FUGA

Encontro

No caminho pra casa, contei pro meu tio sobre o homem que estava me encarando. Ele disse que podia ser só alguém que me achou bonita... A cidade era pequena, e quando aparecia alguém diferente, normalmente as pessoas ficavam olhando.

Ele podia está certo, mais eu não ia confiar tanto.
Falei pra ele e Bryan sobre o convite do Rafael, pra me levar pra jantar a noite.
Meu tio estava terminando de ajeitar o almoço, bom... Teríamos só Macarrão pro almoço. E carne cozida.

- O Rafa é um cara bacana, eu apoio. - Falou Bryan lá da sala, ele estava jogado no sofá.

- Faz muito tempo que ele ficou com alguém antes... Deve está mesmo interessado em você. - Falou meu tio.

- Mais ele ainda não me conhece.

- Se ele lhe convidou, é porque ele quer conhecer.

- Concordo. - Falou Bryan.

Eu estava perto do fogão, mexi o Macarrão pra tentar ajudar. Mais a verdade é que eu não sabia de quase nada na cozinha... Nós sempre tivemos empregos em casa.

- Acha que devo ir? - Perguntei.

- Você que tem que achar. - Falou meu tio cortando uma cebola.

- Acho que seria bom pra você. - Falou Bryan vindo até a cozinha. - Assim não irá achar a cidade tão sem graça!

- Aqui não é sem graça. - Falou meu tio.

- Se não fosse pela praia, certamente aqui seria um deserto. - Falou Bryan rindo.

Meu celular tocou enquanto conversávamos na cozinha.
Corri pra sala e atendi, era meu pai.

- Como estão as coisas? - Perguntou ele.

- Mais ou menos. Tô com muita saudade de casa... Alguma novidade sobre a investigação?

Ele demorou um pouco a responder, parecia exalto. Sua respiração foi profunda antes de falar.

- Ainda não filha...

- Mais está perto pai... Eu acredito.

- Espero.

- Você está bem? - Perguntei.

- Sim, só um pouco cansado. O que fez hoje? E a festa ontem?

- Foi legal... Não muito, mais deu pra se distrair um pouco. Humm... Hoje acompanhei os meninos na praia, e recebi um convite pra jantar com um cara.

- Mais já? - Perguntou ele rindo do outro lado da linha. - Você levou a sério quando falei em aproveitar.

- Paiii...

- Mais e aí, quem é o cara? Você aceitou?

- Ainda não dei uma resposta. Ele trabalha com meu tio, também é professor de surf. O que você acha?

- Se for só jantar, acho que pode ser bom. Seu primo pode te acompanhar.

- Não né... - Respondi rindo. - Que horror pai... Eu com quase vinte anos.

- Você acabou de completar 19, ainda é minha garotinha.

- Posso ser, mais não sou mais criança.

- Eu sei filha. Você sabe que confio em você, se sentir confortável pra ir jantar e conhecer outra pessoa, só tenha cuidado tá? Qualquer sinal suspeito você volta pra casa do seu tio.

- Você disse que aqui era seguro.

- Sim, mais é bom ficar atenta. Viu algo suspeito desde que chegou?