Ayla
O campo durante o dia continuava intocado pelo tempo, acreditava que as borboletas que encontrasse seriam as mesmas de quando tinha nove anos. Era grande o suficiente e afastado o suficiente. Amren explicava sobre os bloqueios internos de poderes e a velocidade que os abriria, e principalmente o limite do próprio corpo de Ayla que em hipótese alguma suportaria metade do seu poder.
O poder de Ayla era antigo, toda sua extensão e a densidade de seu núcleo, Amren pareceu impressionada por ela por uma motivo ainda desconhecida estar viva. A razão por ela suportar era a localização de seu núcleo próximo a sua alma que se mantinha em um plano quase astral. As sombras lhe alertavam a cada vez que ficava perigoso demais, ela liberava e voltava mas não a parte destrutiva ainda, está que poderia manipular parte da realidade. Não, mas sim a parte empata a que poderia com êxito alcançar maior liberação, entretanto em seu corpo mortal as partes destrutivas em seu auge alcançaria um considerável fração de um quarto.
Era muito, com um quarto de seu poder liberado, somado ao controle de seu lado empata se tornava quase um deus andando sobre a terra. Amren esperava que ela demorasse a controlar a quantidade em dias, mas ali estava ela já dominando e não era por pura sorte. Segurar o poder dentro de si exigia muita concentração, e ela fez por tantos anos que executava de forma inconsciente, Ayla havia passado toda sua vida achando não ter controle quando a verdade era totalmente oposta.
Amren estava intrigada, e mesmo ela não conseguiu evitar o arrepio que percorreu sua espinha, Rhysand parecia criança perto da capacidade dela. Ela usava menos de um décimo de seu poder, grande parte empata, e ainda assim já era igualado, pois com o domínio de bloqueio mental e sua técnica que derreta a mente de quem ousar entrar na cabeça dela ela anulava a principal habilidade dele. Aquilo poderia ser um risco onde treinavam para chegar não permitia que aquele continente a derrotasse, porque seu núcleo de poder não era como o dos outros, era o núcleo provindo de um deus.
Um núcleo que seu corpo não devia suportar mas ali estava ela, era a vida encarnada e uma cavaleira do caos. Uma cavaleira do apocalipse, ela poderia colocar fim no mundo inteiro. Amren tremeu o mundo girou e por um segundo pensou que ia cair, mas mãos gélidas lhe segurou firme.
— O que aconteceu?
Amren lhe olhou nos olhos e o prata mergulhou numa imensidão ébano, encantada de uma forma aterrorizante.
— Criança, você não tem noção da imensidão dos seus poderes — Amren riu em escárnio — Quero que tente sentir toda a Corte, vamos tentar um feitiço.
Vários livros que Ayla não conseguiria levar de uma vez, teria de fazer três viagens. Bruxaria antiga em uma língua antiga, para sua sorte falava elas e suas sombras lhe ajudavam na pronúncia. Projeção astral, exatamente como fez em Velaris, mas agora em uma proporção muito maior. Já havia lido alguns daqueles livros, então foi direto ao feitiço que já sabia de cor. O livro aberto à sua frente e suas sombras escrevendo os símbolos a sua volta, elas se mantinham sussurrando para fortalecer a ligação. Conseguia fazer aquilo diretamente apenas direcionando o poder, mas o feitiço era um caminho para grandes projeções e garantir que se manteria estável por um longo período. Amren lhe olhava séria, prestando atenção em cada mínima sílaba. As sombras passearam por sua volta após parte ficar flutuando com os símbolos, passou a acompanhar suas palavras com maior intensidade.
O mundo parou. Sentia a Corte, suas almas, as risadas e os choros. Muitas almas angustiadas, a Corte dos Pesadelos era densa, coberta com angústia e pecados suas almas gargalhavam, não de maneira feliz mas de uma forma agonizante. Sua mente viajava em uma velocidade além da usual para acompanhar cada mínimo ser, encontrou uma escuridão vagando nos confins de uma caverna ao sudeste. Bryaxis se escondia, parecia calmo e não identificou más intenções nele.
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Corte de Sombras e Cicatrizes
Fiksi Penggemar"-Para um mestre espião você é bem distraído - Uma fêmea, com um sorriso divertido e perverso o encarava enquanto seus dedos brincavam com outra lâmina." +16