Primeira Vez

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- Eu realmente não tenho hora pra voltar. - Falou Bryan enquanto estacionava o carro em frente ao prédio que Rafael morava. - Mais quando eu for embora te mando mensagem.

- Eu vou voltar pela manhã... Bem cedo, de preferência quando meu tio ainda estiver dormindo. - Falei enquanto pegava minha bolsa e tirava o cinto.

- Umas cinco da manhã? Acho que dá certo pra gente. Eu posso vim te buscar nesse horário.

- Fechado! - Falei apertando a mão dele. - Juízo!

- Juízo também. - Respondeu ele rindo.

Bryan tinha se tornado um irmão que eu nunca tive, um melhor amigo pra mim. Um confidente... Eu confiava nele mais do que qualquer outro pessoa, a cada dia ele me dava mais motivos pra isso.

Rafael estava me esperando no portão.

- Isso vai dar certo? Não quero problemas com seu tio. - Falou ele enquanto me abraçava.

- Foi você quem me chamou pra passara noite aqui. - Falei rindo.

- Só não sabia do que você era capaz pra isso. - Respondeu ele rindo.

Já era mais de 19h da noite, ele havia preparado a janta. O cheiro estava ótimo.

- Não sabia que você ia vim... Mais ainda bem que preparei algo bom.

- Não sabia que cozinhava.

- Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe ainda. - Falou ele rindo.

- Bom... Então comece a me contar!

Sentamos a mesa e ele me serviu. Era um prato especial de lagostas, o cheiro estava ótimo e o sabor ainda mais.

- Só um ótimo cozinheiro... Mais não pra tudo. - Falou ele sorrindo enquanto me entregava os talheres.

- Sou uma péssima cozinheira. Pra tudo, exatamente tudo!

Ele sorriu.

- Posso te ensinar algumas coisas. Talvez o básico pelo menos.

- Não será necessário. - Falei rindo enquanto comia.

- Vai mesmo embora?

- Preciso.

Continuamos comendo, mais sem falar muito. Eu não queria ir, não agora...

- Preciso saber o que aconteceu sabe? - Falei enquanto terminava a comida. - Isso tá me perturbando cada dia mais.

- Entendo perfeitamente. Mais como pretendo descobrir?

- Não faço ideia... Mais vou começar devagar. Ainda não tive coragem de mexer nas coisas da minha mãe, isso vai ser a primeira coisa que vou fazer quando chegar lá.

- E seu pai? - Perguntou ele.

- Meu pai está sofrendo mais do que eu... Desde que a minha mãe morreu, que ele trocou de quarto. Não consegue vê as coisas dela, tocar em nada... Eu também preciso está do lado dele.

- Porque ele não veio com você pra cá?

- Por causa dos negócios... Ele não gosta de deixar na mão dos outros.

- Imagino... Mas, mudando de assunto. Quer a sobremesa agora?

- Ainda tem sobremesa? - Perguntei sorrindo enquanto limpava a boca com guardanapo.

- Claro, sempre tem que ter.

Rafael pegou uma tigela de doce de leite da geladeira.

- Não sei se você gosta. Mais é meu doce preferido!

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