Não seja patético

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— Qualquer coisa me liga, pai, eu tô falando sério… — Anthony não se sentia exatamente confortável em passar o dia fora. O medo de algo acontecer com seu pai em sua ausência era grande.

— Anthony, você já avisou a todos. Tenho certeza que se algo sair minimamente do aceitável iram te ligar — Alec falou e Anthony fechou a cara pro lado do pai — Não deixe seu garoto esperando. Não se preocupe se algo lhe avisaram logo depois de avisarem o médico. Se cuida.

Anthony abraçou o pai e saiu, uma parte de si ficou ali. Mas apesar de doesse admitir Anthony sabia que não importava se ele estivesse perto do pai, nada o impediria de perdê-lo.

O garoto tentou não pensar no pai, estava a dias sem dar real atenção a Éris, e precisa disso. Precisa apenas focar um pouco no seu garoto e as coisas iriam melhorar.

Anthony estava em frente a casa dos tios, estava esperando a quase 15 minutos, já havia informado a Éris que havia chegado, mas o garoto não descia. O garoto suspirou e saiu do carro.

Ninguém o impediu de entrar, Anthony seguiu direto para o quarto de Éris. O garoto estava sentado na cama se bermuda encarando a pilha de roupas em cima da cama.

— Eu não vou… não tenho roupa — foi a primeira coisa que Éris disse quando viu Anthony. O Lightwood encarou a pilha de roupas, pegou a primeira camisa que viu pela frente e jogou no garoto.

— Então vamos às compras — Éris permaneceu imóvel — A festa da sua prima vai começar daqui a pouco, se você quiser tudo bem, a gente fica por aqui, mas se quer ir vamos logo comprar essa roupa.

— Vou pegar o cartão com a minha mãe …

— Quando em toda a sua vida você pagou algo quando estava comigo? — Éris sorriu e vestiu a camisa e seguiu em direção a porta.

Depois de quase duas horas, muitas roupas compradas,  eles estavam no carro indo para a festa. Anthony não suportava as primas de Éris, mas não soube dizer ao garoto quando ele o chamou para ser seu acompanhante.

Tudo estava tão entediante quanto Anthony esperava que estivesse, haviam vários conhecidos, mas ninguém que valia o esforço  executo Éris é claro, mas o garoto havia sumido com os primos e Anthony procurou o lugar mais escondido para ficar.

— Oi — Uma garota falou enquanto sentava ao lado dele, mas ele nem se preocupou em olhar — Você está lindo.

— Obrigado — Anthony permaneceu olhando para os sapatos como se fosse uma criança esperando o papai.

— Solteiro? — Ela não parecia entender a linguagem corporal.

— Tecnicamente sim, mas estou apenas esperando o momento certo para pedir o homem da minha vida em namoro.

— Não existe essa de momento certo…

— Para ele existe, tem que ser no natal, mas sinceramente eu não me importo de esperar. Eu esperaria uma vida inteira apenas por um beijo dele — A menina sorriu e saiu, não havia nada para ela ali.

Anthony voltou a sua atenção para o celular, havia baixado um jogo interessante e planeja passar as próximas horas nisso.

Do outro lado da sala Éris assistia tudo calmamente enquanto tentava prestar atenção no que a prima falava. No momento em que chegaram ele percebeu que levar Anthony tinha sido uma pessoa ideia, o Lightwood odiava suas primas, mas ao mesmo tempo apreciava o esforço dele.

O garoto inventou uma desculpa qualquer e disse que ia embora, ele foi até o mais velho e se colocou na frente dele, obrigando Anthony a encará-lo.

— Quero ir pra casa — Éris disse baixinho enquanto abraçava Anthony.

— Vamos — Anthony se levantou, estava finalmente saindo dali.

***

Éris não sabia como convidar Anthony para "dormir" lá. Ele nunca precisou fazer isso antes, Éris nem sabia se Anthony queria dormir lá, o garoto estava meio calado o dia inteiro.

— Vai dormir aqui querido? — a voz de sua mãe tirou Éris de seus pensamentos.

— É… — Anthony olhou para Éris como se perguntasse: Você quer? O garoto concordou — Vou sim tia.

Jace encarou o Lightwood que apenas sorriu calorosamente para o tio. O clima ficou desconfortável logo depois, Éris se levantou  e se despediu dos pais.

— Vamos subir? — Éris estendeu a mão para Anthony que pegou e seguiu o garoto até o quarto — Você — As mãos de Éris entraram na camisa de Anthony — Quer — Ele se aproximou e começou a beijar o pescoço do mais velho — Dormir?

— Eu… Eu acho que sim… — Éris puxou o outro pela nuca e o beijou suavemente, tão suavemente que Anthony tinha medo de tentar aprofundar o beijo e acabar com o momento.

Lentamente Éris levou Anthony até a sua cama, o garoto nem percebeu o que estava acontecendo até cair de costas no colchão macio.

Naquele momento o mundo de Anthony parecia se resumir a Éris e no seu sorriso travesso, pele macia e gosto de cereja. Todos os problemas e medos de Anthony estavam em segundo plano.

— A gente não ia dormir? — Anthony sussurrou, talvez para fazer uma piada ou para ter certeza das intenções de Éris, nem o próprio Anthony poderia dar a certeza.

Éris sentou em cima dos quadris do outro e sem desviar o olhar tirou a camisa e a jogou em um canto qualquer.

— Não seja patético — essas foram as últimas palavras de Éris antes de beijar Anthony com todo o desejo que havia dentro de si.


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