Ninguém julga Ninguém

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Magnus é um homem adulto que sabe o que faz, ele não se colocaria em perigo… repito isso como um mantra durante todo o percurso, que diga-se de passagem é muito longo.

Eu sei que não tenho direito nenhum de ir, mas como eu poderia ficar em casa sabendo que Magnus está bêbado e disposto a dormir com qualquer um que seja parecido comigo, sei que ele nunca vai achar, mas o álcool pode interferir.

Paro o carro em frente a uma casa pequena, vários adolescentes estavam jogados por ali, e ainda era 23:00, a geração de hoje não sabe aproveitar uma festa. Entro na casa e logo vejo Magnus sentado no sofá conversando com uma ruiva, ela tocava ele em todos os cantos possíveis, sigo em sua direção, porém uma mão fria segura o meu braço.

— Acho melhor você sair da minha casa agora – Jem diz apertando meu braço — Você não quer…

— Garoto coloque-se no seu lugar, eu não estou com paciência para lidar com um pirralho como você no momento – Puxo meu braço — E na próxima vez que for ameaçar alguém, não ameace alguém que pode lhe destruir com uma simples ligação.

Volto para meu caminho, meus olhos estão fixos no meu objetivo, chego perto de Magnus e ele pula nos meus braços quando me vê, acaricio seus cabelos.

— Vamos para casa… – sussurro para ele.

— Você veio… – Ele sorria como um idiota.

— Você precisa de mim – aperto ele contra meu peito e guio ele até a porta, ninguém estranha ou se preocupa com o fato de eu estar carregando um homem completamente bêbado para meu carro.

Magnus dorme no instante que entramos no carro, decidi levá-lo para minha casa, Anthony deve estar dormindo e não vou correr o risco de acordá-lo e ver o pai bêbado.

Tirar Magnus do carro foi quase uma missão impossível, ele vomitou dentro e fora do carro, e começou a fazer birra dizendo que queria ver o filho. Peguei ele no colo enquanto ele batia no meu peito, minha paciência havia acabado.

Magnus começa a beijar meu pescoço quando entramos no quarto, tento afastá-lo várias vezes, mas o medo de machucá-lo me impede de ser mais rígido.

— Eu sei que você quer – Magnus tenta abrir minha camisa.

— Não, eu não quero – Magnus me olhava choroso — Você vai tomar um banho e dormir, nada além disso.

— Alec…

— Banho agora – Falei e Magnus segue para o banheiro com uma cara emburrada, eu o amava mais do que achava possível, mas nesse momento meu único desejo é que ele durma e cale a porra da boca.

Nunca tive paciência para pessoas bêbadas, principalmente quando eu estou sóbrio, não demorou muito e Magnus começou no banheiro.

Ele tentava inutilmente tirar a roupa, ajudei ele a se despir e a tomar o banho, no meio do banho ele começou a ficar sonolento e precisei entrar embaixo do chuveiro com ele. Seco ele devagar e visto uma camisa minha nele, e o coloco na cama, deposito um beijo na sua testa e vou procurar um quarto para dormir.

Depois de devidamente arrumado me joguei na cama de um quarto de hóspede qualquer, na última hora senti ciúmes, raiva, medo e impotência, mas nem se eu quisesse iria conseguir me acalmar agora, tomo um remédio e tento dormir.

(...)

Eu deveria estar trabalhando, havia liberado Vênus do trabalho e decidi passar o dia em casa, eu estou com esperança de conseguir ter uma conversa com Magnus, talvez eu consiga ao menos uma oportunidade de ficar com ele.

Magnus apareceu na cozinha com uma cara de sono terrível, seus cabelos estavam molhados indicando que ele havia tomado banho, ele me olhou, mas não tinha forças para falar apenas serviu café e bebeu.

— Tomou o remédio?

— Sim, mas minha cabeça não dói tanto quanto a minha consciência, me desculpa por ontem… infelizmente lembro o que aconteceu – A sua voz era baixa, Magnus serviu mais café e bebeu tudo de uma vez.

— Vai com calma garotão… não há porque se desculpar, sempre será um prazer cuidar de você, mas não precisa dizer que quer trepar com outro pra me fazer ir atrás de você – Magnus abaixou a cabeça passando as mãos no rosto.

— Eu… Eu nem sei o que deu em mim – Me aproximei dele e sentei ao seu lado.

— Babe, você bebeu e me ligou, não fez nada de errado.

— Eu vomitei em todo o seu carro e tentei te levar pra cama – ele disse sem me olhar — Me desculpa por ontem, eu estou indo embora.

— Magnus espera – segurei seu braço e me levantei — Eu queria conversar com você… Eu… Eu contei pra minha mãe sobre você – Magnus se virou e me encarou, seus olhos varrem meu rosto.

— Você o quê? – sua voz quase não chegou aos meus ouvidos.

— Magnus eu quero você, e eu errei muito em te expulsar da minha vida, eu percebi que não vale a pena viver uma vida sem você, e agora eu vou lutar para ter você, mas antes de fazer isso eu preciso te dar a certeza que jamais vou cometer os mesmos erros, que vou ser completamente transparente com você e que vou deixar claro para o mundo que você é o amor da minha vida – Soltei seu braço e Magnus permaneceu imóvel

— Eu não sei o que falar…

— Não precisa me falar nada agora – Retiro a aliança da família do meu bolso e seus olhos focam nela — Mas eu quero que saiba que eu lhe esperarei até meu último suspiro, que eu estou lhe pedindo em casamento, lhe convidando para viver uma vida ao meu lado e que esse pedido não tem prazo de validade, se daqui a 10 anos você decidir que me quer, eu estarei lhe esperando de braços abertos.

Ele permaneceu calado, eu entendia isso, Magnus provavelmente precisaria de tempo para entender o que eu havia dito, nossa relação passou por vários problemas nas últimas semanas e não seria uma simples declaração que faria ele mudar de posicionamento.

— Vou lhe deixar em casa – Magnus assentiu, e me seguiu até a o carro

Magnus depositou a mão na minha coxa quando entramos no carro, talvez fosse uma mensagem silenciosa que realmente não consegui entender.

Magnus me convidou para subir, talvez só por educação, mas como eu queria passar mais um tempo com ele, decidi aceitar, quando ele abriu a porta nos deparamos com Jace aos beijos com Vênus no sofá da sala.

Magnus fingiu tossir esperando o casal, Jace sorri levemente para Magnus e Vênus nos encara.

— Ninguém julga ninguém – Vênus e Magnus dizem ao mesmo tempo e começam a rir

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