Cheguei em casa puta de raiva, mas também o que eu achava que ia acontecer?! Que ele iria pular de alegria, íamos nos casar e ter mais filhos. Eu era uma imbecil, estuprada, uma tola e fracassada. Fui imbecil em acreditar que ele realmente me amava, tudo não passou de um joguinho idiota para ele ter em quem enfiar aquele...
Não consigo parar de chorar, malditos hormônios! Vai ser até bom eu tirar o filho daquele... Haaaarrr... Como eu odeio ele. Pego algum objeto do meu quarto e jogo no chão o espatifando todo.
- pelo jeito a conversa não foi bom.- minha mãe diz chegando na porta.- vem cá meu amor.- ela me da o abraço mais amoroso e acolhedor que alguém poderia dar e ali descanso.
- eu sou uma idiota.- falo aos prantos
- claro que não minha querida. Vem cá.- diz me levando até a cama para sentarmos e conversar melhor.- me diga o que houve.- Conto a ela tudo o que aconteceu e falo sobre a minha decisão final. Eu realmente queria tirar aquilo de mim era o melhor para todos.- Samanta! Pensa bem minha filha. Eu te conheço des do dia em que nasceu e sei que você não tem coragem para fazer isso.
- e melhor para todo mundo mãe.- falo de cabeça baixa.
- filha você se tornou vegana por um motivo e você vai quebrar ele assim que fizer isso. Mas eu estou aqui filha para te apoiar em qual for a decisão me entendeu?- eu balanço a cabeça afirmando.- se aquele cara não quer o meu netinho eu quero e se você decidir ficar com ele eu vou te ajudar a cuidar dele.
- obrigada mãe. Mas eu já estou decidida.- dou um abraço nela.- te amo.- susuro em seu ouvido.
- também meu pedacinho do céu.- ela aperta mais o abraço e me dá um beijo na minha testa. Estava tão calmo e tranquilo no colo da minha mãe que acabo dormindo.
Dormi parte daquela tarde depois fui ver um filme para tentar distrair a cabeça. Quando era umas nove horas Felipe me liga avisando que tinha marcado o médico e perguntou se eu ainda estava despista a fazer aquilo é eu disse que sim. Depois disso ficou um silêncio entre a gente então desliguei. Minha cabeça estava tão cheia que não consegui dormir sabendo que segunda-feira iria por um fim em tudo.
Sábado se foi Tão lento quanto domingo chegou. Sai do quarto já arrumada e fui tomar café da manhã. Quando chego vejo minha mãe e meu irmão vendo álbuns de fotos. Pego uma fruto e me junto a eles.
- o que tão vendo ai?- falo tentando saber o motivo das risadas.
- mamãe estava me mostrando sua fato do primeiro dia de aula. Olha só você tinha rabiscado a cara no dia anterior com canetinha.- diz voltando a rir e me mostra a foto.
- você era muito sapeca Samanta. Lembra de quando você invadia o quintal do visinho só para soltar os cachorros que ficava preso? Sem fala que queria sempre trazer todas os bichos que acha para casa para poder cuidar deles.- minha mãe contava atrás de um álbum de fotos.
- eu só me lembro das errascadas que você me colocava para ir atrás desses bichos e também de quando me ensinou a jogar futebol e me viciou no Botafogo.- ele dizia e me mostrava as fotos nossas com a camisa do Botafogo e jogando futebol na rua.- espero que meu sobrinho/sobrinha não seja tão custosa quanto você mana.- nesse momento me veio um frio na barriga e um enjoou no estômago.
- da licença.- saio correndo e vou direto para o banheiro e deixo ali tudo que tinha comido.
Volto para o quarto e começo a pensar que aquele Sersinho nunca teria a oportunidade que eu tive na vida: não iria para escola, não teria brigas com nem um irmão, nem se quer veria um cachorrinho na vida, Pois tudo iria acabar segunda. Uma lágrima percorre meu rosto o que eu estava fazendo? Fui até o espelho do meu quarto e levanto minha blusa fico encarando aquela barriga inexistente. Como pode? Não tenho nem um mês e já estou apaixonada por uma “bolinha de sangue” que nem gente é. “ e nem vai ser” uma voz invade meus pensamentos. Não podia desistir agora, já estava tudo marcado o Felipe gastou tanto dinheiro nisso, mas que se dane o Felipe tô pouco me lixando para ele, paro de pensar nisso já estava tudo decidido sigo meu dia normal até a hora do jantar.
