Meu garoto

Meu menino

3.000, Vênus não me falou porque ele havia mandado mais, apenas falou que estava cumprindo ordens.

Claro que não reclamei, mas ele saiu de lá tão rápido, imaginei que ele não tivesse gostado, tentei falar isso com ela mais uma vez ela disse que isso estava acima e que ele não dava satisfação dessas coisas a ela.

Meu pai não questionou quando percebeu que eu realmente tinha dinheiro para pagar as contas, Eu confio na educação que lhe dei, meu pai vivia dizendo isso para mim.

— CHEGUEI – Anthony chegou berrando, Vênus estava logo atrás, desde que parei de trabalhar ela tem pego Anthony na creche — Titia Vênus comprou sorvete pra mim – Anthony estava com o rosto sujo 

— Eu percebi mocinho – peguei ele no colo — Vou te dar um banho – me viro para Vênus — me espera eu já…

— Não vou ficar, tenho um compromisso – ela sorriu e eu entendi, seria trocado por sexo 

— Não esqueça que amanhã tem que levar Anthony para tomar as vacinas – Vênus sempre teve que me lembrar de tudo — Beijo – então saiu, banhei Anthony, achei estranho ele não ter reclamado da vacina, sempre que falavam de vacina ele começava a chorar descontroladamente.

Decide não perguntar nada, Anthony não é o tipo de criança que esconde as coisas, se algo está incomodando ele, uma hora ele vai me falar.

Anthony comia ao meu lado, ele insistia em querer comer sozinho, queria me concentrar naquele momento, queria apenas observar meu pequeno comer, mas meus pensamentos se voltavam para aquela noite, eu queria entender o que senti naquela noite, com a imagem daquele homem ajoelhado na minha frente, queria poder…

— Papai cabei – Anthony me mostrou o prato vazio e sorriu orgulhoso de si mesmo, é no meu menino que devo pensar e não em um homem que jamais verei novamente.

Meu celular começa a tocar, me perguntei o porque meu pai estava me ligando a essas horas, normalmente ele mal pega no celular durante o trabalho.

Alô?Pai?

 Alô Magnus, aqui é a Fernanda que trabalha com seu pai… –Ela parecia esperar que eu absorvesse a informação porque ficou calada — Seu pai acabou se machucando durante o trabalho, teria como você vim aqui? 

O que aconteceu? Eu tô indo 

Não tenho muitas informações, sei que ele caiu das escadas, está consciente e está apenas reclamando de dor na perna, mas o médico pediu pra lhe chamar 

Apenas falei que estava indo, peguei Anthony e corri pro hospital, quando eu achei que as coisas se consertariam.

Alec P.o.v: 

Estava mais uma vez aqui, parado em frente ao quadro dela, Amberly não foi o grande amor da minha vida, mas a amei como podia, durante anos quis desejá-la, quis sentir apenas uma fração do que sentia pelo irmão dela. Amberly sempre soube que meus sentimentos sempre seriam fraternos, mas sempre foi uma amiga leal.

Nosso relacionamento nunca foi fechado, eu não podia e nem queria ser um homem presente na cama, Amberly sempre teve seus amantes assim como eu, em um desses casos ela acabou engravidando e aquela foi uma das melhores noticias da minha  vida, eu finalmente seria pai.

E aquilo se tornou meu pior pesadelo, perdi as duas semanas depois, Amberly sofreu um acidente de carro e perdi minha melhor amiga e meu filho. Meus pais tentaram me convencer a casar novamente, mas sempre disse que não conseguia me comprometer com alguém que não fosse a Amberly, não era mentira, não aguentaria um casamento por aparecia com outras pessoas.

— Senhor Alexander – George me chamou — O senhor e a senhora Lightwood já chegaram – me virei para ele, e o dispensei.

Antes de seguir olho mais uma vez para o quadro, quando chego na sala meus pais estão sentados sussurrando, sempre admirei o amor deles, tão entre si quanto pelos filhos, Amberly nunca entendeu meu medo de me assumir homossexual pros meus pais, mas quando se cresce em uma família conservadora e religios não é fácil assumir ser fora do padrão.

— Meu menino – mamãe veio me abraçar, Maryse sempre foi uma mulher de pulso firme, temidas por muitos, mas sempre foi amorosa e gentil com os filhos, comigo — Você está se alimentando bem?

— Estou sim, meu nutricionista que prepara minha dieta, mas não creio que vieram aqui apenas para verificar meus hábitos alimentares – minha mãe muda de expressão, seu semblante sorridente simplesmente murchou

— Ora meu filho, nós vinhemos apenas ver como você está, você quase não manda notícias, e quando manda é falando apenas da empresa – Meu pai começa o discurso de sempre — Sei que é um homem adulto, mas nós ainda nos preocupamos, você vive apenas na companhia dos empregados, sabemos que a perda de Amberly foi muito grande, mas você precisa encontrar alguém.

— Pai olha… – minha mãe me interrompe

— Meu bebê, você vive pelo seu trabalho, e sou imensamente orgulhosa por tudo que tem feito, você é extraordinário em tudo que faz – ela fez um carinho de leve — Imagino que você saia com pessoas, e não estamos falando que você precisa se casar amanhã, mas apenas de abertura para alguém entrar em seu coração, eu lhe amo meu filho e quero que você seja plenamente feliz, quero que tenha um motivo para vim pra casa. 

— E não adianta falar que está bem assim, faz anos que não tira férias – meu pai emendou — Nós queríamos estar aqui para sempre, mas não estaremos… você é meu pequeno tesouro, e quero ver você feliz, e Alexander somos seus pais lhe conhecemos mais do que pensa, sabemos que não está feliz.

Eu queria dizer que eles estão errados e que sou plenamente feliz com a minha vida atual, queria dizer que não me afogo no trabalho porque não tenho ninguém em casa esperando por mim, eu queria ser uma daquelas pessoas que não sonham com uma família, que não anseiam em ter filhos ou pelo menos alguém que deseje ter isso com uma mulher.

— Eu já tenho 49 anos, não sou nenhum garoto que sonha em encontrar o amor, isso não quer dizer que eu me fechei para relacionamentos – respirei fundo, me sentia novamente com 18 anos.

— Mas está pelo menos saindo com alguém? – mamãe segurava minhas mãos 

— Sim – foi quase impossível não me lembrar de Magnus, geralmente eu esquecia dos nomes dos meninos mas aquele nome gravou na minha mente, talvez porque fosse diferente, talvez porque ele despertou um desejo real em mim. Seu rosto trazia uma inocência sobre aquilo, mas seu corpo parecia queimar de desejo — Mas não comecem a preparar o casamento, como eu disse não estou procurando amor.