Capítulo 3: Mentir para sobreviver

287 28 1
                                    

CINCO ANOS ATRÁS.

Eu estava tomando chá com vovô no jardim enquanto observava as violetas balançarem.

— Não são lindas? Mas elas podem ser usadas para venenos poderosos, criança. —

Vovó era muito sábio, havia sido rei e tinha muitos anos, anos que sequer poderia contar.

— Assim como você, linda, mas também tem uma utilidade mortal. —

Eu sabia disso, sempre soube.

— Acha que serei capaz de matar vovó? —

— Todos nos somos capazes disso quando a guerra chega, seu destino foi selado pelo oráculo —

Eu tinha apenas um dever e ele foi anunciado por uma profecia, quando meu avo visitou o oráculo no meu aniversário. Apenas eu poderia acabar com a peste, matando o rei e deixando seu sangue derramar.



CINCO ANOS DEPOIS.

Eu rosnei quando fui empurrada dá carruagem com meus irmãos à frente do palácio, pisquei contra o sol me dando conta do lugar que estava, ele era enorme, com torres que tocavam as nuvens, seus topos tinham cada um uma cor e engordavam como uma gota, mosaicos pintavam as janelas, nas pilastras haviam esculturas difíceis, era muita informação para apenas um vislumbre.

Haviam 5 pessoas na nossa frente, a esquerda estavam um homem e mulher muito parecidos, brancos como farinha como dizia a feérica no mercado, mas o que me chamou atenção neles foram os olhos arqueados, nunca havia visto algo tão misterioso e anguloso, eram num verde tão escuro. Os cabelos pretos da mulher estavam presos atrás da nuca, onde começava o vestido preto, do pescoço até o chão, braços cobertos mas justo no busto, e descia levemente como cetim.

O homem também vestia preto, uma camisa estranha que era presa por botões vermelhos do lado, calças e uma sapatilha, eles deviam ser o povo do leste, ambos mantinham a cara numa expressão seria e controlada. Eles tinham cheiro de fogo, pólvora...

Do outro lado havia um feérico loiro em armadura de couro, a boca estava levemente curvada e os olhos azuis fixados nos meus, maxilar definido e alto como os feéricos podiam ser. Em seguida uma fêmea muito magra com cabelos cacheados castanhos, vestia uma saia vermelha que transpassava pelo seu busto virando um vestido tradicional do reino, um véu cravejado de detalhes em ouro descansava na sua cabeça. Finalmente no meio deles estava....

Estava o homem que havia me ajudado a fugir no mercado, agora ele vestia uma camisa que descia até sua coxa, vermelha com fios de ouro, uma calça do mesmo tecido acompanhava, os cabelos em perfeita ordem penteados, mas ainda se podia ver os cachos.

Eu deveria estar branca porque Cas se aproximou sussurrando no meu ouvido.

— Em que merda você nos meteu Violet. —

Os guardar nos empurraram para frente, meu corpo ficou tenso como uma corda de arco, ele estava muito mais bonito e mais perigoso, os guardas então se ajoelharam e colocaram a mão no peito.

— Meu senhor, como nos pediu. —

Meu senhor? Não, não, não.

— Porque eles estão algemados? Que falta de educação Kajar, soltem meus convidados. —

Willian arregalou os olhos, eu movi minha atenção para o número de guardas dispostos no lugar, certo, não podemos lutar agora. Eu lancei um olhar para os meus irmãos dizendo que continuassem a dança.

𝖬𝖮𝖱𝖳𝖤 𝖠𝖮 𝖱𝖤𝖨𝖭𝖠𝖣𝖮Onde histórias criam vida. Descubra agora