- e aí mana já marcou uma consulta no médico para ver o bebê?- fala meu irmão pondo a comida. Eu olha para minha mãe não tive coragem de contar para ele estava tão feliz.
- não.- falo e já entupo minha boca de comida para não precisar falar de novo.
- eu sabia. Você é muito relapsa, então eu liguei para aquela menina que estou saindo e marquei uma consulta para você amanhã 07:00.- fiquei sem saber o que dizer. Porque ele fez isso sem me consultar antes.
- por que você fez isso? Se eu quisesse ir a uma consulta eu mesmo marcava. Fica sabendo que não vou.- levanto da mesa e vou para meu quarto com raiva. Não entendo porque estou com raiva disso, mas estou. Ouso uma batida na porta e logo vejo a figura da minha mãe entrar no quarto.
- você está melhor? E mais calma?- respiro fundo e concordo. Ela termina de entrar no quarto senta na minha cama do meu lado.- porquê aquilo te afetou tanto?
- e que Amanhã eu vou fazer... aquilo. Não quero ter uma consulta pre Natal se não vai acontecer de novo. Vai servir só para me machucar ainda mais.- digo deitada no seu colo.
- eu sabia.- olho para ela sem entender sua afirmativa.- você não tem coragem para fazer isso Samanta e se eu te conheço como conheço sei que você já ama essa criaturinha ai.- coloca a mão na minha barriga.
- eu sei mãe, mas... Eu posso ter outros filhos em um momento mais apropriado e com quem vai amar ele tanto quarto eu amarei.- ela para o cafuné na minha cabeça. e pela primeira vez minha usa um tom que nunca ouvi de sua boca.
- Samanta, olha para mim minha filha e escuta bem o que irei te dizer, você vai poder ter 500 filhos se quiser e nem um vai suprir a dor ou isentar a culpa que você vai sentir o resto da sua vida por tirar essa criança.- meus olhos enche de lágrimas eu estava tão perdida.- e falo por experiência própria.
- o que eu faço mamãe.
- essa decisão só cabe a você agora Samanta. Mas eu adoraria ser vovó.- me diz com um sorriso no rosto.- porquê não faz assim vai na consulta e depois se tiver coragem vai no outro lugar é lá decide o que vai fazer. E quando voltar eu estarei aqui pro que der e vier.
- obrigada mãe eu te amo muito sem você eu não seria nada.- dou um abraço em minha mãe e ficamos ali por um tempo até eu pegar no sono.
Acordo bem cedo já que ia na consulta que meu irmão marcou. Chego no hospital meia hora antes e fico esperando mais duas horas até ser atendida. A médica era bem gentil, me falou tudo que precisava fazer e também me passou o encaminhamento para uma nutricionista e depois me levou para a sala do ultrassom ela me mostrou em meio aqueles borrões uma bolinha com algo dentro, era a placenta com o bebê dentro, mas realmente tomei minha decisão quando ouvi aquele coraçãozinho tão piquenique bater tão forte para continuar vivo.
Não poderia acabar com aquilo e que se dane o Felipe, vou cuidar do meu filho/filha sozinha se for preciso e por mim ele nunca vai saber do que fiz. Voltei para casa e contei para minha mãe sobre a decisão ela ficou muito feliz e me deu um embrulho de presente e disse que era para o bebê. Quando abri vi uma roupinha do Botafogo com um sapatinho e uma manta.
- porque a senhora comprou isso? Nem sabia que eu ia ficar com ele.- falei surpresa e abraçando minha mãe.
- eu te pari Samanta. Conheço muito bem a filha que tive.
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Amizade Colorida
FanfictionFelipe tinha uma ótima amizade com Samanta, mas problemas externos, fazem com que tomam uma decisão que mudará todo o conceito de sua amizade e também mostrará sentimentos que era desconhecido para eles. Onde essa relação vai os leva?