Baile

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- Por aqui tá tudo bem. - Falou meu tio do outro lado da linha. - Tô preocupada com você Hannah.

- Eu estou bem tio... - Respondi. Era diferente como as coisas tinham se tornado. Eu mal tinha contato com meu tio, nós nunca tínhamos nos falado antes deu ir a casa dele, e de repente tudo muda, e ele se preocupa comigo.

- Seu pai? Como ele está lidando com tudo?

- Do mesmo jeito... Ele parece mais estressado, mais nervoso. - Falei.

- Ele está com medo... Medo de te perder também. Conheço seu pai, ele é muito cabeça dura.

- Não gostei da forma que ele te tratou naquele dia...

- Eu entendo o lado dele também. Eu me descuidei com a filha dele que estava correndo risco de vida.

- A culpa não foi sua tio... Eu quem saí sem avisar.

- Hannah, seu pai está lhe chamando. - Falou Eliza batendo na porta do meu quarto.

- Meu pai acabou de chegar... Depois nos falamos tá?

- Se cuida viu? E cuida do seu pai também.

- Pode deixar!

Saí do quarto e desci as escadas correndo.
Meu pai não estava sozinho, estava com um dos policiais que tinha ido conversar comigo mais cedo.

- Porque ele está aqui? - Falei indo até eles, eu não queria ser chata, mais eu não queria mais ter uma conversa sobre nada daquele assunto no momento. - Desculpa, mais já conversamos mais cedo, já contei tudo que podia contar.

- Esse é o policial Gabriel. - Falou meu pai.

- Eu sei. - Respondi.

Meu pai se sentou no sofá, enquanto passava a mão na testa, ele parecia agitado.

- Recebi uma ligação de ameaça sobre você... - Falou ele me olhando, aquilo me deu um calafrio. - Gabriel vai está por dentro de tudo aqui dentro de casa, e quando você for sair pra algum canto, ele será um guarda costas. Creio que uma pessoa mais experiente, irá ajudar os nossos seguranças.

Olhei pra Gabriel enquanto ele me olhava, meu pai tinha pirado? Um policial já era demais.

- O que dizia a ligação? - Perguntei me sentando a sua frente.

Meu pai estirou o corpo enquanto descansava a cabeça sobre o sofá.

- Que a próxima seria você. - Falou Gabriel. - Não conseguimos identificar a ligação, tudo isso torna nosso trabalho mais difícil.

- Não sei mais o que faço filha. Não quero te levar pra outra cidade, outro país...

- Eu não vou fugir sem saber o que eles querem comigo.

- Nós vamos descobrir. - Falou Gabriel firme.

Gabriel era o policial mais novo no caso, acho que ele não tinha mais de 30...
Seu cabelo era claro e seus olhos escuros, sua pele parda e o corpo malhado. Dava pra vê pela farda...

Desde que eu tinha voltado de viagem, que eu não tinha colocado os pés pra fora de casa.
Eu tinha um monte de amigos, mais desde o assassinato da minha mãe, que todos se afastaram. Não só por isso, mais quando tentaram me sequestrar, quando meu segurança levou um tiro. As pessoas automaticamente começaram a se afastar de mim... Elas me viam como um perigo, e eu também. Eu sabia que a qualquer momento podia acontecer algo comigo ou com quem estava por perto, e eu não queria que as pessoas se machucasse por minha causa.

Alguns dias se passaram até eu não suportar mais ficar trancada dentro de casa, eu precisava sair pra algum canto, precisava vê pessoas novas, me divertir. Eu não podia passar o resto da vida escondida com medo de sair.
Confesso que eu estava com medo de colocar os pés fora, e meu pai mais ainda. Mais ele também não queria me privar de viver, então fui...
Chamei Eliza pra me acompanhar ao cinema, foi o primeiro lugar que saí, não fui sozinha com ela.
Gabriel era sempre na nossa cola, e outros dois seguranças disfarçados um pouco mais longe. Eu me sentia um pouco segura, não tanto... Mais eu queria acreditar, que aquela guarda toda que meu pai tinha feito, iria ajudar de alguma forma.

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