Alexander

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7 semanas depois

Nada parecia bom o suficiente, bonito o suficiente, elegante o suficiente para Magnus…

— Você não veio comprar o presente do pirralho? Duvido que aqui tenha algo pra ele – Jace disse surgindo ao meu lado — Porque você está olhando as alianças?

Olhei para Jace, não havia uma resposta correta "Vou pedir Magnus em casamento", "Vou me assumir para minha família", "Percebi que sou o único responsável pela minha felicidade". Mas de qualquer forma Jace entendeu pelo meu olhar.

— Essa – Jace mostrou uma aliança brilhante, havia uma pequena pedra azul — Magnus gosta de coisas brilhantes, mas acho que você não vai gostar de nenhuma, porque sabe que ele merece o Anel da família.

— Vamos comprar o presente do Anthony, falando nisso, até agora não sei o que você comprou.

— Um dinossauro de pelúcia… Mas conta sobre o casamento, como decidiu?

— Terça eu estava na casa dele, e ele começou a reclamar que Anthony não queria comer direito e que eu mimava demais o garoto, e tudo que eu consegui pensar é que, era exatamente aquilo que eu queria por toda a minha vida… E qualquer coisa pareceu pequeno depois daquilo, e quero fazer ser, ser o melhor por ele, porque é exatamente isso que ele merece, um homem que mudaria um mundo por ele… mesmo que isso seja difícil…

— Uma vez eu ouvi que "Sempre que alguém assume quem é, o mundo se torna melhor e um lugar mais interessante."  Não sabia se isso era verdade, mas agora ouvindo você falar que finalmente vai se assumir, eu posso dizer que meu mundo está incremente melhor, estou feliz por vocês… – Jace fez uma pausa dramática, enquanto eu secava uma lágrima solitária — Agora vamos comprar o presente do garoto, já é triste o suficiente ele não ter festa.

(...)

Minhas mãos suavam, o homem à minha frente me encarava perdido, os traços do seu rosto não negavam quem ele era, e quem era seu filho… 

— Vovô – Anthony surgiu entre nós dois e voou no colo do homem — Papai, o vovô chegou – Ele gritou a pleno pulmões, o homem entrou e eu permaneci no mesmo lugar, sem dizer nada, alguns segundos depois Anthony me puxou pelo braço.

Magnus havia decidido fazer algo simples esse ano para o garoto, apenas uma pequena comemoração, obviamente fui completamente contra, mas como sempre o peso de não ser o pai veio com tudo.

—  Tá tudo bem? – Magnus chegou perto de mim, olhei ao redor todos conversavam despreocupadamente — Se estiver cansado pode ir para o quarto, quando o padrinho do Anthony chegar eu vou te chamar…

— Tá tudo bem… Magnus, quantos anos seu pai tem? 

— Quarenta e quatro… Algum problema? – Havia tantos problemas que eu não seria capaz de enumerar.

— Não, está tudo perfeito – sorri para ele que logo saiu para conversar com o pai, o senhor me olhava com curiosidade, não que realmente tivesse muito a se olhar.

Eu parecia fora daquele mundo, até mesmo Jace parecia confortável ali, conversava com pai de Magnus como se fossem amigos de infância, será que eu realmente tenho espaço na vida de Magnus? Como seria para ele me apresentar para seu pai ? Ele sentiria vergonha por eu ser mais velho?

— Estou quase vendo as engrenagens da sua cabeça – Vênus tem uma mania irritante de chegar silenciosamente.

— Você acha que um dia eu vou me encaixar na vida dele? 

— Não, porque você já está na vida dele… Você não precisa amar cada detalhe do cotidiano dele, você precisa amá-lo o suficiente para aceitar que vocês são de mundos diferentes e lutar para fazer dar certo… porque amar não é fácil – seus olhos estavam fixos em Jace.

— Você pode me contar o que quiser…

— CHEGUEI FAMÍLIA – Um cara loiro, que presumi ser James o padrinho de Anthony, chegou, Magnus praticamente correu para abraçá-lo, foi praticamente impossível não revirar os olhos com a cena, ouvi um riso baixo ao meu lado. 

Esse abraço estava durando tempo demais, até ouvir uma tosse ao meu lado e eles se afastarem, Magnus olhou diretamente para mim quando se afastou dele, e logo depois pegou Anthony no colo e voltou a conversar com o loiro. Eles ainda estavam próximos demais, aquele cara tinha uma mania irritante de passar a mão no meu homem.

Tentei focar em qualquer coisa além deles, mas meus olhos sempre se voltavam para eles, uma parte de mim queria ir até e mandar aquele loiro sair de perto do que é meu… odiava essa sensação de impotência e principalmente odiava esse ciúmes correndo pelas minhas veias.

— Ele é hetero? – a pergunta foi baixa, apenas para ela ouvir 

— Bissexual… Ciúmes é completamente normal, mas você não pode olhar como se fosse desmembrar o cara ou derreter o cérebro dele – eu ri e olhei para Jace que agora encarava nós dois — Dei ideia ao homem errado?

— Ideias você deu, mas infelizmente não tenho o sangue frio para colocá-las em prática… mas eu poderia fazer o avião dele cair ou mandar cortar os cabos do freio do carro, são clichês que funcionam…

— Ou você poderia assumir seu relacionamento com ele, colocar uma aliança no dedo, e se mesmo alguém se aproximar dele, você o segura pela cintura e o chama de meu amor – enquanto ela falava a imagem se formava na minha cabeça 

— Sua ideia é maravilhosa, e creio que é a que mais combina comigo – olhei novamente para Magnus, agora ele conversava com o pai — Obrigado por me distrair – ela apenas sorriu em resposta 

— Vamos cantar o parabéns – Magnus chamou a todos. 

— Papai Alec, vem comigo ? – vi o rosto de Magnus empalidecer quando o garoto falou, e antes que ele falasse algo, fui até o garoto e o peguei no colo.

— Vamos garotão – cantamos o parabéns, Magnus estava levemente sem graça, mas logo se animou também.

Depois de servir uma parte da comida, Magnus me puxou para a cozinha, eu sabia sobre o que ele ia falar e estava com todo o meu discurso pronto.

— Olha me desculpa por isso, Anthony havia me perguntado se podia te chamar de pai, eu disse que ele precisava falar com você antes… não achei que ele fosse fazer isso na frente de todos…

— Calma, é uma honra para mim que ele me veja… – Jace entra na cozinha com uma cara assustada segurando o celular na mão.

— Alec o tio Robert tá no hospital…


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