Priscilla POV.
Conversando com Paola sobre as regras da central dos bombeiros do Rio, ela me explicava como era as escalas do horário de trabalho dos cadetes e dos superiores. Me sentia nervosa com a minha apresentação, nunca foi meu forte falar publicamente.
Mesas espalhadas por todo o jardim do quartel, comidas e bebidas à vontade, todas as pessoas com seus trajes de galas do corpo de bombeiro, no fundo do jardim, uma banda de MPB tocavam uma música da Ana Carolina. - por um momento minha mente foi nela, Maria Clara. Estava morrendo de saudades dela e dos meus filhos. Queria que toda minha familia estivesse aqui me prestigiando.
*Paola: Priscilla? Você tá me ouvindo? - ouço a Paola me chamar e me tirar dos meus pensamentos.
*Priscilla: Desculpa Paola, não ouvi, estava com a mente longe. Pode repetir por favor?- ela me olhou, me puxou pelo o braço e foi me levando até uma mesa para a gente sentar.
*Paola: Fica aqui e me espera, vou pegar umas bebidas pra gente, você precisar relaxar. - ela saiu em direção a um garçom que passava ali por perto da nossa mesa.
Enquanto Paola não voltava com os drinks. Tirei meu celular do bolso esquerdo da saia e fui verificar se tinha alguma mensagem. - Quando abri o visor do celular, senti a presença de alguém chegar por trás de mim, e falou comigo.
*Homem: Hora, hora, se não é a franguinha Pugliese que está por aqui. - no mesmo momento eu me virei. - Essa voz era inconfundível, eu conhecia muito bem. Me levantei da cadeira colocando o celular no bolso e ficando de frente pra ele.
*Priscilla: E olha quem eu encontro aqui, o vagabundo, mal caráter do Ian Tavares. - nos encaramos ali, olho a olho.
*Ian Tavares: Olha como você fala comigo. Você sábia que eu me formei e virei capitão, e que no momento eu mando nesse batalhão? - ele falava tentando me intimidar, como ele sempre fazia a uns anos atrás.
*Priscilla: É mesmo Ian? Mas deixa eu te falar, eu falo do jeito que eu quiser e outra, uma farda não te faz ser alguém melhor e nem vai fazer você mudar o seu caráter de merda. - Vi ele fechar o punho com toda força, e me olhar com fúria. Nesse mesmo momento Paola chegou com os drinks na mão e colocou em cima da mesa.
*Paola: O que tá acontecendo aqui? - ela perguntou entrando no meio de nós dois.
*Ian Tavares: Não se mete! - ele empurra ela que se desequilibra e cai no chão. -rapidamente dou a mão pra ela e pergunto se ela está bem. Ela assente me afirmando que sim. Volto a minha atenção de novo para o babaca do Ian, que fica rindo.
*Priscilla: Você nunca vai aprender a tratar bem uma mulher ? - falo encarando ele quase cuspindo na cara dele.
*Ian Tavares: Ah qual é Pugliese. A defensora das mulheres. - falou ironizando. Você continua do mesmo jeito, nao muda com essa mania de defender putas, igual quando você defendeu a puta da Maria Cla.... - Eu não esperei ele terminar de falar, dei um soco na cara dele que vi ele se virar pro lado.
*Priscilla: LAVA TUA BOCA PRA FALAR DA MINHA MULHER, - falei gritando. E ver se aprende a respeitar as outras mulheres também, seu otario! - ele levou a mão até a boca limpando os resquícios de sangue e veio com tudo pra cima de mim. Mas os cadetes que estavam por perto seguraram ele. Como o som da banda estava um pouco alto, algumas pessoas não conseguiram ouvir a nossa discussão.
Paola pegou no meu braço e saiu me puxando dali e me levando pra uma mesa mais afastada. Mas ainda ouvi ele esbravejar.
*Ian Tavares: VAI TER VOLTA PUGLIESE, ESSE SOCO NÃO VAI FICAR ASSIM.
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O Poder das Pedras (Natiese)
Hayran KurguPriscilla Pugliese de 35 anos é uma major da brigada civil dos bombeiros de Teresopolis, casada com Maria Clara, é uma mulher dedicada ao seu trabalho, filhos, e de muita fé. Vive uma crise no seu casamento, crise essa que já dura 3 anos desde a per...