Saindo pra caçar

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                Na parte central do distrito do entretenimento, vivia Daki, a Lua superior que ali a vários anos estava infiltrada fazendo sua parte para ajudar nos planos de Muzan.
            Sendo uma cortesã, ela estava a se arrumar para os trabalhos noturnos quando sentiu um leve desconforto nas costas onde seu irmão costumava ficar "alojado" (ou escondido caso o termo pareça estranho). Derrepente ela reparou que na silhueta dele ao seu lado e levantou-se rapidamente :

Daki- O que houve oni chan?- diz a oni preocupada com a mão sobre a bochecha do irmão.

Gyutaro- Nada né, só estou pensando em caçar um pouquinho hoje né.

Daki- Está com fome irmãozinho?Eu posso te trazer comida do meu estoque.

Gyutaro- Não precisa, eu estou muito têmpo parado né, vai ser bom me esticar um pouco né.

Daki- ok oni chan, quando voltar se esconda no sótão que assim que possível irei te buscar.

Gyutaro- okay né, se algo acontecer eu venho ajudar você né.

Daki- Tudo bem irmãozinho eu posso cuidar das coisas.

            E num piscar de olhos o oni desapareceu pela janela que foi ligeiramente fechada logo em seguida.

         ~Cerca de três ou quatro humanos perderam a vida, caçados pelo superior naquela noite.~

              Após se alimentar, o jovem oni resolve sentar se para apreciar o luar como fizera antigamente em suas noites como humano. Subiu num telhado ao norte do distrito e ficou ali observando a Lua.

            Após um certo tempo ele passou a se sentir incomodado, com a impressão de estar sendo vigiado. Temendo que fosse outro superior que pudesse atrapalhar seus planos ou até mesmo seu mestre o monitorando, ele lentamente virou o rosto para trás e a alguns telhados de distância, ele se deparou com uma jovem garota o observando. A princípio ele pretendia ataca- lá, mas a garota parecia tão surpresa e encantada com sua presença que ele manteu- se imóvel a encarando na escuridão. A garota fez um leve movimento que o fez acreditar que fugiria, "por que não uma sobremesa" pensou o oni, quando um pouco abaixo dele na direção contrária ele ouviu um par de homens espancando uma garota dos bordéis escondido.

       O oni sentiu ódio e desceu do telhado em cima dos homens esquecendo-se da moça do telhado. Vendo que a garota já desmaiará por conta dos ferimentos, ele matou ambos os homens enfiando sua foice nas costas de um e puxando pra cima e o partindo ao meio, já o outro ele arrancou ambas as mãos o fazendo gritar e cravou sua arma na cabeça do indivíduo. Ele acabou por se alimentar de ambos para que não fosse um complemento desperdício.

       ~Atualização de mortes: seis humanos perderam a vida, caçados pelo superior naquela noite~

          Depois do breve ocorrido ele retornou ao telhado, mas a garota já não se encontrava lá, ele perguntou se do motivo dela o estar observando e decidiu seguir seu cheiro. Chegou numa casa ao lado do telhado que ele a havia visto e subiu nele. Durante alguns segundos ele ponderou sobre devora lá pois ela o havia descoberto e ele não sabia o que ela havia visto. " Mas afinal o que uma humana como ela poderia me afetar, fora que já estou saciado né" concluiu o oni e foi embora do telhado da garota.

         Após voltar a "residência" de sua irmã, Gyutaro dirigiu se sorrateiramente até o sótão para não ser descoberto, e lá esperou até a poeira baixar. Um pouco antes de amanhecer, assim que a casa fechou, Daki se esquivou até o sótão para encontrar com o irmão e ambos recolheram- se em seu quarto.
         

***

        Na noite seguinte a mesma situação repetiu-se, ja era quase hora de abrir quando o oni apoiou as mãos nos ombros da irmã despedindo- se.

Daki- isso é mesmo necessário mano? Já disse que temos comida de sobra.

Gyutaro- Preocupada comigo né. Tranquila irmã, só quero dar uma voltinha né. Você confia em mim né?

Daki- Claro irmãozinho, mas e se aquela pessoa quiser falar com você?

Gyutaro- Ai você eu serei convocado né. Tranquila irmãzinha.

       E assim o oni saltou da janela e desapareceu na noite.

         Na realidade, Gyutaro não estava com fome, ele queria dar uma volta e, quem sabe, reencontrar a tal garota que o vira na noite passada. Ele sentia se confuso do por que queria vê-la e por que ela o estava o observando já que não era bonito ou atraente. Porém para que não parecesse suspeito ele esperou até mais tarde para retornar aos telhados.
          
           Quando estava chegando ao local da noite anterior, ele decidiu que ficaria num telhado um pouco mais afastado, para evitar que a humana o perseguisse. Ele subiu no telhado e a avistou, aparentemente se esticando com aparência cansada. Ele sentou se na mesma posição que anteriormente e fingiu não notar que ela estava lá. Ficou encarando a Lua até sentir que ela pregará os olhos nele. Nesse instante ele saltou para longe do telhado num beco vazio e lá se escondeu por alguns minutos. Quando achou que já era tempo, subiu novamente no telhado e seguiu ao telhado da garota.
  
            Como o esperado ela já havia adentrado a casa e a janela estava fechada, como na noite anterior. Ele novamente subiu no telhado da casa, mas dessa vez sem a intenção de ir atrás da garota, ele apenas queria refazer seus passos, e de certa forma fazer ela saber que ele sabia que ela o estava observando.

           Gyutaro retornou a casa pensativo. Ele não tinha certeza do por que, mas ele gostava de ver a garota o observando, talvez pelo fato de que ninguém nunca pareceu desejar olhar para ele, e fora os olhares de sua irmã todos o que ele já receberá na vida tinham sido com nojo e desprezo. Mas ela não, aquela garota o olhava com curiosidade, e um certo encanto ele se permitia pensar. Ele gostava da ideia de que alguém queria mesmo vê-lo não para zomba- lo. Mas ele acabou por afastar o pensamento dando a si mesmo o argumento de que ela nunca o virá de perto, e que ela certamente se horrorizaria com seu rosto.

           Após conseguir retornar ao quarto junto a sua irmã, ele ficou refletindo se deveria ir novamente ao telhado na próxima noite. Ele acabou por decidir que iria pois a ideia de ser admirado uma vez na vida era tentadora demais para se abandonar repentinamente, e ele sabia que a humana compareceria novamente com aquele olhar de fascínio.

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Foi isso gatinhos, estou pensando em dar mais um capítulo de distância dos dois antes de um primeiro encontro frente a frente pra que não seja tão direto. Esse capítulo de passa ao mesmo tempo dos dois anteriores, fiz assim pra vocês tivessem dois pontos de vista diferentes. Beijinhos da tia Bird.

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Seus olhos a luz da lua Onde histórias criam vida. Descubra agora