eu queria trepar com ele...

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Procuro Magnus na cama e não o encontro, tento controlar a frustração que consome meu corpo, mas então a culpa assume o controle de tudo juntamente com lembranças da noite anterior. Magnus se contorcendo debaixo de mim, mas não podia tocá-lo de verdade. Eu não podia fazer nada na realidade, apenas dar-lhe prazer, mas nada ali foi realmente prazeroso, a culpa e o ressentimento estava presente e quase palpável entre nós.

Me levanto e visto o resto da minha roupa, eu só queria me rastejar para a minha casa e me livrar dessa sensação horrível de vazio. Saio do quarto enquanto procurava alguma alma viva.

Entrei na cozinha e Magnus tomava o café da manhã com Vênus, quando me viu ela murmurou um bom dia e saiu na direção do quarto, Magnus ficou parado na mesma posição, olhava para seu café como se fosse a oitava maravilha do mundo moderno.

— Estou indo pra casa… – Ele continua olhando para o café — Magnus?

Ele me olhou com receio, estava nítido que ele estava arrependido do que aconteceu na noite anterior, me aproximei dele.

— Sobre ontem…

— Não quero falar sobre isso agora… eu…

— Estou indo – disse me afastando e indo embora.

(...)

Eu estava a meia hora parado na frente da casa dos meus pais, me senti novamente aos 15 anos, quando peguei o carro do meu pai escondido e bati, mas dessa vez minha mãe não saiu correndo e me tirou de dentro do carro chorando.

Eu sei que no segundo que ela me ver, ela vai saber que estou destruído, e não tenho forças pra mentir, para ser sincero eu nem quero. E sei que toda essa coragem veio tarde demais, e isso me corrói por dentro, talvez eu já tenha perdido Magnus, e ele pode jamais me perdoar, mas depois de ver como ele estava hoje de manhã, eu percebi que não posso mais nos colocar nessa situação.

Respiro fundo e saio do carro, a primeira pessoa que vi quando entrei foi Isabelle que não falava comigo desde que terminei com Magnus. Jace estava ao lado dela, e me olhava com pena, provavelmente já sabendo o que estava acontecendo.

— Alexander querido – Eu não sou seu querido a voz de Magnus se faz presente — Estava prestes a te ligar — mamãe diz e logo me abraça — ela se afastou e olhou nos meus olhos, e naquele segundo ela soube — Vamos conversar a sós?

Apenas assenti e a segui com uma coragem que eu nem sabia que tinha, mamãe me levou para seu quarto, lembro-me de quando isso acontecia na minha infância, ela sempre gostou de ter conversas reservadas.

Logo que fecha a porta ela me encara perguntando silenciosamente o que estava acontecendo e o porquê eu parecer tão mal, fechei os olhos e sentei na cama. Decido que a melhor forma era ser direto. Sem rodeios.

— Eu estou apaixonado por um homem, pelo meu homem, mas eu cometi o pior erro da minha vida por medo de assumir que amava um homem, e agora eu não sei se ele vai me perdoar… mas independente disso eu não quero mais mentiras rodando a minha vida – Minha mãe permaneceu calada pelos minutos que se seguiu, eu olho para ela tentando entender o que se passa em sua cabeça.

Começo a me questionar se fiz o certo, sei que deveria ter feito isso há anos e que eu não mereço viver uma vida limitada por causa dos meus pais, mas eu deveria ter falado de outra forma?

Minha mãe me abraçou e começo a chorar copiosamente, ela aperta o abraço enquanto acaricia minhas costas.

— Coloque tudo pra fora meu amor… mamãe está aqui com você – uma onda de arrependimentos se chocou contra meu corpo, eu poderia ter tido isso durante anos — Me fale um pouco mais sobre ele…

— Ele é incrível, é inteligente e pelo anjo você precisa ver o sorriso dele, é a coisa mais perfeita que existe, eu faria qualquer coisa para ver aquele sorriso, eu mudaria o mundo, sem pensar duas vezes, por ele. Ele é perfeito para mim – Minha mãe riu enquanto enxugava as minhas lágrimas — E a gente tem um filho, mãe você precisa conhecê-los, eles são a minha felicidade.

— Você não pode perdê-lo meu amor.

— Eu já perdi… mas vou lutar até meu último suspiro por ele, porque não posso aceitar uma vida sem ele, vou cercá-lo de amor e torcer pela sua felicidade e que me perdoe – não houve julgamentos, ela apenas acolheu meus sentimentos e me fez sentir um garoto…

(...)

Saímos do quarto meia hora depois, Jace já havia ido embora alegando que houve um compromisso de última hora e por isso não ficaria no jantar.

Minha mãe carregava um sorriso genuíno nos lábios, disse que suspeitava a anos, porém esperou até que eu me sentisse confortável para contar, mas decidiu que não era o momento para contarmos ao meu pai, o médico havia recomendado que não contássemos nenhuma notícia impactante para ele.

O jantar ocorreu tranquilamente, todos ouvíamos Will contar animadamente sobre como estava sendo trabalhar na galeria, Izzy e Raphael estavam quase explodindo de orgulho do filho. Eu estava morrendo de saudades do meu, mamãe me fez prometer que o apresentaria para ela.

Depois do jantar, como sempre nos reunimos na sala, nunca entendi o real motivo, mas acredito que meus pais só querem mais alguns minutos com os filhos e o neto.

— Fiquei sabendo que Liam está se dando bem na empresa, estou tão orgulhoso, sempre soube que ele teria muito sucesso – meu pai começou a falar, papai tratava Liam como um neto, faz sentido já que Jace sempre foi um filho.

— Sim, ele tem se esforçado muito é tão estranho ver meus meninos crescendo – mamãe diz olhando para Will que sorri para a avó — Estou ficando velha – acabo rindo de sua declaração

— Você está linda mamãe – digo e Isabelle concorda, segundos depois meu celular começa a tocar e levo um pequeno susto quando vejo que é Magnus — Preciso atender, já volto.

Olá baby

Eu sabia que você iria me atender… – era nítido que Magnus estava bêbado, sua voz estava arrastada e dava para ouvir uma música alta no fundo — Eu estou sentindo tanto a sua falta, eu tentei te esquecer e ficar com outras pessoas, mas não é você, e eu só quero você

Baby, onde você tá?

Eles não são você, e eu queria tanto te odiar agora Alexander, eu queria dizer que não quero te ver e que eu não te amo, mas cada batida do meu coração pertence a você… Eu sou tão patético por tá ligando bêbado para você… Eu sou patético por te amar

Meu amor… onde você tá? Me diz que eu vou te buscar agora

Jem está voltando… acho que ele tava trepando com alguma garota… eu queria trepar com ele…

MAGNUS AONDE VOCÊ TÁ?

Não importa, eu vou voltar a te odiar pela manhã e nem vou lembrar que te liguei… você deveria vol… – a ligação cai e começo a entrar em desespero, tento ligar para ele novamente, porém seu celular está desligado. Começo a ligar para Vênus e ela atende na segunda chamada.

Quem liga pra secretária em um domingo a noite, vai tran – Jace começa a falar

O que você tá… foda-se, cadê ela?

Tá colocando Anthony pra dormir, porque?

Você sabe onde Magnus tá?

Sei, mas não posso…

Fala logo… ele me ligou bêbado

Ah merda, não fala pra ninguém que foi eu quem disse, tá na casa do Jem, padrinho do Anthony… te mando o endereço por mensagem

Jace desligou a chamada e eu segui em direção ao meu carro, depois daria uma desculpa qualquer para minha família.

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