Seus olhos a luz da lua

É um Oni

                   Já era de tarde quando S/n levantou-se, mesmo sabendo que tomaria uma bronca de suas superioras ela precisou dormir mais para ter energia a noite. A garota lentamente trocava o dia pela noite, mas como essa era a rotina da maioria dos moradores do distrito isso não pareceria suspeito a ninguém. S/n comeu seu almoço junto a sua prima Yara, que novamente a alertava sobre os perigos do suposto Oni, mas S/n ainda não era capaz de acreditar naquilo.

      Assim que anoiteceu, S/n reuniu seus materiais e subiu ao telhado, ela esperava ter que aguardar pela figura, mas para sua surpresa aquela já se encontrava no telhado assim que ela se acomodou. Ainda a estava meio distânte, porém ela se manteve na mesma posição a noite toda. Apesar de isso ser proveitoso, S/n começou a se sentir assustada com a mudança repentina. Após terminar o desenho ela pôs o caderno de lado e ficou observando a figura que pouco a pouco virou o rosto em sua direção. Ela não tinha certeza mas sentia que estava a encarando e isso a intimidou, mas ela também se sentiu convidada a se aproximar e então levantou- se e caminhou até a ponta do telhado.

         Gyutaro permaneceu-se parado observando S/n se aproximar lentamente dele caminhando entre as telhas. Quando S/n chegou a ponta do telhado, cuidadosamente ultrapassou a perna para o telhado da casa ao lado que era próximo o suficiente pra que ela saltasse por cima do vão. Ela ficou parada durante um tempo, talvez decidindo se devia voltar ou se era seguro prosseguir. Como Gyutaro não se movera ela andou por todo o segundo telhado e passou para o terceiro, fazendo novamente a pausa e vendo que ele não reagira ela foi para o próximo. Assim ela caminhou cinco telhados seguidos e a havia apenas um entre o dela e o que ele estava sentado. Porém como já passava da uma da manhã era difícil enxergar e ela tropeçou ao tentar avançar para o próximo telhado. Felizmente ela não caiu mas ao olhar para frente percebeu que a figura desparecera repentinamente.

         S/n olhou para os lados e não o encontrou, tentou procurá-lo com os olhos na escuridão entre os demais telhados mas não via nada.

S/n- Mas que droga, pra onde foi?

         S/n vira devolta para direção de seu telhado para voltar quando sente uma mão tocar seu ombro. A garota fica trêmula e engole seco por um momento. "Seja lá o que  for isso tem uma energia muito da pesada". Ela calmamente vira o rosto na direção da mão e em segundos seus olhos estão a centímetros de um par do olhos amarelos vívidos no meio da escuridão. Todos seus membros ficam rígidos e ela sente seu coração palpitar, enquanto sua testa escorre suor gelado, mas S/n não consegue se mover paralisada devido ao medo.

Gyutaro- Não era o que esperava Né?!- Diz o demônio derrepente acabando com o silêncio e em seguida dando uma gargalhada de prazer que fez com que S/n se arrepiasse ainda mais.

S/n- AAAAAAAAA...- a garota gritou a plenos pulmões em desespero e em seguida correu pelo telhado.

          Gyutaro não se deu ao grande trabalho de ssegui-la de imediato, e assim que ela chegou a janela do quarto ele apareceu em sua frente:

Gyutaro- Vai a algum lugar lindinha?

         S/n tenta dar um passo pra trás e acaba tropeçando em seu próprio pé, o que a faz cair de costas sobre o telhado. Sem que ela possa fazer algo, Gyutaro agarra a garota pelo pescoço a levanta. S/n entra em desespero e sente as lágrimas preencherem seus olhos.

S/n- ME SOLTA! ME SOLTA SEU MONSTRO!

Gyutaro- Ah que peninha, não era o príncipe encantado né - Ele tapa a boca da garota para que ela não torne a gritar por ajuda.
    
         "São demônios horríveis que comem pessoas, eles tem unhas grandes e presas afiadas" as palavras de sua prima retornavam aos pensamentos de S/n, ela desejava ter ouvido sua prima e esquecido a história mas era tarde demais.

Gyutaro- Me fala como você se chama lindinha.- ele não havia colocado ela no chão e estava apertando seu pescoço de modo que S/n estava perdendo o fôlego

S/n - É... S...N -Diz ela tentando respirar

Gyutaro- Como?

S/n- S/N! EU SOU S/N!

Gyutaro- Pois está certo, S/n - e com isso ele solta S/n que cai de joelhos sobre o telhado com as mãos ao redor do pescoço tossindo.

   
           Gyutaro se afasta lentamente da garota, Quando escuta ela se dirigir a ele:

S/n- Quem é você?- diz ela com receio algumas lágrimas ainda presas aos olhos

Gyutaro- Deveria se preocupar mais com o que eu sou do que com o meu nome né.

S/n- Então você é?... Um Oni? De verdade?

Gyutaro- Ora né, até que você não é tão tola né , e mesmo assim ficou meu vigiando né?

S/n ficou perplexa diante da confirmação do Oni e não conseguiu formular sua próxima frase.

Gyutaro- Até logo né. Se é que nós veremos novamente - o Oni da outra gargalhada e acrescenta antes de ir- E tome mais cuidado né, ontem as janelas não estavam trancadas né!- ele ri novamente e desaparece do telhado.

           Assim que perdeu o demônio de vista, S/n pegou seu caderno e saiu correndo para seu quarto. Trancou as Janelas e ficou andando de um lado pro outro dentro de seu quarto, tentando ascimilar o que aconteceu. Sua prima tinha razão em se preocupar, aquele era afinal um Oni, mas por que ele não a matou quando a viu aos berros? Teria ele se decidido que era melhor brincar com ela e vela em desespero? Nunca em tanto tempo S/n sentira tanto medo na vida como naquela noite. Ela ficou receiosa de tornar a sair de noite e sentou se num canto da parede com os olhos bem pregados na janela, apesar de hoje não ter ouvido mais barulhos no telhado. Em algum momento o sono a venceu e ela acabou por dormir ali sentada ainda lembrando das terríveis cenas que vivera. Naquela noite S/n sonhou com o Oni que a pegara, seu pescoço sendo apertado e o luar sendo a única fonte de luz a seus olhos.

           Gyutaro retornara ao bordel em risos de satisfação, e também por que achara graça no pânico expresso da garota do telhado. Não conseguiu pensar em outra coisa a noite toda e não se arrependia de tê-la assustado. Ele acreditava que ela não era mais coragem de encara lo e nem de sair depois do ocorrido mas precisaria retornar aos telhados na noite seguinte para ter certeza. Seu único arrependimento era de não ter dito a ela seu nome, mas ele decidira "Se amanhã ela for ousada ou corajosa o suficiente para me procurar novamente eu a direi meu nome" afinal aquilo não lhe custaria nada e queria que seu nome ficasse estampado nos pesadelos da garota.

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Escrevendo de madrugada pq a gata é ansiosa, não sei se ficou bom mas é só o que vou fazer por agora. Vou dormir e amanhã tento escrever mais. Digam o que acharam por favor tá? Beijinhos da tia Bird.

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