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Capítulo 16: O destino entre reinos

RAJ MAHARAJ — VERGAS.

O grito de Violet talvez tenha sido escutado por Vergas inteira, não era um grito de medo ou susto, era um simplesmente de dor, de uma dor não física, mas que te dilacera por dentro, que rasga todas suas cordas vocais e te faz puxar os cabelos.

O momento foi um turbilhão de emoções, meu coração acelerou tão rápido que achei que teria um infarto, só precisava dela. O feiticeiro estava morto de peste bem à frente dela, seu corpo inteiro estava tremendo quando a segurei, suas pernas cederam.

Eu precisava tirá-la daqui, ela continuava gritando enquanto olhava cabeça decepada. Manoj que estava com o rosto coberto pelo cotovelo me puxou para fora no momento do choque.

Ainda a segurando eu me obriguei a continuar andando, por favor Deuses, ela não.
Aeces com a respiração rala seguiu atrás de nós as presas.

— Esse era o rei de Garlendia? —
Manoj estava tenso, suas muitas engrenagens funcionando enquanto eu só conseguia tentar acalmar Violet.

Ela chorava no meu peito enquanto suas unhas afundavam na minha camisa.

— Isso se torna o maior acontecimento desde a coroação de Raj, precisa ser mantido em segredo até que a família real de Garlendia tome uma decisão, ninguém pode saber dentre das 24 horas, estão me entendendo? —

Eu e Aeces concordamos, Violet parecia tão pequena e atordoada.

Queria poder ajudá-la, tirar sua dor, mas apenas a segurei mais forte, Manoj estaria pensando na burocracia, em como aquilo remeteria no percurso da história, mas eu só podia senti os tremores dela.

— O castelo será trancado, ninguém irá entrar nem sair...

A voz de Manoj foi se tornando fraca enquanto eu andava com ela pelo castelo até nosso andar. Tudo virando um borrão. Eu continuei andando.

— Papai deveria estar sentado no trono.  —

Ela sussurrou enquanto eu abria a porta do seu quarto e me sentava com ela no colo na cama.

— Eu sei, eu sei.

— Você não compreende, não compreende. —

Ela se debateu no meu peito chorando, a voz entre engasgos.

— Me faça compreender trombadinha. —

Eu segurei seus pulsos para que não se machucasse e fiquei do seu lado enquanto ela chorava e gritava até cair num sono.

Já devia ser muito tarde, mas Manoj estava na porta com as mãos para trás, eu tirei uma última mecha sedosa de seu cabelo escuro do seu rosto, um pretexto para um último toque.

Respirando fundo eu encontrei meu melhor amigo de anos e concelheiro.

— Achou os irmãos dela? —
Ele concordou com a cabeça.

— Dei a notícia para ambos, estão juntos na ala inferior. —

Eles logo estariam aqui de volta para a irmã.

Ela precisaria de um tempo e pela forma como reagiu era bastante apegada ao pai.

— Este castelo irá virar um inferno quando a notícia se espalhar. —

— Eu vou me certificar de que não chegue nela. —

Lhe dei uma última olhada, as bochechas molhadas e os olhos agora inchados que possuíam um verde feroz.

— Raj, você sabe o que temos debaixo do nosso teto, certo? —

— Sim, uma rainha. —

O futuro do novo legado, mas eu não me importava se ela era uma duquesa ou costureira, ainda era uma filha que havia perdido o pai.