eu durmo desejando
não ter de acordar no outro dia
eu amaldiçoo o sol que
entra pela minha janela para
me lembrar de que
ainda estou viva
eu grito contra o meu
travesseiro para abafar todo
o ódio que é estar consciente da
minha própria existência
eu choro em silêncio enquanto
olho para o teto
de novo? eu penso
eu tenho que fazer tudo de novo?
porque todos os dias são
iguais e eu não quero mais jogar
um jogo que não passa de fase
porque eu já assisti a esse
filme um milhão de
vezes e sei o desfecho
porque eu me
levanto e então lido
com o fardo que é
simplesmente
acordar
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intitulável
PoetryA coragem de admitir não saber titular a própria história, e a ousadia de se declarar intitulável.