou a eles, eu preferi apenas apreciar a cena, ver meu filho se dando tão bem nessa família me fez acreditar que essa foi realmente a escolha certa, não escolhi apenas o homem que amo, escolhi o homem que também ama meu filho.

(...) 

Desliguei a ligação e olhei para Alexander que estava com um cara de poucos amigos, mas todos os riscos de canetinhas não me deixavam levá-lo a sério.

— Você vai ficar com essa cara sempre que eu falar com ele? – Alexander que havia começado a tirar a camisa, parou e me encarou –  Ele é padrinho do Anthony e meu amigo, você precisa aceitar que ele vai estar na minha vida.

— Eu aceito isso, mas não sou obrigado a gostar dele, da mesma forma que ele não gosta de mim – Como um homem tão velho pode ser tão infantil. Ele seguiu para o banheiro e trancou a porta.

Respiro fundo e me jogo na cama, já me arrependendo de ter aceitado dormir aqui hoje, a tarde havia sido tão leve, e tudo foi arruinado por uma simples ligação, esses ciúmes era completamente irracional.

Depois de longos minutos Alexander saiu do banheiro, e confesso que me decepcionou quando vi ele com o pijama, o que custa dormir sem roupa?

Ele sentou na cama e pegou um livro para ler, ele estava incrivelmente concentrado no livro e me ignorando completamente, talvez porque eu esteja fingindo mexer no celular. Jogo o celular de lado e pulo no seu colo, Alec baixou o livro sobre o peito e ficou me olhando.

— Quero te pedir uma coisa – Ele calmamente fechou o livro e o colocou na mesa de canto, e segurou minha cintura.

— Você não precisa me pedir nada, tudo é seu…

— Não é sobre isso, eu quero que Jem esteja aqui no seu aniversário – Ele fechou os olhos e encostou sua cabeça no meu peito, quase posso ver seu conflito interno.

— Claro que pode, eu disse que você poderia convidar quem quiser, e apesar de ter várias reservas quanto a ele, é o nosso noivado também e quero que estejam presentes todos aqueles que você ama.

Alexander levantou o rosto e beijou suavemente meu queixo, então ele olha em meus olhos, ele me faz ter a certeza de que sempre fará o possível para me ver feliz, e isso me faz amá-lo cada vez mais.

Beijo seus lábios com ternura, ele enlaça minha cintura, me puxando para mais perto, o beijo começou a esquentar aos poucos, então Alec me solta e olha perdido para os lados.

— A porta não tá trancada – disse e eu me levantei de seu colo, Anthony tinha mania de sempre entrar no quarto de Alec sem bater, eu havia reclamado com ele várias vezes, mas não mudava.

— Você precisa dar limites no seu filho – digo voltando para a cama

— Agora é só meu filho, né? E nem venha com essa não, eu sou o pai bonzinho e você sabe disso – subo na cama e rastejo até ele.

— Você é o bonzinho? Então eu sou o garoto mal – Alec avança em mim e me prende debaixo dele — Eu odeio essa sua mania de dormir todo vestido.

— Se te incomoda, é só tirar…