tudo em mim é
excessivamente pequeno,
desde meu corpo sem curvas
ao meu cérebro sem
raízes & meu
coração egoísta.
proporções desproporcionais,
seios sem volume e
um nariz grande demais.
o raciocínio lento
de quem viveu toda uma vida
sem jamais entender
o verdadeiro significado de viver.
tudo de bom me
ausenta e tudo de pior me
encolhe até eu ser uma bagagem
esquecida & empurrada
para um canto escuro do aeroporto
sem presença nem subsistência,
apenas o vazio de um
grito reverberando infinitamente
entre minhas costelas.
a saudade mortal de alguém
que nunca existiu
pintada em tonalidades de
cores não visíveis em minha pele.
uma vela que chamuscou
antes mesmo de ser acesa.
e uma pessoa que
nasceu faltando-te
por inteira.- átomo
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intitulável
PoetryA coragem de admitir não saber titular a própria história, e a ousadia de se declarar intitulável.