Pressão

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- Hannah... - Era a voz de Gabriel. - Você pode me ouvir?

Estava um silêncio ao meu redor... Eu ainda estava com dificuldade pra respirar. Minha cabeça estava doendo muito.

Abri os olhos mais minha visão estava embaraçada, eu não tava vendo muita coisa.

- Eles fugiram, abandonaram o carro. - Falou um outro homem.

- Tenham cuidado com ela, eu vou acompanhar na ambulância. - Falou Gabriel.

Fechei os olhos devagar, eu estava com muito sono.

Não sei quantas horas haviam se passado, minha respiração já estava controlada, e minha cabeça estava doendo menos.
Abri os olhos e vi que eu estava em um hospital, em um quarto deitada. Havia uma agulha no meu braço, eu estava tomando soro... Meu braço estava um pouco roxo.

Me sentei devagar na cama, e vi meu pai sentado no sofá a frente mexendo no seu celular.

- Pai... - Falei olhando pra ele.
No mesmo ele levantou a cabeça e olhou pra mim. Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto ele ia até onde eu estava.

Ele me deu um abraço forte e demorado, seu choro estava aumentando mais e eu comecei a chorar também.

- Desculpa pai... Me desculpa. - Falei enquanto apertava ele.

- Eu amo você filha... Por favor não faz mais isso. - Falou ele enquanto me abraçava. - Está sentindo alguma dor?

- Não, eu estou bem... Quero ir embora, quero ir pra casa.

- Nós vamos... Vou chamar o médico pra te examinar primeiro.

Os médicos vieram me vê, eu só tinha sofrido alguns arranhões de leve. Havia um corte pequeno na minha testa, mais nada demais.

Depois que os médicos saíram, meu pai chamou Gabriel que também estava no hospital. Não só ele, mais outros policiais da investigação também...

- Hannah, você vai precisar nos falar tudo que aconteceu. Ainda podemos encontrar esses caras. - Falou Gabriel.

- Quero ir pra casa... - Falei chorando, eu não queria falar sobre o que tinha acontecido.

- Filha... Você tem que ajudar os policiais.

Balancei a cabeça negando enquanto chorava. Eu não tinha descoberto muita coisa, muito pelo contrário. Eu tinha ficado mais confusa ainda... Eu queria conversar a sós com meu pai, e não com um monte de polícias ali na minha frente.

- Quero falar só com meu pai... Por favor. - Falei olhando pra todos que estavam ali.

- Chamo vocês depois. - Falou meu pai olhando pra eles.

- Tudo bem. - Disse Gabriel. - Vamos pessoal.

Todos saíram do quarto, nos deixando sozinho.

- O que aconteceu filha? - Perguntou meu pai se sentando na beirada da cama.

- Eles disseram que você não é meu pai... - Falei chorando enquanto olhava pra ele. - O que estão dizendo? Você é meu pai não é?

Meu pai olhou pra mim confuso, parceria surpreso tanto quanto eu.

- Eu sou seu pai meu amor, e sempre série. - Falou ele me abraçando. - Nós vamos pra casa, e depois você conversa com os policiais, você precisa descansar.

Eu tive alta depois de três ou quatro horas mais ou menos.
Durante o caminho pra casa, contei todos os detalhes que havia acontecido pro meu pai. Eu queria que ele falasse com os policiais e não eu.
Contei sobre o homem que havia me perseguido quando eu estava na casa do meu tio, contei que eles não pareciam ser os assassinos da minha mãe. E que estavam a todo momento falando que meu pai era outra pessoa.
Meu pai me escutava atentamente, tentando entender tudo aquilo. Mais eu sabia que ele também estava confuso tanto quanto eu.

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