Capítulo 13: Por onde pode voar.

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VIOLET BENTHECOURT — Vergas.

Quando acordei me senti um pouco grogue, Shivan estava com uma toalha fria na minha testa, o sol ainda estava laranja pelas janelas e fazia com que os tecidos do meu dossel balançassem, Vergas, eu estava em Vergas.

Raj estava sentado na minha poltrona roxa à frente da cama, como se aquilo fosse pequeno demais para um macho do tamanho dele.

— Como se sente trombadinha? —

Me apoiei nos cotovelos para levantar, mas Aruna do outro lado da minha cama me impediu, olhando para baixo eu notei meu braço enfaixado. Tudo um pouco borrado.

Imagens chegaram até minha mente, a luta, eu estava ganhando, então... Mayleen me mordeu.
Desenrolei meu braço, não havia nada, apenas minha pele terrosa.

— O que? —

Raj se levantou e caminhou até minha cama, as fadas muito bem cientes da sua presença.

— Mayleen a curou com o próprio sangue, o feérico também ajudou, mas o veneno ainda fez com que ficasse desacordada. —

Caindo com a cabeça no travesseiro eu grunhi. Mordidas de vampiros normalmente eram fatais, os bem treinados conseguiam beber sem matar, mas se destilassem o veneno no seu sangue... Mas ela não tinha me matado, apenas me infligido a dor.

— Ela está arrependida. —

Eu ri olhando para o teto.

— Claro que está. —

— A dará um barco de guerra como desculpa pelo insulto. —

Hum, ele havia conseguido isso em apenas algumas horas?

— Não quero um barco, mas ela ficará em dívida comigo quando eu precisar. —

— Se assim que deseja. —

Eu notei que ele ainda vestia a mesma roupa, e estava um pouco cansado, me olhava procurando mais algum hematoma, isso só fez com que eu me machucasse mais.

— Seus irmãos dormiram aqui, só saíram para comer, eu os forcei na verdade. —

—Como... quanto tempo eu fiquei desacordada? —
— Um dia apenas. —

Uau, então significava que o dia estava acabando e passei tudo deitada, joguei o lençol da cama pro lado e me levantei, vestia apenas um vestido preto de cetim que só ia até metade das minhas coxas como camisola.

— Eu... hum... —
Raj piscou olhando para janela, para porta, para a cama. Revirei os olhos e encobri meu sorriso com a satisfação de deixá-lo nervoso.

— Chame meus irmãos. —
— Isso, os chamarei. —

As fadas que arrumavam uma bandeja de remédios começaram a rir quando ele saiu.

— Toleramos 3 machos no seu quarto, Vi. Quase ficamos malucas. —

—Tentem crescer com 2. —
Aruna estremeceu, Shivan apenas a empurrou pelas costas.

—Vamos antes que o príncipe Willian peça para trazer a cozinha inteira para cá. —

Eu sorri as vendo fechar a porta. A última coisa que eu lembrava era do grito de Cas, o desespero na sua voz fez meu corpo estremecer, ninguém estava preparado para perder o outro.

A porta foi aberta com tudo, ambos tropeçando encima do outro, Cas empurrando a cabeça de Will que quase caiu, mas chegaram em mim me abraçando com tanta força que tropecei.

— Vocês... estão quebrando minhas costelas. —

Minha voz abafada fez com que os feéricos me soltassem.

𝖬𝖮𝖱𝖳𝖤 𝖠𝖮 𝖱𝖤𝖨𝖭𝖠𝖣𝖮Onde histórias criam vida. Descubra agora