Sufoco

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Meu pai me apresentou a algumas pessoas, fiquei o resto da festa ao lado dele. Eu queria que ele não se sentisse tão sozinho sem a minha mãe ali. Ela sempre acompanhava ele aos eventos da empresa. Era sempre nós três em todos os cantos...

Deixei ele na mesa e fui ao banheiro, não tinha ninguém quando entrei.

Fui até o vaso e fechei a porta, enquanto me levantava e ajeitava o vestido, alguém soltou um papel dobrado nos meus pés. Abaixei pra pegar e abri.

      "Se quiser descobrir toda a verdade, siga os sinais e encontrarei você.
Não conte a ninguém, se não será mais perigoso...
Não queremos te machucar Hannah, nós não."

Abri a porta depressa mais não tinha ninguém ali. Guardei o papel no meu sutiã e lavei a mão o mais depressa possível. Saí do banheiro atordoada. Eles estavam ali na festa...

Não sei a conta exata, mais tinha mais de 300 convidados ali.
Eles disseram que não queria me machucar, então o que queriam comigo? Eu não podia contar ao meu pai no momento, só quando chegássemos em casa. Mais eles disseram pra mim não contar a ninguém. O que eu ia fazer?

- Tá tudo bem Hannah? - Perguntou um dos seguranças se aproximando de mim. Qual o nome dele? Eu não lembrava. Meu coração estava acelerado, uma mistura de medo e ansiedade. Eu tinha que sair dali, não... Eu não podia ir embora, era minha chance de tentar descobrir quem estava por trás disso.

- Hannah? - Falou o segurança colocando a mão no meu ombro. - Você está gelada.

- Me tira daqui. - Falei segurando no braço dele.

Ele me levou pra fora da festa, falou algo na sua escuta pra que alguém encontrasse a gente em outro lugar.

- Nos encontra no corredor da entrada, estamos saindo.

Minha vista estava escurecendo, eu não podia passar mal ali. Eu não podia estragar tudo... Meu pai ia se sentir mal se soubesse que eu estava assim.

- Eu tenho que voltar... - Falei ainda segurando nele.

- Hannah você está passando mal. Tem um sofá ali, vamos...

Andamos mais um pouco, minha vista estava embaraçosa meu coração ainda acelerado. Enquanto me sentava no sofá, a lembrança daquele assassinato veio em minha mente. O tira na minha mãe, aquela cena cheia de sangue. Minha respiração estava falhando, eu estava ficando sem ar.

Comecei a chorar enquanto tentava controlar a respiração, meu coração parecia sair pela boca.

- O que houve? - Era a voz do Gabriel.

- Ela está passando mal. - Falou o segurança.

- Hannah, aconteceu algo? - Falou ele se abaixando na minha frente enquanto segurava minhas dias mãos.

Eu só conseguia chorar, não conseguia olhar pra ele.

- Você tem que me responder... Você viu algo? Alguma suspeita?

O Gabriel estava por dentro da investigação desde o início. Os colegas deles haviam contado o estado que eu fiquei quando tive que dá o depoimento, a forma que eu agia quando me sentia ameaçada, lógico que ele sabia que tinha acontecido algo.

- Vou levar ela pra casa. Avisa ao pai dela que ela sentiu um mal estar... Pede pros seguranças ficarem atento no movimento, e chegarem as câmeras de segurança. Qualquer suspeita vocês me avisam. - Falou Gabriel enquanto me ajudava a se levantar.

- Eu não quero ir embora... Não posso ir agora. - Falei enquanto ele segurava meu braço delicadamente.

- Você não pode ficar aqui assim... Você está gelada Hannah.

- Quer que eu peça pra outro segurança acompanhar vocês?

- Não, dá pra mim ir.

Estávamos só nós dois no elevador, Gabriel tinha me ajudado a controlar a respiração, eu tinha parado de chorar também. Minha maquiagem estava um pouco borrada.

- Está mais calma? - Perguntou ele me olhando.

Concordei com a cabeça.

- Aqui é seguro? Quais as chances de... De, acontecer algo?

- Tipo?

- Meu pai vai está seguro?

- Sim, claro. Ele contratou muitos seguranças pra noite de hoje. Também tem alguns polícias espalhados. Você viu algo? Desconfiou de algo?

- Não. - Respondi desviando o olhar do dele. Eu não ia contar a ninguém sobre aquele bilhete no momento, eu ia resolver aquilo sozinha.

Assim que o elevador parou, descemos no estacionamento. Gabriel abriu a porta do carro pra mim, sentei no banco de trás enquanto ele ia pra frente.

- Você vai voltar pra proteger meu pai? - Falei.

- Fui contratado pra proteger você Hannah. Você é a quem corre mais perigo. E seu pai está seguro aqui.

NÃO falei mais nada, não queria que Gabriel desconfiasse de mim. Ele era um policial esperto, maus eu tinha que ser mais ainda. Eu ia desvendar tudo isso e resolver esse mistério de uma vez por todas.

Enquanto olhava pela janela do carro, aquela cena ainda me perturbava. Tudo estava voltando a minha mente, eu precisava ser forte se quisesse resolver aquilo sozinha.

- Hannah, você está bem mesmo? - Falou ele dirigindo enquanto olhava pra mim pelo espelho.

Enxuguei minha lágrima enquanto sentava no banco do meio do carro, porque ele era tão observador?!

Concordei com a cabeça mais não respondi. Eu só queria chegar em casa logo.

Assim que chegamos, entrei e fui direto pro meu quarto. Tranquei a porta e peguei o bilhete novamente...

A letra era cursiva, um pouco rápida. Como se a pessoa tivesse escrevendo depressa... Eu ainda não sabia se era uma boa ideia mostrar aquilo pro meu pai ou não. Nós Ainda não sabíamos que tipos de pessoas estávamos nos dando.

Dobrei o papel e coloquei dentro da malinha que era da minha mãe. Acho que seria uma má ideia mostrar aquilo ao meu pai... Ele poderia ficar furioso se soubesse que alguém assim teria entrado na festa. Podia ser alguém próximo da gente... O que eu ia fazer com essa informação?

Tomei um banho quente e fui dormir. No dia seguinte eu resolveria qual decisão tomar...

Recadinho:

Ooi gente!
Pra quem leu esse capítulo antes deu mudar, peço desculpas.
Resolvi mudar o que havia escrito... Estava pensando em envolver a Hannah com o Gabriel um pouco, mais a história ia ficar mais longa.
Talvez possa existir alguma aproximação dos dois, ou algo mais. Ainda tô pensando, vamos vê no que dá! 😉

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