Seis semanas depois
Magnus finalmente concordou em deixar Anthony passar um tempo comigo, depois de semanas conversando com ele apenas por vídeo chamada. Talvez a raiva por mim esteja finalmente diminuindo ou talvez ele não queira que isso afetasse o filho.
— Tá me ouvindo? – a voz de Liam me puxou de volta a realidade.
— Desculpe-me, sobre o que falava mesmo? – O garoto soltou uma gargalhada gostosa.
— Você tá ficando igual ao meu pai, mas enfim tava falando que preciso ir… meu pai tá meio pilhado com a chegada do novo filho e tô ajudando ele com umas coisas – Liam confidenciou, vê-lo sorrir novamente enquanto fala do pai, aquece meu velho coração.
— Vocês Herondales são todos iguais, sempre correm até mim atrás de conselhos e depois ficam de pirraça com a minha cara – Liam se levanta, olho as horas e vejo que está quase na hora de Anthony chegar — Eu te levo até lá fora.
Acompanhei ele até a entrada, eu queria que meu motorista o levasse, mas ele insistiu que era melhor ir com um motorista de aplicativo, preferi não discutir.
— Tchau tio… qualquer dia volto aqui – Liam me abraçou e entrou no carro, mas antes que o carro saísse ouvi alguém gritar.
— Papai – um frio estranho percorreu a minha espinha, me virei na direção da voz a tempo de pegar Anthony que corria até mim. Olhei para Magnus que olhava para o carro que sumia de nossas vistas.
— Vou deixar ele às 20:00, mas se mudar de ideia e quiser deixar ele dormir aqui é só mandar uma mensagem avisando – Magnus não respondeu, apenas se despediu do filho e saiu, respirei fundo e entrei em casa.
Anthony decidiu que passaríamos a manhã na piscina, e assim aconteceu, depois de uma manhã cheia de sol, piscina e suco de laranja eu estava pronto para dormir a tarde inteira.
A risada dele preencheu cada segundo da minha manhã, tentei inútilmente ensiná-lo a nadar, ele não quis desgrudar de mim.
No almoço Anthony perguntou umas 6 vezes para a cozinheira se tinha soja na comida, Norma riu e decidiu listar todos os ingredientes.
A tarde foi infinitamente mais tranquila, assistimos um filme infantil e logo depois tirou sua soneca da tarde, eu estava com saudades de simplesmente passar o dia inteiro de preguiça com ele, eu já estava fazendo planos para o próximo final de semana.
— Papai… – Anthony surgiu na porta do meu escritório, ele segurava a chupeta na mão e ainda estava com a manta sobre os ombros — Eu quero o papai Magnus – Me levantei e fui até ele, me abaixei ficando da altura dele.
— Aconteceu alguma coisa, meu amor?
— To com sadade – Eu sei que deveria corrigir, porém faço apenas um carinho no nariz.
— Vamos nos arrumar para ir pra casa…
(...)
Anthony dormiu durante o caminho, passei todo o percurso pensando sorrindo e como eu queria ele direcionado a mim, e que a culpa de não tê-lo mais é somente minha.
Toco a campainha, ele abre a porta e uma sensação maravilhosa e familiar preencheu todo o meu corpo, mas não demorou muito para seu sorriso murchar e ele desviar o olhar. Foi impossível não notar que seus olhos estavam inchados e vermelhos.
— Ele pediu para vim, e acabou dormindo no carro – Magnus assentiu em compreensão – Vou colocá-lo no quarto.
Fui até o quarto que eu conhecia perfeitamente, eu já havia passado várias noites ali, quando entro uma chuva de memórias me invadiram minha mente, aquele foi o melhor quarto que já dormi na minha vida, porque nele eu dormia com o homem da minha vida. Voltei para a sala e Magnus estava jogado no sofá mexendo no celular.
— Já vai?? – a pergunta era ansiosa, como se me quisesse fora dali, talvez ele realmente quisesse.
— Sim… – Eu deveria realmente ignorar toda essa vontade de perguntar o que aconteceu? Me viro em sua direção — Porque estava chorando?
— Nada – Magnus olhava para suas mãos.
— Magnus…
— Vai trepar com seus garotos e me deixa em paz – olhei para ele um pouco perdido, ah não, Liam.
— Se for sobre o garoto de hoje… – Magnus se levantou e veio até mim parou na minha frente, eu realmente achei que ele faria algo, mas ficou parado olhando no fundo dos meus olhos, então continuei — Ele é o filho de Jace, meu afilhado, ele estava pedindo minha ajuda em assuntos de trabalho – Me apoiei no braço do sofá e segurei sua mão — Sei que fui um idiota naquele dia, me arrependo mortalmente, mas eu quis terminar tudo com você porque não quero te proporcionar uma vida de merda. Quando eu vi minha mãe no hospital com meu pai eu percebi que daqui a poucos anos poderia ser você ali, meus pais tiveram 53 anos de casados antes disso, mas quanto tempo eu poderia te dar antes disso acontecer com a gente?
"Eu terminei com você porque te amo o suficiente para não ser egoísta com você, e por isso eu não consigo aceitar outro homem na minha cama e na minha vida, porque você é único que faz meu coração errar as batidas, você é o meu primeiro e último pensamento do dia, você foi por quem eu estava disposto a assumir como meu. – meus olhos estavam marejados, e eu não me importava de chorar na sua frente — Eu trocaria tudo pra ter uma vida com você… Eu te amo e espero que um dia me perdoe por tudo isso"
Eu tinha tantas outras coisas a dizer, pareciam que palavras nunca eram suficientes quando se tratava de Magnus, mas o que eu poderia falar? O que eu realmente poderia fazer?
O silêncio era mortal e pela primeira vez me senti desconfortável com Magnus, mas mesmo assim não queria ir para longe, eu só queria que isso passasse, não quero e nem posso ficar longe dele.
— Eu não sei se consigo te perdoar, você me afastou e mentiu, você diz que fez isso por amor… Mas apesar de como você me fez sentir naquela noite, eu ainda te amo – Meu mundo parou, Eu ainda te amo como ele pode me amar? — E hoje eu só quero que você distraia a minha mente de tudo que estou sentindo.
Eu procurei qualquer sinal de que havia entendido certo, e quando seus lábios encontraram com os meus eu tive a certeza que sim, Magnus realmente me usaria para se distrair, e eu seria usado com todo prazer…
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Meu garoto
Roman d'amourAlexander Lightwood um homem rico que possui um grande interesse por rapazes bem mais novos. Magnus, prestes a completar 20 anos, viu sua vida mudar quando descobriu que seria pai e perdeu a mulher da sua vida. A vida dos dois se cruza quando Magnus...